A
intensidade da temporada regular da National Football League chegou
ao fim. Depois de quatro meses, em 17 semanas consecutivas, encerrou
a grande fase do principal campeonato de futebol americano do mundo.
Das 32 equipes participantes da liga, 20 delas já podem iniciar seus
planejamentos para 2017, e refletir sobre seus acertos e erros que
aconteceram no ano que passou. Por outro lado, 12 franquias seguem
vivas na disputa pelo título. A partir deste sábado (7), inicia a
fase de playoffs, em que quem vencer mantém suas esperanças de
chegar ao Super Bowl.
Mas
antes de falarmos da pós-temporada, precisamos destacar alguns
pontos interessantes que ocorreram entre os dias 8 de setembro e 1º
de janeiro,
quando acabou a primeira fase. Algumas equipes
confirmaram seu favoritismo, enquanto outros times decepcionaram.
Houve também as surpresas que fizeram um grande ano, independente de
ir ou não para os mata-matas. Veja agora os 10 grandes momentos de
destaque na temporada 2016 da NFL.
Os
dominantes estão nos playoffs
New
England Patriots, Pittsburgh Steelers, Seattle Seahawks e Green Bay
Packers são quatro equipes bastante tradicionais na NFL, e
frequentemente vão além da temporada regular. Cada uma destas
franquias passou por situações bem distintas em 2016, mas todas
elas tiveram algo em comum: avançaram aos playoffs. O Patriots foi
quem teve o ano mais atípico, com a ausência do quarterback Tom
Brady nas quatro primeiras partidas da equipe – o atleta foi
suspenso por conta do escândalo do Deflategate. Mesmo assim, New
England manteve um excelente rendimento e avançou à pós-temporada
com a melhor campanha geral na Conferência Americana. Também na
AFC, os Steelers demonstraram uma grande força neste ano,
principalmente pelo ataque comandado por Ben Roethlisberger, Antonio
Brown e Le’Veon Bell. As lesões atrapalharam o rendimento da
equipe, mas o título da AFC Norte foi conquistado com uma semana de
antecedência.
Na
NFC, o Seattle Seahawks foi por muitas semanas a equipe que ficou
mais próxima de tentar tirar do Dallas Cowboys o primeiro lugar
geral, mas algumas derrotas fundamentais nas últimas semanas,
somadas ao equilíbrio entre as demais equipes da Conferência
Nacional colocaram Seattle no Wildcard. Este é o quinto ano
consecutivo com a presença de Seattle na pós-temporada. Maior
campeão da história da NFL (entre títulos da era antiga e Super
Bowl), o Green Bay Packers começou 2016 com sérios problemas,
sofrendo derrotas até para equipes sem tradição. A ausência na
pós-temporada era uma possibilidade real, já que Detroit Lions e
Minnesota Vikings (rivais de NFC Norte) estavam bem. Mas uma grande
reação nas últimas seis semanas, sob a liderança do quarterback
Aaron Rodgers, o Packers conquistou a divisão com suas próprias
forças.
Os
não-favoritos que fizeram bonito
Antes
da temporada regular começar, o Left Tackle Brasil fez uma projeção
do que poderia acontecer em 2016 na NFL. Equipes como Miami Dolphins,
Tennessee Titans, Tampa Bay Buccaneers e Detroit Lions sequer foram
cotadas para disputar uma vaga aos playoffs. Mas o tempo e o
equilíbrio da liga mudaram os rumos destas franquias. Saco de
pancadas na AFC Leste nos últimos anos, o Miami Dolphins engrenou
bem neste ano, principalmente com Jarvis Landry e Jay Ajayi. O time
sofreu com ausência do quarterback Ryan Tannehill nas últimas
semanas, com uma lesão no joelho, mas, mesmo assim, conseguiu
confirmar sua volta à pós-temporada, o que não acontecia desde
2008. Já o Detroit Lions também fez um ótimo ano, e 2016 provou
que há vida em Detroit mesmo com a aposentadoria de Calvin Johnson.
O ataque do Lions continua bom, e nesta temporada, a defesa também
foi fundamental para colocar a equipe na rodada de Wildcard.
Destes
não-favoritos, Tennessee Titans e Tampa Bay Buccaneers não se
classificaram aos playoffs, o que não necessariamente significa que
foi um fracasso. Em 2015, o Titans foi o pior time da NFL, mas com
boas escolhas no Draft de 2016, somadas a contratações importantes
na offseason, entre elas a do running back DeMarco Murray, o time do
Tennessee teve um grande salto de rendimento, e só não venceu a AFC
Sul porque o Houston Texans teve a vantagem no confronto direto. O
Buccaneers também ficou de fora, mas a equipe também teve 9-7 em
2016, e ficou na segunda colocação da NFC Sul, um bom desempenho,
considerando que a franquia havia sido a última colocada na NFL em
2014.
Franquias
tradicionais que voltaram com força
Ao
final de agosto, com o anúncio de mais uma lesão do quarterback
Tony Romo, o ano do Dallas Cowboys parecia comprometido. Um enorme
engano, diante da espetacular temporada realizada pela franquia. O
Cowboys perdeu apenas dois jogos em 2016, com uma forte linha
ofensiva e sob o comando de dois calouros, o QB Dak Prescott e o
running back Ezekiel Elliott. O ponto de interrogação na equipe é
justamente o fato de que seus principais atletas do elenco atual são
justamente estreantes em pós-temporada. Lembrando sempre que a fase
de playoffs é um campeonato à parte, e tudo pode acontecer.
Se
falamos das duas derrotas do Cowboys, ambas aconteceram para o New
York Giants, histórico rival de NFC Leste. Foram cinco anos longe
dos playoffs, quando o time foi campeão do Super Bowl XLVI, em 2012.
Após constantes fracassos, a equipe volta à pós-temporada com
status de ser um time que é sempre bom ficar de olho. A defesa do
Giants é muito boa, e consegue parar até mesmo ataques poderosos,
como o de Dallas. Além disso, a parceria entre Eli Manning e Odell
Beckham Jr está dando muito certo, o que pode transformar o time de
Nova York em um dos favoritos neste mês de janeiro.
O
Oakland Raiders de 2016 foi a grande mostra que escolhas importantes
no Draft podem fazer a diferença a médio prazo, exemplos do
quarterback Derek Carr, do wide receiver Amari Cooper e do linebacker
Khalil Mack. A equipe fez um grande ano, com uma campanha em 12-4, e
volta aos playoffs depois de 14 anos de fora. Os Raiders brigaram
pelo título da AFC Oeste até a última rodada, mas o Kansas City
Chiefs levou a melhor. O que complica a equipe é a lesão do QB
Derek Carr, que está fora da temporada – uma notícia triste para
quem esperou tanto tempo para voltar a ter esperanças de título.
Finalistas
na temporada 2015, e queda precoce em 2016
Denver
Broncos e Carolina Panthers foram os protagonistas do Super Bowl 50,
em fevereiro passado. Se no último ano foram os dois melhores times
da NFL, o equilíbrio da liga evidenciou que quem vai bem em uma
temporada, não necessariamente joga bem no ano seguinte, e ambos os
finalistas não estarão nos playoffs. Pela primeira vez desde 2003,
os times que fizeram o Super Bowl ficaram de fora dos mata-matas no
ano posterior, repetindo o feito de Tampa Bay Buccaneers e Oakland
Raiders naquele ano.
Atual campeão, o Broncos viveu o drama de perder seu quarterback
titular, o lendário Peyton Manning, que se aposentou. Além disso, a
franquia ainda teve na offseason a saída de Brock Osweiller (então
QB reserva), e apostou de maneira fracassada na contratação de Mark
Sanchez. Foi o jovem Trevor Siemian o titular em 2016. O time fez 9-7
na atual temporada, não sendo um desempenho tão ruim, mas Kansas
City Chiefs e Oakland Raiders, rivais de AFC Oeste, foram muito
melhores, deixando Denver de fora da festa.
Já
o Carolina Panthers decepcionou de vez. Em 2015, o time perdeu apenas
um jogo na temporada regular, e o próprio Super Bowl, já na
decisão. Haviam grandes esperanças de que o time repetiria o
excelente desempenho do ano anterior. Mas na prática, o rendimento
foi lamentável. Seis vitórias e dez derrotas, deixando o Panthers
na lanterna da própria divisão.
Franquias
que decepcionaram na temporada
Haviam
alguns times que tinham boas expectativas para 2016, mas que na
prática deixaram a desejar. O Minnesota Vikings foi quem mais teve a
lamentar. A franquia começou o ano com 5-0, e foi a última equipe a
perder sua invencibilidade. Mas aí tudo desandou. O Vikings terminou
o ano com 8-8, e terá de olhar a pós-temporada pela TV. O
Philadelphia Eagles também começou a temporada com boas
expectativas, mas os confrontos divisionais na NFC Leste deixaram o
time com a pior colocação dentro da divisão.
O
Indianapolis Colts é uma franquia forte dentro da AFC, mas pelo
segundo ano consecutivo, ficam de fora da fase de mata-mata. Em uma
divisão tão parelha, foram três derrotas do Colts dentro da AFC
Sul, isso influenciou no mau desempenho do time. Já o caso do New
York Jets foi bem mais decepcionante. Em 2015, o time disputou uma
vaga aos playoffs até a última semana, mas em 2016, tudo deu errado
na franquia, e o quarterback Ryan Fitzpatrick acabou substituído no
final da temporada.
Lesões
que comprometeram algumas equipes
Infelizmente
as lesões fazem parte das competições esportivas em qualquer
modalidade. No futebol americano, a temporada é curta justamente
para evitar ao máximo o desgaste físico dos atletas. O ano de 2016
na NFL foi marcado por muitas lesões importantes. A mais grave delas
foi a do quarterback Teddy Bridgewater, do Minnesota Vikings, que o
tirou de toda a temporada, e seu futuro no esporte ainda é incerto.
Ainda no Vikings, a equipe perdeu também o running back Adrian
Peterson, que só voltou no final de dezembro.
Outra
lesão comprometedora foi a do QB Tony Romo, do Dallas Cowboys, que
desfalcaria o time por metade da temporada. Mas com o ótimo
desempenho de Dak Precott, o veterano QB ficou no banco de reservas
durante o resto do ano, e provavelmente mudará de time na offseason.
Entre
os classificados aos playoffs, alguns atletas notáveis ficarão de
fora por terem se machucado. É o caso do tight end Rob Gronkowski,
do New England Patriots, do safety Earl Thomas III, do Seattle
Seahawks, e dos quarterbacks Ryan Tannehill e Derek Carr, de Miami
Dolphins e Oakland Raiders, respectivamente.
Há
esperanças para os piores times da NFL?
É
só conferir o desempenho de algumas equipes ao longo dos anos que a
resposta fica clara. Sim, há esperanças. O Cleveland Browns foi o
pior time da NFL em 2016, com apenas uma vitória. A franquia está
com um elenco jovem, aliado a alguns veteranos que podem contribuir
com o desempenho dos calouros. O time terá a primeira escolha geral
no Draft de 2017. Se o grupo se entrosar bem, quem sabe um dia
Cleveland pode sair da longa maré de azar que vive.
O
segundo time de pior aproveitamento em 2016 foi o San Francisco
49ers, que ganhou apenas dois jogos nesta temporada. A equipe vive um
longo período de vacas magras, e muita coisa precisa ser feita para
o time se reerguer. Mas o 49ers é o segundo maior campeão da
história do Super Bowl, logo, reposições importantes e escolhas de
bons atletas no Draft podem auxiliar a equipe num futuro próximo.
Calouros
que fizeram uma ótima temporada de estreia
Impossível
escrever sobre este tópico sem citar o quarterback Dak Prescott e o
running back Ezekiel Elliott, do Dallas Cowboys. A dupla funcionou
bem em seu primeiro ano de NFL com o apoio de uma grande linha
ofensiva. Também teve um ótimo ano o QB Carson Wentz, do
Philadelphia Eagles. Ele foi a segunda escolha geral do Draft de
2016, e teve uma boa temporada como calouro, e pode se consolidar
dentro da liga. Outros atletas de destaque em seu primeiro ano, foram
o running back Tyrek Hill, do Kansas City Chiefs, o defensive end
Joey Bosa, do San Diego Chargers, e o ofensive tackle Laremy Tunsil,
do Miami Dolphins.
De
maneira geral, a temporada 2016 foi ruim?
Este
questionamento foi levantado nas primeiras semanas da NFL,
principalmente após alguns jogos sofríveis de horário nobre –
como o Monday Night Football entre San Francisco 49ers e Los Angeles
Rams. Nos primeiros dois meses, a liga também sofreu com a baixa
audiência, influenciada pela acirrada campanha para a eleição
presidencial norte-americana, mas depois de novembro, as coisas se
ajustaram para a NFL. Quem não se empolgou com as partidas entre
Dallas Cowboys e Pittsburgh Steelers, entre New England Patriots e
Seattle Seahawks, ou então com o dramático field goal convertido
por Cairo Santos no Sunday Night Football entre Kansas City Chiefs e
Denver Broncos? Isso só para ficar em três exemplos. Os confrontos
emocionantes permaneceram. Além disso, seis dos 12 classificados aos
playoffs não participaram da pós-temporada em 2015, elevando o alto
nível de competitividade da NFL. Portanto, a resposta para a
pergunta deste entre título é simples: não!
Os
postulantes ao Super Bowl LI
Doze
equipes farão a pós-temporada, e só duas delas participarão do
Super Bowl LI. A 51ª edição deste megaevento será em Houston, no
dia 5 de fevereiro, em que os campeões das conferências Nacional
(NFC) e Americana (AFC) se enfrentam. Pelo fato de cada fase ser
decidida em um jogo único, qualquer equipe pode surpreender e chegar
longe, mesmo quem só entrar em campo fora de casa. Representam a
NFC: Dallas Cowboys, Atlanta Falcons, Seattle Seahawks, Green Bay
Packers, New York Giants e Detroit Lions. E pela AFC, disputam
a pós-temporada: New England Patriots, Kansas
City Chiefs, Pittsburgh Steelers, Houston Texans, Oakland Raiders e
Miami Dolphins.
Na
Conferência Nacional, o alto nível técnico deixarão imprevisíveis
os mata-matas. Dallas Cowboys, Atlanta Falcons, Green Bay Packers e
New York Giants contam com os elencos mais fortes para estes
playoffs. O Seattle Seahawks é sempre uma grande força, mas o fato
de ter se classificado via wildcard, somadas às lesões em seus
principais nomes de defesa deixam a equipe menos favorita. Quanto ao
Detroit Lions, uma boa sequência na pós-temporada é mais
improvável, porém, não seria impossível de acontecer.
O
New England Patriots é o principal candidato a vencer a Conferência
Americana. O time de Tom Brady e do técnico Bill Bellichick é a
maior força da AFC, e é favorito a tentar uma vaga ao Super Bowl.
Mas Pittsburgh Steelers e Kansas City Chiefs buscarão evitar que
isso aconteça. Estes dois, especificamente, são os times de maior
ameaça para New England dentro da AFC. O Oakland Raiders poderia
estar neste grupo, caso a lesão do Derek Carr não tivesse
comprometido o ataque da equipe. Já Houston Texans e Miami Dolphins
são as apostas mais improváveis para vencer esta conferência.
Agora,
se aproxima o grande momento da temporada da NFL. A fase de playoffs
vai separar os pequenos dos gigantes. Muitas histórias incríveis
não vão faltar nos próximos dias. E nós contaremos o que
acontecer de importante nesta fase.
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