quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Em 10 atos, a retrospectiva da temporada regular da NFL


A intensidade da temporada regular da National Football League chegou ao fim. Depois de quatro meses, em 17 semanas consecutivas, encerrou a grande fase do principal campeonato de futebol americano do mundo. Das 32 equipes participantes da liga, 20 delas já podem iniciar seus planejamentos para 2017, e refletir sobre seus acertos e erros que aconteceram no ano que passou. Por outro lado, 12 franquias seguem vivas na disputa pelo título. A partir deste sábado (7), inicia a fase de playoffs, em que quem vencer mantém suas esperanças de chegar ao Super Bowl.
Mas antes de falarmos da pós-temporada, precisamos destacar alguns pontos interessantes que ocorreram entre os dias 8 de setembro e 1º de janeiro,
quando acabou a primeira fase. Algumas equipes confirmaram seu favoritismo, enquanto outros times decepcionaram. Houve também as surpresas que fizeram um grande ano, independente de ir ou não para os mata-matas. Veja agora os 10 grandes momentos de destaque na temporada 2016 da NFL.

Os dominantes estão nos playoffs

New England Patriots, Pittsburgh Steelers, Seattle Seahawks e Green Bay Packers são quatro equipes bastante tradicionais na NFL, e frequentemente vão além da temporada regular. Cada uma destas franquias passou por situações bem distintas em 2016, mas todas elas tiveram algo em comum: avançaram aos playoffs. O Patriots foi quem teve o ano mais atípico, com a ausência do quarterback Tom Brady nas quatro primeiras partidas da equipe – o atleta foi suspenso por conta do escândalo do Deflategate. Mesmo assim, New England manteve um excelente rendimento e avançou à pós-temporada com a melhor campanha geral na Conferência Americana. Também na AFC, os Steelers demonstraram uma grande força neste ano, principalmente pelo ataque comandado por Ben Roethlisberger, Antonio Brown e Le’Veon Bell. As lesões atrapalharam o rendimento da equipe, mas o título da AFC Norte foi conquistado com uma semana de antecedência.
Na NFC, o Seattle Seahawks foi por muitas semanas a equipe que ficou mais próxima de tentar tirar do Dallas Cowboys o primeiro lugar geral, mas algumas derrotas fundamentais nas últimas semanas, somadas ao equilíbrio entre as demais equipes da Conferência Nacional colocaram Seattle no Wildcard. Este é o quinto ano consecutivo com a presença de Seattle na pós-temporada. Maior campeão da história da NFL (entre títulos da era antiga e Super Bowl), o Green Bay Packers começou 2016 com sérios problemas, sofrendo derrotas até para equipes sem tradição. A ausência na pós-temporada era uma possibilidade real, já que Detroit Lions e Minnesota Vikings (rivais de NFC Norte) estavam bem. Mas uma grande reação nas últimas seis semanas, sob a liderança do quarterback Aaron Rodgers, o Packers conquistou a divisão com suas próprias forças.

Os não-favoritos que fizeram bonito
Antes da temporada regular começar, o Left Tackle Brasil fez uma projeção do que poderia acontecer em 2016 na NFL. Equipes como Miami Dolphins, Tennessee Titans, Tampa Bay Buccaneers e Detroit Lions sequer foram cotadas para disputar uma vaga aos playoffs. Mas o tempo e o equilíbrio da liga mudaram os rumos destas franquias. Saco de pancadas na AFC Leste nos últimos anos, o Miami Dolphins engrenou bem neste ano, principalmente com Jarvis Landry e Jay Ajayi. O time sofreu com ausência do quarterback Ryan Tannehill nas últimas semanas, com uma lesão no joelho, mas, mesmo assim, conseguiu confirmar sua volta à pós-temporada, o que não acontecia desde 2008. Já o Detroit Lions também fez um ótimo ano, e 2016 provou que há vida em Detroit mesmo com a aposentadoria de Calvin Johnson. O ataque do Lions continua bom, e nesta temporada, a defesa também foi fundamental para colocar a equipe na rodada de Wildcard.
Destes não-favoritos, Tennessee Titans e Tampa Bay Buccaneers não se classificaram aos playoffs, o que não necessariamente significa que foi um fracasso. Em 2015, o Titans foi o pior time da NFL, mas com boas escolhas no Draft de 2016, somadas a contratações importantes na offseason, entre elas a do running back DeMarco Murray, o time do Tennessee teve um grande salto de rendimento, e só não venceu a AFC Sul porque o Houston Texans teve a vantagem no confronto direto. O Buccaneers também ficou de fora, mas a equipe também teve 9-7 em 2016, e ficou na segunda colocação da NFC Sul, um bom desempenho, considerando que a franquia havia sido a última colocada na NFL em 2014.

Franquias tradicionais que voltaram com força

Ao final de agosto, com o anúncio de mais uma lesão do quarterback Tony Romo, o ano do Dallas Cowboys parecia comprometido. Um enorme engano, diante da espetacular temporada realizada pela franquia. O Cowboys perdeu apenas dois jogos em 2016, com uma forte linha ofensiva e sob o comando de dois calouros, o QB Dak Prescott e o running back Ezekiel Elliott. O ponto de interrogação na equipe é justamente o fato de que seus principais atletas do elenco atual são justamente estreantes em pós-temporada. Lembrando sempre que a fase de playoffs é um campeonato à parte, e tudo pode acontecer.
Se falamos das duas derrotas do Cowboys, ambas aconteceram para o New York Giants, histórico rival de NFC Leste. Foram cinco anos longe dos playoffs, quando o time foi campeão do Super Bowl XLVI, em 2012. Após constantes fracassos, a equipe volta à pós-temporada com status de ser um time que é sempre bom ficar de olho. A defesa do Giants é muito boa, e consegue parar até mesmo ataques poderosos, como o de Dallas. Além disso, a parceria entre Eli Manning e Odell Beckham Jr está dando muito certo, o que pode transformar o time de Nova York em um dos favoritos neste mês de janeiro.
O Oakland Raiders de 2016 foi a grande mostra que escolhas importantes no Draft podem fazer a diferença a médio prazo, exemplos do quarterback Derek Carr, do wide receiver Amari Cooper e do linebacker Khalil Mack. A equipe fez um grande ano, com uma campanha em 12-4, e volta aos playoffs depois de 14 anos de fora. Os Raiders brigaram pelo título da AFC Oeste até a última rodada, mas o Kansas City Chiefs levou a melhor. O que complica a equipe é a lesão do QB Derek Carr, que está fora da temporada – uma notícia triste para quem esperou tanto tempo para voltar a ter esperanças de título.

Finalistas na temporada 2015, e queda precoce em 2016
Denver Broncos e Carolina Panthers foram os protagonistas do Super Bowl 50, em fevereiro passado. Se no último ano foram os dois melhores times da NFL, o equilíbrio da liga evidenciou que quem vai bem em uma temporada, não necessariamente joga bem no ano seguinte, e ambos os finalistas não estarão nos playoffs. Pela primeira vez desde 2003, os times que fizeram o Super Bowl ficaram de fora dos mata-matas no ano posterior, repetindo o feito de Tampa Bay Buccaneers e Oakland Raiders naquele ano.
Atual campeão, o Broncos viveu o drama de perder seu quarterback titular, o lendário Peyton Manning, que se aposentou. Além disso, a franquia ainda teve na offseason a saída de Brock Osweiller (então QB reserva), e apostou de maneira fracassada na contratação de Mark Sanchez. Foi o jovem Trevor Siemian o titular em 2016. O time fez 9-7 na atual temporada, não sendo um desempenho tão ruim, mas Kansas City Chiefs e Oakland Raiders, rivais de AFC Oeste, foram muito melhores, deixando Denver de fora da festa.
Já o Carolina Panthers decepcionou de vez. Em 2015, o time perdeu apenas um jogo na temporada regular, e o próprio Super Bowl, já na decisão. Haviam grandes esperanças de que o time repetiria o excelente desempenho do ano anterior. Mas na prática, o rendimento foi lamentável. Seis vitórias e dez derrotas, deixando o Panthers na lanterna da própria divisão.

Franquias que decepcionaram na temporada
Haviam alguns times que tinham boas expectativas para 2016, mas que na prática deixaram a desejar. O Minnesota Vikings foi quem mais teve a lamentar. A franquia começou o ano com 5-0, e foi a última equipe a perder sua invencibilidade. Mas aí tudo desandou. O Vikings terminou o ano com 8-8, e terá de olhar a pós-temporada pela TV. O Philadelphia Eagles também começou a temporada com boas expectativas, mas os confrontos divisionais na NFC Leste deixaram o time com a pior colocação dentro da divisão.
O Indianapolis Colts é uma franquia forte dentro da AFC, mas pelo segundo ano consecutivo, ficam de fora da fase de mata-mata. Em uma divisão tão parelha, foram três derrotas do Colts dentro da AFC Sul, isso influenciou no mau desempenho do time. Já o caso do New York Jets foi bem mais decepcionante. Em 2015, o time disputou uma vaga aos playoffs até a última semana, mas em 2016, tudo deu errado na franquia, e o quarterback Ryan Fitzpatrick acabou substituído no final da temporada.

Lesões que comprometeram algumas equipes
Infelizmente as lesões fazem parte das competições esportivas em qualquer modalidade. No futebol americano, a temporada é curta justamente para evitar ao máximo o desgaste físico dos atletas. O ano de 2016 na NFL foi marcado por muitas lesões importantes. A mais grave delas foi a do quarterback Teddy Bridgewater, do Minnesota Vikings, que o tirou de toda a temporada, e seu futuro no esporte ainda é incerto. Ainda no Vikings, a equipe perdeu também o running back Adrian Peterson, que só voltou no final de dezembro.
Outra lesão comprometedora foi a do QB Tony Romo, do Dallas Cowboys, que desfalcaria o time por metade da temporada. Mas com o ótimo desempenho de Dak Precott, o veterano QB ficou no banco de reservas durante o resto do ano, e provavelmente mudará de time na offseason.
Entre os classificados aos playoffs, alguns atletas notáveis ficarão de fora por terem se machucado. É o caso do tight end Rob Gronkowski, do New England Patriots, do safety Earl Thomas III, do Seattle Seahawks, e dos quarterbacks Ryan Tannehill e Derek Carr, de Miami Dolphins e Oakland Raiders, respectivamente.

Há esperanças para os piores times da NFL?
É só conferir o desempenho de algumas equipes ao longo dos anos que a resposta fica clara. Sim, há esperanças. O Cleveland Browns foi o pior time da NFL em 2016, com apenas uma vitória. A franquia está com um elenco jovem, aliado a alguns veteranos que podem contribuir com o desempenho dos calouros. O time terá a primeira escolha geral no Draft de 2017. Se o grupo se entrosar bem, quem sabe um dia Cleveland pode sair da longa maré de azar que vive.
O segundo time de pior aproveitamento em 2016 foi o San Francisco 49ers, que ganhou apenas dois jogos nesta temporada. A equipe vive um longo período de vacas magras, e muita coisa precisa ser feita para o time se reerguer. Mas o 49ers é o segundo maior campeão da história do Super Bowl, logo, reposições importantes e escolhas de bons atletas no Draft podem auxiliar a equipe num futuro próximo.

Calouros que fizeram uma ótima temporada de estreia

Impossível escrever sobre este tópico sem citar o quarterback Dak Prescott e o running back Ezekiel Elliott, do Dallas Cowboys. A dupla funcionou bem em seu primeiro ano de NFL com o apoio de uma grande linha ofensiva. Também teve um ótimo ano o QB Carson Wentz, do Philadelphia Eagles. Ele foi a segunda escolha geral do Draft de 2016, e teve uma boa temporada como calouro, e pode se consolidar dentro da liga. Outros atletas de destaque em seu primeiro ano, foram o running back Tyrek Hill, do Kansas City Chiefs, o defensive end Joey Bosa, do San Diego Chargers, e o ofensive tackle Laremy Tunsil, do Miami Dolphins.

De maneira geral, a temporada 2016 foi ruim?
Este questionamento foi levantado nas primeiras semanas da NFL, principalmente após alguns jogos sofríveis de horário nobre – como o Monday Night Football entre San Francisco 49ers e Los Angeles Rams. Nos primeiros dois meses, a liga também sofreu com a baixa audiência, influenciada pela acirrada campanha para a eleição presidencial norte-americana, mas depois de novembro, as coisas se ajustaram para a NFL. Quem não se empolgou com as partidas entre Dallas Cowboys e Pittsburgh Steelers, entre New England Patriots e Seattle Seahawks, ou então com o dramático field goal convertido por Cairo Santos no Sunday Night Football entre Kansas City Chiefs e Denver Broncos? Isso só para ficar em três exemplos. Os confrontos emocionantes permaneceram. Além disso, seis dos 12 classificados aos playoffs não participaram da pós-temporada em 2015, elevando o alto nível de competitividade da NFL. Portanto, a resposta para a pergunta deste entre título é simples: não!

Os postulantes ao Super Bowl LI
Doze equipes farão a pós-temporada, e só duas delas participarão do Super Bowl LI. A 51ª edição deste megaevento será em Houston, no dia 5 de fevereiro, em que os campeões das conferências Nacional (NFC) e Americana (AFC) se enfrentam. Pelo fato de cada fase ser decidida em um jogo único, qualquer equipe pode surpreender e chegar longe, mesmo quem só entrar em campo fora de casa. Representam a NFC: Dallas Cowboys, Atlanta Falcons, Seattle Seahawks, Green Bay Packers, New York Giants e Detroit Lions. E pela AFC, disputam a pós-temporada: New England Patriots, Kansas City Chiefs, Pittsburgh Steelers, Houston Texans, Oakland Raiders e Miami Dolphins.
Na Conferência Nacional, o alto nível técnico deixarão imprevisíveis os mata-matas. Dallas Cowboys, Atlanta Falcons, Green Bay Packers e New York Giants contam com os elencos mais fortes para estes playoffs. O Seattle Seahawks é sempre uma grande força, mas o fato de ter se classificado via wildcard, somadas às lesões em seus principais nomes de defesa deixam a equipe menos favorita. Quanto ao Detroit Lions, uma boa sequência na pós-temporada é mais improvável, porém, não seria impossível de acontecer.
O New England Patriots é o principal candidato a vencer a Conferência Americana. O time de Tom Brady e do técnico Bill Bellichick é a maior força da AFC, e é favorito a tentar uma vaga ao Super Bowl. Mas Pittsburgh Steelers e Kansas City Chiefs buscarão evitar que isso aconteça. Estes dois, especificamente, são os times de maior ameaça para New England dentro da AFC. O Oakland Raiders poderia estar neste grupo, caso a lesão do Derek Carr não tivesse comprometido o ataque da equipe. Já Houston Texans e Miami Dolphins são as apostas mais improváveis para vencer esta conferência.
Agora, se aproxima o grande momento da temporada da NFL. A fase de playoffs vai separar os pequenos dos gigantes. Muitas histórias incríveis não vão faltar nos próximos dias. E nós contaremos o que acontecer de importante nesta fase.

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