quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Chiefs trocará Alex Smith para o Washington Redskins

Jogador receberá em Washington US$ 94 milhões (foto: Chiefs.com)

Achou que por estarmos perto do Super Bowl que não haveria notícia dos outros times da NFL? Achou errado! Na madrugada desta quarta-feira (31) aqui no Brasil, o repórter Adam Schefter, da ESPN americana, apurou que o Kansas City Chiefs trocará o quarterback Alex Smith para o Washington Redskins. O Chiefs receberá uma escolha de terceira rodada no Draft deste ano, previsto para abril.

Conforme Ian Rapoport, insider do NFL Network, a transação entre Kansas City e Washington será anunciada nesta quarta-feira. Alex Smith ainda terá a garantia de uma extensão contratual por quatro anos. O atual vínculo do QB era até a temporada 2018, e como o Redskins herdou o contrato via troca, irá renovar com o jogador em março (quando a Free Agency for efetivada). Smith receberá nas próximas quatro temporadas o valor total de US$ 94  milhões, lhe garantindo pelo menos US$ 71 milhões.

Além da escolha de terceira rodada no Draft, o Chiefs também recebe do Redskins o cornerback Kendall Fuller. Com esta movimentação no mercado, o que se tem no momento são duas confirmações. Uma delas: Patrick Mahomes, selecionado no Draft de 2017, será o titular do Kansas City Chiefs na próxima temporada.

Após jogar duas temporadas sob a Franchise Tag, Kirk Cousins terá de ir em busca de outro time (foto: Redskins.com)


E a outra: Kirk Cousins, titular no Redskins em 2017, virará free agent após ficar na equipe por duas temporadas sob a Franchise Tag (que lhe garantia na equipe, e recebendo um salário compatível com a média dos cinco maiores salários de quarterbacks da NFL, em um acordo válido por uma única temporada). Os times que estão atrás de um QB para a próxima temporada são Denver Broncos, Cleveland Browns, Buffalo Bills, New York Jets e Arizona Cardinals.

Alex Smith tem 33 anos, e foi a primeira escolha geral do Draft de 2015, selecionado pelo San Francisco 49ers. Jogou por lá até 2012, quando se lesionou e perdeu a titularidade em definitivo para Colin Kaepernick. No ano seguinte, foi trocado para o Kansas City Chiefs, onde atuou até janeiro deste ano, na rodada de Wildcard, nos Playoffs. Em 2017, Smith passou para 4,042 jardas, 26 touchdowns e apenas cinco interceptações, em sua melhor temporada na carreira. O Washington Redskins será o seu terceiro time profissional.

Kirk Cousins, que terá de procurar por outra franquia a partir de março, iniciou sua carreira no próprio Redskins. Foi selecionado no Draft de 2012, na quarta rodada, para ficar na reserva, porque a intenção da franquia naquela época era que Robert Griffin III (segunda escolha geral) fosse o futuro do time. Mas ao longo dos anos, na medida em que RGIII entrava em declínio por constantes lesões, Cousins foi se tornando um titular mais consistente. Desde 2015, somente o camisa 8 foi o QB titular de Washington, levando o Redskins aos playoffs naquele ano. Porém, as duas Franchise Tags aplicadas, e a não renovação de contrato a longo prazo, impediram que o vínculo de Cousins com o Redskins se mantivesse por mais tempo. Em 2017, ele lançou para 4093 jardas, 27 touchdowns e 13 interceptações.

Arquivo: Super Bowl XXXIX - quando Patriots e Eagles se enfrentaram no grande jogo



O Super Bowl é o ápice de qualquer equipe da NFL, e mostra também sobre o quão equilibrada a liga é. Nas 51 edições anteriores, 19 dos 32 times foram campeões pelo menos uma vez. E destes 32, apenas quatro nunca foram a decisão.

Apenas cinco confrontos se repetiram com a presença de dois participantes. O Super Bowl LII, entre New England Patriots e Philadelphia Eagles, será o sexto confronto que se repetirá valendo o Troféu Vince Lombardi. Na temporada 2004-05, Patriots e Eagles chegaram a decisão, no Super Bowl XXXIX, disputado em Jacksonville.

A edição LII do Super Bowl será neste domingo (4), às 21h30 (horário de Brasília), com transmissão da ESPN para o Brasil.

Antes de se classificar, New England e Philadelphia viveram momentos semelhantes aos atuais destas franquias. O Eagles chegou ao Super Bowl como o melhor time da NFC em 2004, e foi aos Playoffs com uma campanha em 13-3. Já o Patriots não foi o primeiro colocado da AFC naquele ano, mas vivia algo semelhante que agora, em 2017-18. Era o atual campeão, e tinha conquistado dois títulos nas últimas três temporadas.

Entre todos os atletas que jogaram o Super Bowl XXXIX, apenas Tom Brady ainda joga pelo New England Patriots

No Patriots, só quem sobrou daquele jogo para os tempos atuais foram o quarterback Tom Brady e o técnico Bill Bellichick. Naquele time, ofensivamente, os principais nomes eram os running backs Corey Dillon e Kevin Faulk, e os wide receivers Deion Branch, David Givens e David Patten. E no setor defensivo, os principais destaques eram os linebackers Mike Vrabel e Ted Bruschi, e o deffensive tackle Vince Wilfork.

Já o Philadelphia Eagles foi para aquela decisão com o melhor quarterback de sua história, Donovan McNabb. O jogo terrestre era comandado por Brian Westbrook, e o principal wide receiver era Terrell Owens, importante wide receiver para a franquia. E os grandes nomes defensivos eram os jogadores eram Michael Lewis e Keith Adams. O técnico da época está na NFL até hoje. Era Andy Reid, atual treinador do Kansas City Chiefs.

O Super Bowl XXXIX foi o primeiro disputado em Jacksonville, na casa do Jaguars. E em campo, o jogo começou com o Eagles por mais tempo em campo. Donovan McNabb sofreu um sack, e foi interceptado na redzone. O Patriots jogava melhor defensivamente, enquanto Brady pouco conseguia fazer, devido ao bom trabalho defensivo de Philadelphia. Ninguém pontuou naquele primeiro quarto.

Já no segundo período, o Eagles seguia melhor, principalmente no ataque. McNabb orquestrou uma boa campanha, com passes em profundidade, até fazer um lançamento de seis jardas para o tight end LJ Smith, para o primeiro touchdown do jogo. New England seguia com problemas ofensivos, mas enfim, chegou na redzone. Porém, Tom Brady sofreu fumble em um play action mal executado. Philadelphia não aproveitou o turnover, e novamente o Patriots chegou até o campo de ataque. Pouco antes do intervalo, Brady fez o passe para David Givens anotar o touchdown do empate.

O Halftime Show foi lendário, com a presença de Paul McCartney. Mas tinham mais 30 minutos de bola oval para voar. No terceiro quarto, brilhou a estrela do wide receiver Deion Branch, do Patriots. Foram quatro passes de Brady para Branch em uma única campanha. Na linha de duas jardas, o time foi para uma jogada um tanto incomum. O camisa 12 passou para Mike Vrabel anotar o touchdown. O atípico aqui é que Vrabel era linebacker, atleta de defesa. Mas naquele lance, foi utilizado como um full back apto a receber passes. O Eagles logo empatou, com um passe de 10 jardas de McNabb para Brian Westbrook.

Deion Branch teve 133 jarda totais de recepção

Pela primeira vez na história do Super Bowl, o último quarto começava com o jogo empatado. O placar era de 14 a 14. Nos 15 minutos finais, o Patriots teve uma ação mais dominante. Uma campanha curta, com direito a uma espetacular recepção de Deion Branch, deixou New England na frente mais uma vez, através de um touchdown terrestre de Corey Dillon. Logo na sequência, o Patriots ampliou a vantagem, graças a um field goal de Adam Vinatieri (ele mesmo!).

Estava 24 a 14, e a situação para o Eagles começava a se complicar de vez. Ted Bruschi interceptou Donovan McNabb. Para a sorte do QB, a defesa forçou um punt. A equipe da Philadelphia tinha 5:40 para recuperar os 10 pontos em desvantagem. Porém, a campanha ofensiva foi com huddle, ou seja, gastando o máximo de tempo possível, mesmo duas posses atrás. Já dentro do Two Minute Warning, o time anotou um touchdown, em passe de McNabb para Greg Lewis.

O Eagles tentou um onside kick sem sucesso, mas ainda podia pedir tempo por três vezes. Enquanto o Patriots corria com a bola, o Eagles pediu timeout, permitindo que New England devolvesse a bola. A última posse de Philadelphia já foi apressada, com passes afobados. Quando tudo parecia irreversível, McNabb foi interceptado por Rodney Harrison a nove segundos do fim. Restou a Tom Brady apenas fazer a ajoelhada da vitória do New England Patriots, por 24 a 21, naquele que foi o terceiro título da franquia.

Foi o terceiro título da história do Patriots em Super Bowls

Este foi o único Super Bowl que New England venceu em que Brady não foi o MVP. Quem foi escolhido o Jogador Mais Valioso foi o wide receiver Deion Branch, que teve 11 recepções para 133 jardas totais.

Deion Branch, o MVP do Super Bowl XXXIX

De lá para cá, o Patriots foi a mais cinco Super Bowls (incluindo o atual, o LII), com duas derrotas (XLII e XLVI) e duas vitórias (XLIX e LI). Já o Eagles volta para a decisão só agora, e terá pela frente a chance de bater seu algoz de 13 anos atrás. Você pode rever os melhores momentos do Super Bowl XXXIX neste link.

Veja abaixo quais foram os confrontos de Super Bowl que se repetiram na história da decisão:

Pittsburgh Steelers x Dallas Cowboys

Edições com este confronto: Super Bowls X, XIII e XXX

Histórico: Steelers 2x1 Cowboys

New York Giants x New England Patriots

Edições com este confronto: Super Bowls XLII e XLVI

Histórico: Giants 2x0 Patriots

Dallas Cowboys x Buffalo Bills

Edições com este confronto: Super Bowls XXVII e XXVIII

Histórico: Cowboys 2x0 Bills

San Francisco 49ers x Cincinnati Bengals

Edições com este confronto: Super Bowls XVI e XXIII

Histórico: 49ers 2x0 Bengals

Miami Dolphins x Washington Redskins

Edições com este confronto: Super Bowls VII e XVII

Histórico: Dolphins 1x1 Redskins

New England Patriots x Philadelphia Eagles

Edições com este confronto: Super Bowls XXXIX e LII (vai acontecer)

Histórico: Patriots 1x0 Eagles (até agora)

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Da semana 1 ao Super Bowl - a caminhada de Patriots e Eagles até a grande decisão



Estamos na semana do Super Bowl. Em poucos dias, New England Patriots e Philadelphia Eagles disputam o Super Bowl LII, em Minneapolis. E nesta semana mais do que especial, continuamos apresentando histórias que envolvem os times participantes e algumas outras curiosidades.

O Eagles já chegou à cidade sede da partida, no domingo (28), enquanto o Patriots viaja até o estado de Minnesota na noite desta segunda-feira (29). Também na segunda, jogadores e técnicos dos dois times estarão no estádio do Minnesota Wild, da NHL, para participar do Super Bowl Opening Night. Todos participam de entrevistas coletivas com jornalistas do mundo inteiro, onde contam sobre suas expectativas para o jogo deste dia 4 de fevereiro. O evento não tem transmissão para o Brasil.

Antes de chegarem na partida que vale o título, Eagles e Patriots tiveram uma longa jornada, com campanhas semelhantes. Ambos foram 13-3 em 2017, e avançaram aos Playoffs com a melhor campanha de suas conferências. Passaram também por momentos bons e ruins, e que valem ser relembrados. Veja como foi jogo a jogo, as temporadas dos participantes do Super Bowl LII.

New England Patriots: as dificuldades ao longo do ano não derrubaram seu objetivo

Foto: Patriots.com

Atual campeão do Super Bowl, desde a offseason já se falava que o Patriots era favorito ao título mais uma vez. Antes da temporada 2017 começar, foram muitas as projeções que diziam que o time repetiria os 16-0 de 2007. Mas uma coisa é projetar, outra é cumprir um ano perfeito. New England já apresentava problemas antes mesmo da semana 1, pois Julian Edelman, principal wide receiver, rompeu os ligamentos do joelho na pré-temporada.

Quem achou que seria fácil, e que a AFC não daria trabalho para o time de Tom Brady e Bill Bellichick, se enganou. Logo no jogo de abertura, em horário nobre, o Patriots levou uma surra em casa do Kansas City Chiefs, por 42 a 27, apresentando graves problemas defensivos. Na semana 2, a primeira vitória veio, sobre o New Orleans Saints, devido a uma boa atuação de Brady e Rob Gronkowski. Os problemas com a defesa eram algo constante, tanto que o time sofreu para bater o Houston Texans na semana 3. Na rodada seguinte, outra derrota em casa, agora para o Carolina Panthers.

A semana 5 foi em um Thursday Night Football contra o Tampa Bay Buccaneers, mas a defesa seguia permitindo jogos explosivos dos quarterbacks adversários. Neste jogo, a vitória para New England veio, por 19 a 14, devido a jogadas ofensivas que não deram certo pelos adversários - além de constantes field goals perdidos. Aos poucos, o setor defensivo, que também perdeu Dont'a Hightower, melhorou, nas vitórias sobre New York Jets, Atlanta Falcons e Los Angeles Chargers.

Depois de sua folga, na semana 9, New England voltou com tudo. Contra o Denver Broncos, o Patriots conseguiu uma esmagadora vitória, por 41 a 16, e logo na sequência, venceu o Oakland Raiders por 33 a 8, em jogo realizado no México. Houve ainda mais duas vitórias consecutivas, contra Miami Dolphins e Buffalo Bills, mas os próprios Dolphins os derrotaram na semana 14, ameaçando até mesmo o primeiro lugar geral na AFC.

Contra o Pittsburgh Steelers, o Patriots teve um jogo bastante acirrado e emocionante, vencido por New England por 27 a 24, graças a uma interceptação nos segundos finais. Esta vitória garantiu a AFC Leste pelo nono ano consecutivo. A briga agora era pela liderança da AFC, e ela foi assegurada com mais vitórias, contra Buffalo Bills e New York Jets.

Por ser o melhor da Conferência Americana, a pós-temporada só começou no Divisional Playoffs. E a classificação não poderia ter sido mais significativa, com uma grande vitória sobre o Tennessee Titans, por 35 a 14. A final da AFC foi com uma das grandes surpresas desta temporada, o Jacksonville Jaguars. Dono de uma das melhores defesas da NFL, os adversários de New England deram trabalho, e no último quarto venciam por 20 a 10, mas a frieza de Tom Brady falou mais alto, e com dois passes para touchdown para Danny Amendola, o Patriots virou, venceu o jogo, e se confirmou no Super Bowl pela décima vez em sua história, indo em busca do sexto título.

Philadelphia Eagles: um voo cada vez mais alto rumo a sua maior meta

Foto: philadelphiaeagles.com
Antes da temporada começar, haviam boas expectativas para o Philadelphia Eagles. Mesmo jogando na NFC Leste, uma das divisões mais parelhas da NFL, se falava que o time pelo menos era favorito para ir aos Playoffs. E aos poucos, este favoritismo foi levando o time longe. A franquia que tem o apelido Eagles, águias em inglês, tenta nesta temporada voar para o topo, e está a um passo de alcança-lo.

Na primeira rodada, o Eagles de 2017 mostrou que não estava para brincadeira, e teve uma excelente atuação sobre o Washington Redskins. O ataque comandado pelo quarterback Carson Wentz tinha muitos bons nomes, como LeGarrette Blount, Zach Ertz, Alshon Jeffery e Nelson Agholor, por exemplo. A defesa também tem muita qualidade, com nomes como Derek Barnett, Fletcher Cox e Ronald Darby. Apesar da vitória na semana 1, na segunda rodada, o time perdeu para o Kansas City Chiefs, em um jogo muito disputado.

A sequência do ano foi com vitórias consecutivas. A começar na semana 3, em vitória apertada sobre o New York Giants graças a um field goal de 61 jardas. Depois, o time levou a melhor contra Los Angeles Chargers, Carolina Panthers, Washington Redskins, San Francisco 49ers e Denver Broncos - nesta vitória, em especial, por incríveis 51 a 23, já na semana 9. Foi também a estreia de Jay Ajayi na equipe, que foi trocado e melhorou ainda mais o jogo terrestre.

Na décima semana da temporada regular, o Eagles folgou. Mas quando voltou a campo, mais duas vitórias por placares elásticos, como os 37 a 9 no Dallas Cowboys - fora de casa - e os 31 a 3 no Chicago Bears. A segunda derrota de Philadelphia só veio na semana 13, para o Seattle Seahawks. Na rodada seguinte, vitória sobre o Los Angeles Rams por 43 a 35 em um grande jogo, e que garantia pelo menos a NFC Leste. O resultado, porém, foi com a mais grave de suas baixas no elenco.

Carson Wentz rompeu os ligamentos do joelho. Uma lesão terrível, pois ele era favorito para ser o MVP da temporada. Todo o belíssimo trabalho feito pelo Eagles em 2017 parecia que estava ruindo naquele momento. A partir dali, a franquia já não era mais vista como uma favorita ao título. Nick Foles, o quarterback reserva, precisou assumir o time, e não decepcionou. Philadelphia venceu New York Giants e Oakland Raiders, assegurando a primeira posição na NFC. Na última semana, perdeu para o Dallas Cowboys, mas já se poupando.

A volta do Eagles aos Playoffs foi pelo Divisional Playoffs. Mesmo com a melhor campanha da conferência, a equipe foi considerada zebra. Contra o Atlanta Falcons, o time teve um duelo sofrido, mas bem carregado pelo jogo terrestre, e com uma excelente atuação da defesa, evitando um touchdown mesmo quando Atlanta estava perto da endzone nos segundos finais, com vitória por 15 a 10. Na decisão da Conferência Nacional, uma vitória esmagadora sobre o Minnesota Vikings por 38 a 7, com direito a uma boa atuação de Nick Foles, de quem já falamos sobre sua história aqui. Neste Super Bowl LII, o Eagles mais uma vez não é o favorito, mas para uma franquia que chegou tão longe apesar das dificuldades, nada irá se abalar agora, a um passo de sua maior glória, e que ainda não foi alcançada.

domingo, 28 de janeiro de 2018

Show de Calouros - a NFL na visão de quem começou a ver a liga nesta temporada

Imagem do NFL Combine meramente ilustrativa, apenas porque estes são potenciais calouros no futebol americano

O Brasil é um dos países com mais fãs do futebol americano, e em especial, da NFL. O "boom" do esporte, com o aumento crescente de acompanhantes, ocorreu nestas últimas duas décadas, com a ascensão da TV por assinatura e também com as redes sociais.

Nós, brasileiros que acompanhamos o esporte, não nascemos com a cultura do futebol americano enraizada desde a infância, como ocorreu com o futebol. Provavelmente você não lembra como começou a ver a bola redonda. Não tem problema, eu também não lembro. Mas todos nós que amamos a bola oval lembramos qual foi o momento em que demos uma chance para este esporte. 

A cada ano mais pessoas se juntam a nós. E nesta temporada 2017, tivemos mais alguns calouros que passaram a acompanhar a NFL. Calouro é o termo que usamos para jogadores que recém deixaram o futebol americano universitário e jogam como profissionais em sua primeira temporada. E nada mais sugestivo chamar de calouros as pessoas que começaram também a ver a liga nos últimos meses.

No nosso Show de Calouros, em alusão ao icônico programa dominical exibido no SBT, entrevistamos quatro torcedores que começaram a acompanhar a NFL em 2017. E muitos deles iniciaram pela decisão, o Super Bowl. Caso do assistente administrativo Vinicius Moreira, de Itapeva (SP), que via seus amigos comentando os jogos no Twitter, e foi motivado a ver o esporte por causa de sua namorada. Sua primeira partida foi o Super Bowl LI, em fevereiro passado. "A time line tava pegando fogo e eu fui assistir o jogo. Mesmo sem entender nada, foi muito divertido", diz. A advogada Clara Coutinho, de São Paulo (SP) sempre acompanha finais de campeonatos com os amigos, mas foi a partir da decisão do ano passado que decidiu entender as regras. "Quando começou a pré-temporada eu tinha acabado de quebrar o tornozelo, então pude me dedicar um monte a aprender o esporte, ver os jogos do presente e do passado, e aprender nomes de regras", explica.

O estudante Lucas Bertolim, de Campinas (SP), havia assistido com um primo o Super Bowl 50, em 2016, mas só passou a ver a liga a partir da pré-temporada de 2017. "A partir da pré-temporada, comecei a acompanhar mais o esporte, quando consegui entender boa parte das regras, e vi a grande maioria dos jogos que passavam na ESPN.", relata.

Algo que prende um novo fã do futebol americano em definitivo é ao escolher uma equipe para torcer. A paixão por uma franquia é algo que pode surgir de onde se menos espera. Foi o caso de Amanda Isabel, estudante de Engenharia de Produção, e que mora em Curitiba (PR). Ela passou a se interessar pelo New England Patriots por conta de um vídeo em que a torcida cantava a plenos pulmões no Gillette Stadium a  música Livin' on a Prayer, do cantor Bon Jovi, durante a final da AFC da temporada 2016. "Eu sou mega fã de Bon Jovi, aí não lembro qual página eu vi isso na offseason, e pensei 'tá, vou ficar de olho no Patriots', e domingo passado já estava eu pulando pela casa com a vitória sobre os Jaguars", diz. 

Vinícius também é torcedor de New England, e sua paixão pela equipe surgiu de imediato, na decisão passada. "Ver aquele time estar perdendo por 28 a 3, e em praticamente um quarto virar a partida foi demais. Me apaixonei pela raça e a vontade que tinham. E minha namorada também é Patriots, o que ajudou muito". Uma partida em especial também foi o que tornou Lucas um fã do Kansas City Chiefs, coincidentemente contra o New England Patriots, na semana 1 desta temporada. "Fiquei impressionando quando derrotou New England, atual campeão, além da empolgante sequência de vitórias que conquistou. E o Cairo Santos (que na época jogava no Chiefs, mas hoje está no elenco do Chicago Bears) também ajudou".

A torcedora Clara é fã do Seattle Seahawks, e se empolgou pela equipe por conta de uma viagem que faria para Portland (estado do Oregon, e próximo a Seattle), e cogitou ver a partida no Century Link Field contra o Washington Redskins. "A viagem acabou não rolando, o que foi ótimo porque aquele jogo foi apertado, e numa jogada incompleta os Seahawks não levaram. Meu segundo time é o Philadelphia Eagles, que é o time do meu amigo que ensinou as regras".

Dos nossos quatros entrevistados, as torcidas para este Super Bowl LII estão divididas. Vinícius e Amanda, fãs do New England, evidentemente querem o seu time campeão. "Considerando que na primeira temporada que eu acompanho eles foram para o Super Bowl, pelo segundo ano consecutivo, eu gostei bastante. Patriots vai ganhar do Eagles no dia 4", afirma Amanda. Vinícius ainda completa: "não dá para fugir de torcer para New England ganhar, ainda mais com a possibilidade do Tom Brady se aposentar daqui a um ou dois anos".

Lucas e Clara, por sua vez, querem o time da Philadelphia como vencedor. "Fiquei muito surpreso com o Eagles, que mesmo com a lesão do Carson Wentz chegaram ao Super Bowl. Acho New England favorito, embora esteja torcendo para Philadelphia levar o título", diz Lucas. Também torcedora do campeão da NFC na decisão, Clara ressalta que seria muito merecido o Eagles ser o campeão. "Eles me parecem ser meio underdogs (expressão utilizada nos Estados Unidos para quem não é favorito), pelo que pude sentir. Achei que jogaram muito bem durante a temporada, e conseguiram ir para cima apesar das lesões", completa.

Os quatro entrevistados foram unânimes quando foram perguntados se recomendariam a NFL para outros amigos que nunca acompanharam o futebol americano, destacando em especial a imprevisibilidade do esporte. "Acho que é um esporte mais emocionante que o nosso futebol, com mais possibilidades de viradas inesperadas. O futebol americano flui melhor como entretenimento", destacou Clara. Amanda, que tenta convencer um amigo a ver o jogo com ela no cinema, lembra que "é um esporte incrível e totalmente imprevisível. Um time pode abrir uma boa vantagem, e mesmo assim perder o jogo". Vinícius complementa que tudo pode acontecer na modalidade. "Você nunca tem certeza absoluta de quem vai ganhar um jogo", diz. Assim como Lucas, que enaltece o fator tático visto em campo. "É um dos esportes mais impressionantes e estratégicos que existem", finaliza.

sábado, 27 de janeiro de 2018

Cinco motivos para escolher por Patriots ou Eagles no Super Bowl LII



No ano passado, fizemos um texto às vésperas do Super Bowl LI apontando cinco motivos para torcer pelos participantes daquela decisão. Dado o sucesso daquele post, repetimos a dose agora, em que faltam poucos dias para o Super Bowl LII. A decisão entre New England Patriots e Philadelphia Eagles será no domingo (4), às 21h30, na ESPN.

Talvez você que esteja lendo aqui acompanha a NFL em sua primeira temporada, e é comum chegar até aqui sem uma torcida para este Super Bowl. Pode ser que o time que escolheu já está fora da disputa, e, para não ficar em cima do muro, queira escolher uma equipe para apoiar na decisão. Ou então você ainda não tem um time para torcer, e esta é a oportunidade para que o amor por uma franquia cresça.

Eu também comecei a ver a liga por um Super Bowl, na edição 42, apesar de só entender como este esporte era mágico quatro anos depois. Minha torcida também se forjou em uma decisão, e mesmo com a derrota, o apoio persiste até hoje, e seguirá persistindo.

Abaixo, você verá cinco motivos para torcer pelo Patriots ou pelo Eagles. Pode ser uma torcida pontual, apenas para o Super Bowl, ou pode virar algo definitivo. O amor por uma equipe é simplesmente... amor. Ele pode surgir quando menos se espera.

Por que apoiar o New England Patriots?

Se vencer, será o maior campeão do Super Bowl - Com cinco títulos, o Patriots está a uma vitória de igualar o feito até então exclusivo do Pittsburgh Steelers, campeão seis vezes. Os títulos de New England foram nos anos de 2001-02, 2003-04, 2004-05, 2014-15 e 2016-17.

Tom Brady pode empilhar mais recordes - O quarterback já se consagrou como um dos maiores de todos os tempos, e ainda pode alcançar mais feitos inéditos na decisão. Brady é o único QB com cinco títulos, e se vencer, será o único atleta na história da NFL com seis Super Bowls. Além disso, o camisa 12 foi o líder em jardas aéreas na temporada regular. Nunca um quarterback líder em jardas venceu um Super Bowl, e Tom pode ser o primeiro a conseguir isso.

É o favorito nas casas de apostas - Tudo bem se você gostar do time por conta do favoritismo. Mas é fato que ele existe. Em Las Vegas, New England é o favorito por seis pontos nas casas de apostas.

É a equipe mais copeira deste século - Nenhum time venceu a NFL mais vezes que o New England Patriots desde que chegamos ao século XXI. Na verdade, nenhuma equipe da liga teve mais que dois títulos de 2000 para cá, a exceção do time da Nova Inglaterra. Importando o termo que uso ao descrever vencedores da Copa Libertadores, dá para dizer que o Patriots é um time copeiro.

Bill Bellichick quer o seu oitavo anel de campeão - O técnico é inegavelmente o melhor de todos os tempos. Aqui não há discussão. Ele já é recordista de títulos como treinador principal (cinco), e quer ampliar a marca neste Super Bowl. Ele ainda tem outros dois títulos como coordenador defensivo do New York Giants. Ele é uma das duas pessoas que tem sete anéis de campeão, e se vencer, será o único com oito conquistas entre todos os que já viveram o mundo da NFL.

Por que apoiar o Philadelphia Eagles?

Está em busca de seu primeiro Super Bowl - O Eagles já esteve presente na grande decisão por duas ocasiões, nos anos de 1980-81 e 2004-05, mas em ambas as ocasiões, perdeu. A franquia já foi campeã da NFL, mas ainda na era antiga, nos anos de 1948, 1949 e 1960. Ou seja, faz tempo que Philadelphia quer um título. E a oportunidade pode ser agora.

Uma vitória transformará a carreira de Nick Foles - Como Carson Wentz se machucou no joelho, e perdeu o restante da temporada - incluindo este Super Bowl - o quarterback que entrará em campo no dia 4 será Nick Foles. Contamos um pouco da sua trajetória neste texto, mas resumidamente podemos dizer. Ele teve um início muito bom na NFL, e caiu de produtividade. Cogitou a aposentadoria, e no Eagles, era o reserva até ter a sua chance por causa da lesão de Wentz. E agora, vai jogar o Super Bowl também por seus méritos. Vê-lo campeão seria uma bela de uma história, não acha?

Chegou na decisão mesmo como zebra em todos os jogos dos Playoffs - Antes da já citada lesão de Carson Wentz, o Eagles era o time de melhor campanha da NFL. Com a perda de seu QB titular, o time temeu uma implosão no restante da temporada, mas mesmo assim, terminou o ano com a melhor campanha da Conferência Nacional. Mas nos Playoffs, o time não foi o favorito nas casas de apostas de Las Vegas em nenhum dos jogos da pós-temporada, e mesmo assim, derrubaram Atlanta Falcons e Minnesota Vikings. Agora, tentarão derrubar o favoritismo do New England Patriots.

A defesa foi uma das melhores de toda a liga - O Eagles de 2017-18 foi um dos times mais completos da NFL. Seu setor defensivo também é muito produtivo. A equipe teve a quarta menor média de pontos sofridos (18,4), e a quarta que menos cedeu jardas totais de média por partida (306,5). Ou seja, poderá atrapalhar os planos do bom ataque de New England.

Poderá ser a revanche de uma dolorosa derrota - Em janeiro de 2005, Philadelphia Eagles e New England Patriots se enfrentaram no Super Bowl XXXIX. Na ocasião, foi um confronto bastante equilibrado, mas no final, quem venceu foi o Patriots, por 24 a 21. Daquele Eagles derrotado, ninguém sobrou, mas a torcida lembra bem daquela derrota. E, por isso, quer a revanche.

Gostou dos cinco motivos para se torcer para cada equipe? Assim, você terá uma oportunidade a mais para apreciar as maravilhas deste Super Bowl LII.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Os Senhores dos Anéis - quem são os maiores vencedores do Super Bowl

Este foi o primeiro anel dado a um campeão do Super Bowl

Continuamos neste maravilhoso clima que antecede o Super Bowl LII. E enquanto a decisão não chega, contamos histórias curiosas e interessantes sobre tudo que cerca a grande decisão do futebol americano. Por trás de toda conquista esportiva, há sempre um prêmio, não somente em dinheiro, mas também com um objeto específico, algo que permita ao vencedor ter naquela peça algo para lembrar eternamente da glória alcançada.

O time que vence o Super Bowl leva o Troféu Vince Lombardi. A taça de pouco mais de dois quilos é cobiçada todos os anos pelas 32 franquias da NFL. O nome do troféu é em homenagem a Vince Lombardi, treinador que foi cinco vezes campeão da liga no comando do Green Bay Packers, nos anos 1960 - incluindo as duas primeiras edições do Super Bowl. Após a conquista, a equipe vencedora fica com a taça, que normalmente é exposta em um museu próximo a sua sede.

Por mais que o futebol americano seja um esporte coletivo, há também uma lembrança individual para cada atleta, treinador ou pessoa específica ligada a uma equipe. O anel de campeão. Diferente das conquistas esportivas ao redor do mundo, em vez de uma medalha, os vencedores da NFL recebem individualmente esta joia, totalmente personalizada com o logo da franquia, e informações sobre o ano do título, a data da decisão e até mesmo o placar. São joias caras, principalmente por conter ouro e diamante em sua composição.

A doação de um anel aos campeões é uma tradição muito antiga nos esportes americanos, e iniciada na Major League Baseball (MLB), a mais antiga das ligas profissionais dos Estados Unidos. Quem ganha a NBA (basquete), a NHL (hóquei no gelo) e a NFL também leva uma joia para casa, assim como campeões de ligas universitárias, ou do ensino médio.

E este texto é para falarmos dos "Senhores dos Anéis", ou seja, quem são os maiores vencedores, coletiva e individualmente?

Depois desta alusão à clássica trilogia de "O Senhor dos Anéis", diremos quem tem mais conquistas, falando primeiro de forma coletiva. Na era Super Bowl, 19 das 32 franquias da NFL já conquistaram o título, e contam com um anel, pelo menos. O maior vencedor neste ciclo é o Pittsburgh Steelers, o único que até o momento venceu seis vezes. Na segunda posição, com cinco títulos, estão San Francisco 49ers, Dallas Cowboys e New England Patriots, atual campeão e que tenta igualar o recorde de Pittsburgh neste Super Bowl LII. Adversário na próxima decisão, o Philadelphia Eagles tem três títulos da NFL, porém, nenhum destes foi na era Super Bowl. Estão em busca de seu primeiro anel desta era atual.

Cada anel de campeão é personalizado com informações sobre o time vencedor. Este é o do Super Bowl LI, vencido pelo Patriots


Se contarmos o período pré e pós-Super Bowl, o maior campeão é o Green Bay Packers, com 13 conquistas. Foram nove títulos na era antiga da NFL, até 1965, e mais quatro, já quando o Super Bowl era a decisão a ser realizada.

Individualmente, nenhum jogador conquistou mais de cinco títulos de Super Bowl. Na verdade, apenas dois atletas podem dizer que têm uma mão cheia de anéis de campeão. Um deles é Charles Haley, ex-jogador que foi defensive end nos anos 1980 e 1990. Conquistou dois títulos pelo San Francisco 49ers (Super Bowls XXIII, XXIV), e mais três pelo Dallas Cowboys (Super Bowls XXVII, XXVIII e XXX). O outro é Tom Brady, quarterback do New England Patriots, que tem cinco anéis de campeão (Super Bowls XXXVI, XXXVIII, XXXIX, XLIX e LI), e ainda tentará o sexto título em pouco mais de uma semana.

Dono de cinco anéis de campeão, Tom Brady tenta ser o único atleta seis vezes vencedor do Super Bowl

Em segundo lugar, há muita gente na lista. Citando apenas os jogadores e ex-jogadores, na posição de quarterback, apenas dois têm quatro anéis: Joe Montana, ex-San Francisco 49ers, e Terry Bradshaw, ex-Pittsburgh Steelers. Entre atletas ativos, apenas um ainda em atividade foi quatro vezes campeão, o kicker Adam Vinatieri, que ganhou três Super Bowls pelo New England Patriots, e um pelo Indianapolis Colts, time que defende no momento.

Na função de treinador principal, o maior vencedor é Bill Bellichick, atual técnico do Patriots, com cinco títulos. Mas somando todas as pessoas que um dia já receberam um anel de Super Bowl, Bellichick é o que mais vezes foi premiado. Além dos cinco títulos com New England, ele foi duas vezes campeão como coordenador defensivo do New York Giants, nos Super Bowls XXI e XXV. Se vencer o Super Bowl LII, Bellichick será a única pessoa a ter recebido oito anéis de vencedor. O outro dono de sete títulos é Neal Dahlen, que foi cinco vezes campeão como assistente de elenco do San Francisco 49ers, e mais duas vezes como general manager do Denver Broncos, entre os anos 1980 e 1990.

Donos de franquias também recebem anéis de campeão. E os maiores vencedores são justamente os que representam o maior campeão do Super Bowl, o Pittsburgh Steelers. Dan Rooney e Art Rooney II possuem um anel para cada um dos seis títulos da franquia. Dan foi o fundador do time, e faleceu no ano passado, já Art é o atual proprietário da equipe. Robert Kraft, o atual dono do New England Patriots, pode igualar o feito dos Rooney's, pois atualmente tem cinco títulos.

Quem pode receber o anel de campeão do Super Bowl? Qualquer pessoa, desde que tenha alguma ligação direta com a franquia vencedora, e esta tenha a intenção de presentear alguém com a joia. Uma das agraciadas pelo título do ano passado foi Galynn Brady, mãe de Tom Brady. Na temporada passada, ela não pôde acompanhar as partidas do filho no estádio, por estar se tratando de um câncer. A história só veio à tona a poucos dias do Super Bowl LI, e quem já viu os vídeos do NFL Films, com falas dos atletas do Patriots durante aquela partida, percebeu que eles falavam da mãe de Brady, como um motivo a mais para a superação da equipe na virada sobre o Atlanta Falcons. Assim, Galynn também recebeu um anel como forma de homenagem da franquia.

Mas nem todas as pessoas que têm um anel, de fato, possuem certa representatividade em algum time campeão do Super Bowl. Um dos "agraciados" com a joia  é Vladimir Putin. Isso mesmo! O presidente da Rússia tem um dos anéis de campeão que Robert Kraft, o dono do Patriots, conquistou. Certa feita, em 2005, Kraft se encontrou com Putin em São Petersburgo. Como forma de agradar o chefe de estado, o proprietário tirou o anel que estava em seu dedo e mostrou ao presidente, que o colocou no bolso, e foi embora. Robert Kraft nunca mais recuperou a lembrança pelo terceiro título de New England. Então, na prática, ele ganhou cinco anéis, mas só tem quatro guardados consigo mesmo.

Abaixo tem um vídeo, em inglês, com o próprio Kraft relembrando sobre a famosa história do anel "presenteado" a Vladimir Putin.
No próximo dia 4 de fevereiro, saberemos quem  ganhará o anel de campeão do Super Bowl LII. Será que o New England Patriots terá mais um para empilhar na sua coleção de conquistas, ou o Philadelphia Eagles vai, enfim, conhecer a sensação de alcançar a glória máxima da NFL em sua era atual? É o que vamos saber em alguns dias.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Cores dos uniformes para o Super Bowl LII são definidas

Uniformes das equipes com o logo da decisão já estão sendo produzidos

Agora que já conhecemos os dois participantes do Super Bowl LII, uma das expectativas nestas duas semanas antes da decisão é em saber qual cor cada time usará na grande partida. O Super Bowl é disputado em campo neutro, em local pré-definido com ampla antecedência. Portanto, o time “mandante” da disputa tem o direito de escolher a cor para jogar. Este mando de campo é alternado anualmente entre o representante da AFC e o da NFC.

Mandante nesta partida por representar a AFC, o New England Patriots optou por jogar de branco, ao invés da tradicional jersey azul. Já o Philadelphia Eagles terá de jogar com sua camisa principal, na cor Midnight Green, um tom de ciano. O uniforme branco normalmente é usado pela equipe visitante, mas o Patriots, dono de cinco títulos, resolveu se aproveitar da mística que esta cor tem trazido ao Super Bowl nos últimos anos, e assim entrará em campo com sua camisa 2.

De 2005 (temporada de 2004) até 2017, foram realizados 13 Super Bowls. Em 12 deles, o time que jogou de branco venceu a partida. Somente o Green Bay Packers, no Super Bowl XLV, em 2011, venceu jogando com seu uniforme principal, sua clássica camisa verde.

O New England Patriots é o maior participante de Super Bowls, com dez idas a decisão, incluindo a atual temporada. Quando usou seu uniforme 1 atual, de camisa azul, jogou quatro vezes, e teve duas vitórias (Super Bowls XXXVI e XXXVIII, em 2002 e 2004) e duas derrotas (Super Bowls XLII e XLVI, em 2008 e 2012). Usando a cor branca, New England perdeu uma vez (Super Bowl XXXI, em 1997), mas seus últimos 3 títulos foram com esta camisa (Super Bowls XXXIX, XLIX e LI, nos anos de 2005, 2015 e 2017). Em 1986, o Patriots participou do Super Bowl XX, e perdeu jogando de vermelho – cor que era o seu uniforme 1 naquela época.

A equipe do Philadelphia Eagles nunca ganhou um Super Bowl. E nas duas vezes que disputou, foi usando a cor Midnight Green, nas edições XV (1981) e XXXIX (2005). Em ambas as ocasiões, o time saiu derrotado, para Oakland Raiders e New England Patriots, respectivamente.

Para se entender a situação das cores usadas no Super Bowl, todo time da NFL possui pelo menos dois uniformes. Um com uma camisa colorida, normalmente nas cores do time, e outro com camisa branca,  mais usado pelos visitantes. A exceção está no Dallas Cowboys, que joga com o uniforme branco inclusive nos jogos em casa. Quase todos os confrontos da liga envolvem um time de camisa colorida contra um de camisa branca. Essa tradição ainda vem do período das transmissões da NFL na TV em preto e branco, nos anos 1950, e se mantém até hoje.

Nas 51 edições anteriores do Super Bowl, os times que jogaram de branco contam com uma ampla vantagem. São 33 vitórias, contra 18 títulos conquistados pelas equipes que jogaram com uniforme colorido.  Em menos de duas semanas, saberemos se a mística que envolve a camisa branca continuará valendo.

O Super Bowl LII será no dia 4 de fevereiro, no US Bank Stadium, em Minneapolis. A partida começa às 21h30 (horário de Brasília), e será transmitida pela ESPN.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Patriots e Eagles serão os protagonistas do Super Bowl LII

Será a segunda vez que Patriots e Eagles se enfrentam na decisão da NFL


Foram quatro meses intensos de temporada regular, e mais três semanas de jogos imprevisíveis nos Playoffs da NFL, para enfim, neste domingo (21), conhecermos os dois participantes do Super Bowl LII. New England Patriots e Philadelphia Eagles venceram as Finais de Conferência, e por causa disso, têm o direito de disputar a glória máxima do futebol americano.

Na decisão da AFC, o Patriots derrotou o Jacksonville Jaguars de virada, em um confronto histórico e muito emocionante. A era de Tom Brady e Bill Bellichick como quarterback e técnico, respectivamente, leva a franquia da Nova Inglaterra ao Super Bowl pela décima vez em sua história. Enquanto na final da NFC, o Eagles conquistou uma esmagadora vitória sobre o Minnesota Vikings, e tenta encerrar o longo jejum sem títulos da liga – a última vez foi em 1960, antes mesmo do Super Bowl existir.

New England Patriots e Philadelphia Eagles voltam a se encontrar em uma decisão. Na temporada 2004-05, o Patriots levou a melhor, vencendo por 24 a 21, no Super Bowl XXXIX. Já neste Super Bowl LII, a partida será no próximo dia 4 de fevereiro, em Minneapolis, estado de Minnesota, no US Bank Stadium. A bola oval começa a voar às 21h30, horário de Brasília, com transmissão da ESPN para o Brasil.

Patriots vira no último quarto, vence Jaguars, e vai para o décimo Super Bowl de sua história


Maior campeão da era Super Bowl, Bill Bellichick vai atrás do seu sexto título como treinador


Entre todos os 32 times da NFL, talvez o New England Patriots foi o que passou por mais situações adversas nesta temporada 2017-18. Para começar, Tom Brady chegou aos 40 anos. Soma isso a lesões de atletas importantes como Julian Edelman e Dont’a Hightower. Acrescentamos ainda graves problemas defensivos nas primeiras semanas, e a saída de seus dois quarterbacks reservas – e que eram potenciais sucessores de Brady. Até mesmo um texto sobre um racha no elenco circulou recentemente.

Nenhuma, nenhuma destas situações abalou a capacidade desta franquia de chegar longe, ter a melhor campanha da Conferência Americana, e mais uma vez, ir para o Super Bowl. Nem mesmo a "Maldição da capa do Madden" atingiu Tom Brady. Contra o Jacksonville Jaguars, na final da AFC, o Patriots teve uma atuação duríssima em um jogo muito equilibrado, mas no último quarto, o time que estava dez pontos atrás no placar reagiu, e virou nos minutos finais. New England venceu por 24 a 20.

Jogando no Gillette Stadium, em Foxboro, o Patriots logo abriu o placar, mas apenas com um field goal de Stephen Gostkowski porque a defesa do Jaguars começou a aparecer. Logo na sequência, Jacksonville se mostrou que faria frente mesmo sem ser a favorita na decisão. O quarterback Blake Bortles (23 passes completos, 293 jardas e 1 TD) passou para o touchdown do tight end Mercedes Lewis. E logo na sequência, o running back Leonard Fournette invadiu a endzone.

New England só conseguiu melhorar ofensivamente no final do primeiro tempo, com Tom Brady (26 passes completos, 290 jardas e 2 TD’s) completando mais lançamentos. O time também sofreu com a ausência do tight end Rob Gronkowski, que foi para o protocolo de concussão. O primeiro TD veio em corrida de James White, deixando a partida em 14 a 10 para Jacksonville.

A segunda etapa foi também com muitas dificuldades ao Patriots. A defesa conseguiu evitar jogadas explosivas do time adversário, anulando também Leonard Fournette. Porém, o ataque era duramente pressionado por uma das defesas mais fortes da liga nesta temporada. O Jaguars ampliou sua vantagem com dois field goals de Josh Lambo.

Já no último quarto, a reação do Patriots quase foi destruída quando Dion Lewis sofreu fumble, mas a defesa evitou que o turnover resultasse em pontos para o time adversário. Na sequência, Brady liderou o time para uma rápida campanha, lançando passes em profundidade e convertendo este drive em um touchdown para o wide receiver Danny Amendola.

O ataque do Jaguars novamente não conseguiu avançar, permitindo ao Patriots uma oportunidade de pelo menos empatar. Mas New England partiu para a virada, em outro passe de Brady para Amendola, dentro da endzone, garantindo a vantagem a pouco mais de dois minutos para o final. Para Jacksonville, o drama veio, pois a equipe precisava de um touchdown para voltar a ficar na frente. Quando já estavam no campo de ataque, em uma quarta descida longa, o passe em profundidade de Blake Bortles foi desviado heroicamente por Stephon Gilmore.

Como o time visitante ainda tinha três timeouts para pedir, o Patriots precisava de um first down para vencer, e foi com Dion Lewis, em uma corrida pelo lado esquerdo, que a primeira descida foi alcançada, garantindo a franquia mais vencedora deste século mais uma ida ao Super Bowl.

É o décimo Super Bowl que o Patriots vai participar. O recorde de participações, que já era de New England, agora se amplia. Atual campeão, o time tenta o segundo título consecutivo na NFL, algo que não acontece desde as temporadas de 2003 e 2004, quando o próprio Patriots obteve tal façanha. Se vencer no dia 4 de fevereiro, a equipe cinco vezes vencedora iguala o feito do Pittsburgh Steelers, o único a ter seis títulos até o momento.

Eagles domina, atropela Vikings, e mantém vivo o sonho de conquistar o primeiro Super Bowl


Nick Foles tem épica redenção, e disputará o título pela primeira vez


Quem acompanha a NFL sabe que é praticamente impossível que exista o time perfeito. Por mais que uma franquia tenha muitas vitórias, e seja presente nos Playoffs de forma constante, sempre haverá algum setor um tanto mais deficiente que os demais. O Philadelphia Eagles desta temporada 2017-18, na maior parte do tempo, era quem estava mais próximo da perfeição. Com uma defesa de excelente qualidade, jogo terrestre fluente, e corpo de recebedores forte, o time parecia imbatível, principalmente com o quarterback Carson Wentz, mas a lesão do camisa 11 transformou o time de favorito a zebra entre os participantes que chegaram a pós-temporada – mesmo este Eagles avançando com a melhor campanha da NFC.

Jogando em seu estádio, no Lincoln Financial Field, o Philadelphia Eagles ignorou o fato de ser azarão. A equipe dominou o Minnesota Vikings, venceu por arrasadores 38 a 7, e se classifica para o Super Bowl como campeão da Conferência Nacional com todos os seus méritos. E mais, chega a decisão mostrando que um time pode sim ir longe mesmo sem seu quarterback titular.

A história de Nick Foles talvez mereça uma biografia no futuro. Selecionado no Draft em 2012 pelo próprio Eagles, e após ter feito uma temporada impecável em 2013, viu sua carreira desmoronar nos anos seguintes. Trocado para o então St Louis Rams, lançou mais interceptações que touchdowns sem nem jogar 16 partidas. Cortado de lá, cogitou a aposentadoria mesmo sendo um atleta jovem. Amargurou 2016 no banco de reservas do Kansas City Chiefs, e nesta atual temporada, retornou à Philadelphia, mas agora para ser reserva de Wentz, e entrou em campo nas últimas semanas como titular. Nesta final de conferência, Foles teve uma atuação excelente, mostrando que aos 28 anos ainda tem potencial para seguir empregado na NFL. Em um retorno memorável, o quarterback vai jogar o Super Bowl após uma brilhante atuação. Contra o Vikings, Foles completou 26 de 33 passes, para 352 jardas e três touchdowns, sendo sim o principal nome do Eagles nesta volta da franquia à decisão.

O jogo começou com o Minnesota Vikings atacando. E em sua primeira campanha, o time visitante, que tentava ser o primeiro a jogar em casa o Super Bowl, abriu o placar. Case Keenum (28 passes completos, 271 jardas, 1 TD e 2 intercpetações) completou um lançamento longo para Kyle Rudolph, e o tight end anotou o primeiro touchdown do jogo. Mas logo na sequência, ainda no primeiro quarto, o Eagles empatou. Patrick Robinson interceptou Keenum, e retornou 50 jardas até alcançar o touchdown.

No segundo quarto, a partida que até então estava empatada, passou a ser dominada por Philadelphia. O running back LeGarrette Blount quebrou tackles e alcançou a endzone com um TD, virando o placar. O Vikings ainda reagiu naquele momento, e chegava nas jardas finais no campo de ataque, mas o sack sofrido por Case Keenum resultou em um fumble recuperado pelos adversários. O turnover se transformou na sequência em um touchdown longo, feito com um belo passe de Nick Foles para Alshon Jeffery. Ainda no primeiro tempo, o kicker Jake Elliott anotou um field goal. Já estava 24 a 7 no intervalo.

A segunda etapa foi ainda mais dominada pelo Philadelphia Eagles. Com Foles inspirado, o time alcançava o campo de ataque com tranquilidade, da mesma maneira em que a defesa neutralizava todas as ações ofensivas do Vikings. No terceiro período, o quarterback lançou para Torrey Smith anotar o touchdown, em uma jogada conhecida como “flea flicker”.  Minnesota ainda chegou na redzone, mas saiu de campo sem pontuar devido a mais um turnover on downs.

No último quarto, Nick Foles lançou para seu terceiro TD, em outro passe para Alshon Jeffery, sacramentando o placar final em 38 a 7. O restante do jogo foi de “Garbage Time”, com os dois times alternando a posse de bola mas sem maiores destaques. Assim, o Eagles, time do técnico Doug Pederson, venceu a NFC pela terceira vez em sua história, e jogará o seu terceiro Super Bowl.

Além da já citada edição 39, o Eagles também foi ao Super Bowl XV, na temporada de 1980, quando perdeu para o Oakland Raiders. A franquia está atrás de seu primeiro título de Super Bowl. Na era antiga da NFL, Philadelphia foi três vezes campeã, nas temporadas de 1948, 1949 e 1960. O Eagles de 2017-18 decolou, e tentará em duas semanas protagonizar o maior voo de sua história.

Resultados das finais de conferência da NFL: 

New England Patriots 24x20 Jacksonville Jaguars

Philadelphia Eagles 38x7 Minnesota Vikings

Super Bowl LII - Domingo, 4/2, às 21h30 (horário de Brasília)


New England Patriots x Philadelphia Eagles

domingo, 21 de janeiro de 2018

Finais de Conferência definem os participantes do Super Bowl LII


Quem conquistar os troféus de campeão da conferência jogará o Super Bowl LII

Chegamos ao momento em que vamos conhecer os protagonistas do Super Bowl LII. Neste domingo (21) teremos as decisões da NFC e da AFC, na última etapa antes da grande decisão. Os dois jogos prometem muito, envolvendo equipes que fizeram por merecer durante a temporada 2017-18 da NFL.

New England Patriots e Jacksonville Jaguars disputam o título da Conferência Americana (AFC), às 18h05 (horário de Brasília). Logo na sequência, às 21h40, Philadelphia Eagles e Minnesota Vikings se enfrentam, para ver quem conquistará a Conferência Nacional (NFC). Os vencedores participam da 52ª edição do Super Bowl, que será no dia 4 de fevereiro, em Minneapolis. Ambas as partidas serão exibidas pela ESPN.

O primeiro duelo será no Gillette Stadium, na casa do New England Patriots. A equipe do quarterback Tom Brady e do técnico Bill Bellichick quer seguir empilhando recordes, e está na final da AFC pelo sétimo ano consecutivo. Se chegar ao Super Bowl, será a décima participação na história da decisão. A franquia, dona de cinco títulos neste século, sempre com Brady e Bellichick, é a única que tem mais de um Troféu Vince Lombardi ainda na disputa.

Com a melhor campanha da Conferência Americana, o Patriots é o favorito, muito por conta da experiência que o elenco tem jogando a pós-temporada. Além do fato de que a franquia perdeu apenas três vezes em seu estádio desde a era Brady/Bellichick. O time está embalado após a esmagadora vitória sobre o Tennessee Titans, na semana passada, com destaque no ataque para James White e Rob Gronkowski, e também com boa atuação defensiva, que aplicou oito sacks, com destaques individuais para Trey Flowers e James Harrison.

Quem tentará derrubar tal favoritismo é o Jacksonville Jaguars, dono de uma das defesas mais intensas da NFL. “Sacksonville” é a líder de toda a liga em sacks, e ainda não enfrentou New England nesta temporada. Calais Campbell, Paul Posluszny, Jalen Ramsey e AJ Bouye são alguns dos principais atores do bom setor defensivo do Jaguars.  A equipe da Florida está na final da AFC pela terceira vez desde que surgiu, e nunca jogou um Super Bowl.

Dos quatro finalistas de conferência, apenas Jacksonville sobreviveu saindo da fase de Wildcard. Tudo começou com um jogo duríssimo contra o Buffalo Bills, e uma vitória sofrida por 10 a 3. Mas na semana passada, a atuação diante do Pittsburgh Steelers foi dominante. Além dos citados destaques defensivos no parágrafo anterior, o quarterback Blake Bortles e o running back Leonard Fournette fizeram um excelente trabalho no ataque, na vitória por 45 a 42.

Na decisão da Conferência Nacional, se enfrentam dois times que nunca venceram um Super Bowl. O Philadelphia Eagles recebe o Minnesota Vikings no Lincoln Financial Field. Este duelo tende a ser muito equilibrado, até porque o Eagles está com Nick Foles como quarterback titular. Na ausência de Carson Wentz, o time merece mais atenção no jogo terrestre no setor de ataque, com os running backs LeGarrette Blount e Jay Ajayi, e na defesa liderada por Derek Barnett e Fletcher Cox.

Philadelphia nunca conquistou o título da NFL desde a criação do Super Bowl, mas a equipe é dona de três títulos no passado, em 1948, 1949 e 1960. O Eagles já participou de dois Super Bowls, nas temporadas de 1980 e 2004, mas em ambas as ocasiões, o time acabou derrotado. Em 2017, a franquia teve uma excelente temporada, e teve a melhor campanha da NFC. Após a vitória sobre o Atlanta Falcons no Divisional Playoffs, Philadelhia vem forte para conquistar a conferência mais uma vez, e chegar na decisão da liga.

E este duelo será contra o Minnesota Vikings, time que jamais foi campeão, e desde o ano de 1977 não joga o Super Bowl (jogou também em 1970, 1974 e 1975) . A franquia também tenta quebrar um tabu. Nunca na história desta decisão um time que foi o mandante da partida se classificou para tal confronto. O Super Bowl LII será no US Bank Stadium. Com a segunda melhor campanha geral da NFC, o Vikings vem mais embalado do que nunca.

Após o “Milagre de Minneapolis”, na semana passada, a franquia de Minnesota vem ainda mais motivada nesta final da NFC. O quarterback Case Keenum faz a temporada da sua vida, e se imortalizou na história da franquia após protagonizar o passe para Stefon Diggs, que resultou em um touchdown no último lance da partida contra o New Orleans Saints. A defesa do Vikings também tem o seu valor, sendo a com menor média de pontos cedidos em 2017, e tem como destaques os jogadores Xavier Rhodes, Anthony Barr e Andrew Sendejo.


As finais de conferência são o último ato antes do Super Bowl. Será uma grande rodada, e ambos os jogos prometem emoção até o fim. 

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

De rejeitados a finalistas de conferência – a história dos quarterbacks sobreviventes na NFL

Nick Foles, Case Keenum, Tom Brady e Blake Bortles: os QB's finalistas de conferência na NFL

Neste domingo (21) vamos conhecer os dois times participantes do Super Bowl LII, isso porque teremos as Finais de Conferência. Ou seja, apenas quatro equipes continuam na temporada da NFL.

Estamos em 2018, mas continuamos na temporada de 2017 da NFL. E neste ano, um  fator curioso envolve a posição mais importante do futebol americano, a de quarterback. Três dos quatro finalistas de conferência nunca venceram o Super Bowl. Ou melhor, sequer chegaram a grande decisão da NFL, nem como titulares e muito menos como reservas. 

Se voltássemos no tempo, e disséssemos lá em 2016 a algum torcedor que Nick Foles, Case Keenum e Blake Bortles estariam entre os quatro QB’s que sobreviveram aos Playoffs até agora, certamente este torcedor diria que estamos loucos. Estes três tiveram carreiras complicadas, sem conseguir uma afirmação em nenhuma equipe. Eram considerados atletas que teriam vida curta na NFL. Até chegarmos a esta temporada, em que, alçados a titularidade sob os mais diversos motivos, deixam seus times a um passo da grande decisão.

A exceção entre os finalistas é Tom Brady, o quarterback do New England Patriots. Brady é um dos maiores da história, o único a conquistar cinco títulos de Super Bowl. Mas até ele já viveu este momento em que seus concorrentes atuais estão passando.

Em 2000, Brady chegou a NFL praticamente como anônimo, na sexta rodada do Draft, precisamente na escolha 199. Ele só estreou de fato em 2001, quando seu antecessor, Drew Bledsoe, se lesionou. De contestado, o quarterback conseguiu o título logo em sua primeira temporada como titular. É o único dos jogadores que estão nas finais de conferência que já levou o Troféu Vince Lombardi. Com 40 anos, Brady continua jogando em alto nível, e tem contrato com New England até 2019.

Agora, falaremos do ponto semelhante que envolve os outros três titulares. Começamos por Blake Bortles, do Jacksonville Jaguars. Apesar de só ter jogado profissionalmente na franquia da Florida, sua titularidade nunca foi uma unanimidade. Bortles foi o primeiro QB escolhido no Draft de 2014, com a terceira escolha geral. Virou titular na semana 3 da sua temporada de estreia, e não foi reserva em nenhum jogo desde então. Porém, sua carreira em Jacksonville é marcada por muitas interceptações lançadas (64 no total).

Antes desta temporada 2017-2018, não era nenhuma certeza de que começaria jogando na semana 1, e só se garantiu em campo porque os reservas não foram bem na pré-temporada. Mesmo sem ter tido números tão expressivos neste ano, enfim conseguiu levar o Jaguars aos Playoffs, tendo algumas boas atuações quando o jogo terrestre não foi tão prolífico no ataque. Por levar sua franquia a final da AFC, Bortles pode pelo menos ter garantido sua permanência por mais alguns anos.

Já os dois quarterbacks finalistas da NFC têm em comum o fato de já terem jogado em três times diferentes – e já foram colegas. Quem está há mais tempo na NFL entre estes é Nick Foles, do Eagles. Sua carreira profissional curiosamente começou na franquia da Philadelphia, selecionado na terceira rodda do Draft, em 2012, jogando em sete partidas. Em 2013, seu segundo ano, Foles teve uma temporada monumental, lançando 27 passes para touchdown e apenas duas interceptações, em números inflacionados por um inovador sistema ofensivo proposto pelo então técnico Chip Kelly. O QB levou o Eagles aos Playoffs daquela temporada. Dali em diante, sua carreira entrou em declínio.

As defesas adversárias se adaptaram a forma como o Eagles de Chip Kelly jogava, e em 2014, suas estatísticas foram reduzidas drasticamente – além de ter jogado apenas oito das 16 partidas naquela temporada. No ano seguinte, Foles foi trocado para o então St Louis Rams, onde lançou mais interceptações que touchdowns, e também não foi titular em todos os jogos. Em 2016, veio a dispensa, e diante da falta de opções no mercado, foi para o Kansas City Chiefs para ser o reserva de Alex Smith. Nesta atual temporada, coube a Foles voltar para o Philadelphia Eagles, mas agora sob a condição de reserva de Carson Wentz. Só foi alçado a titularidade na semana 14, porque Wentz rompeu os ligamentos do joelho. Nick Foles não comprometeu under center, e já classificado, encaminhou o time para a primeira posição da NFC. Agora, finalista da Conferência Nacional, ele pode levar sua franquia ao Super Bowl. Porém, para 2018, o camisa 9 voltará para a reserva, ou então terá de procurar por alguma outra equipe.

Já Case Keenum, o quarterback do Minnesota Vikings, teve uma vida ainda mais difícil na NFL. Nas suas quatro primeiras temporadas como profissional, ele participou de apenas 26 partidas, como titular ou reserva – isso dá menos que duas temporadas completas. O jogador não foi escolhido no Draft, e foi contratado para jogar pelo Houston Texans em 2013, como calouro não-draftado. Ele participou de oito jogos naquele ano, quando a franquia teve a pior campanha de toda a liga. Em 2014, Keenum teve ainda menos oportunidades em campo, em dois jogos, e foi cortado ao final daquela temporada.

O 2015 de Keenum foi semelhante ao de Nick Foles. Ambos foram para o St Louis Rams. Assim, Foles seria o titular, e Keenum o reserva. Naquela época, a franquia tinha Jeff Fischer de treinador, um head coach que teve um trabalho longo mas que envolveu o legado de não contribuir para a evolução de um quarterback. Voltando a Case Keenum, ele foi a campo menos vezes que Foles, mas ficou na franquia após aquele ano. Em 2016, no modificado Los Angeles Rams, ele iniciou o ano como titular – mesmo com a escolha de Jared Goff na primeira posição geral do Draft. Após lançar mais interceptações que touchdowns em 10 jogos, Keenum virou reserva de Goff, e cortado na offseason.

A redenção veio agora, em 2017-2018, pelo Minnesota Vikings. Sua chegada foi para ser reserva de Sam Bradford, mas este se lesionou. Em 14 jogos como titular, Keenum lançou para 22 touchdowns e apenas sete interceptações. Nos Playoffs, após a virada memorável sobre o New Orleans Saints, Case Keenum é o QB que poderá levar o Vikings ao Super Bowl depois de muitos anos. Quanto ao futuro, não há uma ideia sobre o que irá acontecer ao jogador, mas sua carreira na NFL terá agora uma duração um tanto mais longa devido ao excelente ano de 2017.


Os quatro quarterbacks titulares que estão nas Finais de Conferência tiveram caminhadas com muitos obstáculos para chegar até aqui. Brady já é um consagrado, mas também teve um começo difícil, e que cabe ser lembrado. Bortles, enfim, pode se garantir como um franchise quarterback. E Foles e Keenum, de reservas para compor elenco, agora podem ter a chance de se consagrar em equipes que ainda estão atrás de um título nacional. Os jogos deste domingo têm tudo para contar com excelentes histórias. 

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Rodada de Divisional Playoffs tem confrontos espetaculares


Vikings de Case Keenum vencem de forma histórica no último lance (foto: vikings.com)

O segundo final de semana de 2018 ficou marcado pelo Divisional Playoffs, as semifinais de conferência da temporada 2017 da NFL. Os quatro jogos realizados no sábado (13) e domingo (14) contaram com histórias muito interessantes, e agora, estão definidos os finalistas da AFC e da NFC. New England Patriots, Jacksonville Jaguars, Philadelphia Eagles e Minnesota Vikings seguem na disputa, enquanto Tennessee Titans, Pittsburgh Steelers, Atlanta Falcons e New Orleans Saints deram adeus.

Cada confronto contou com uma peculiaridade específica. Tivemos uma virada do Philadelphia Eagles, conquistada mesmo após muita pressão recebida nos minutos finais; uma classificação arrasadora do New England Patriots; um verdadeiro tiroteio ofensivo que resultou na vitória do Jacksonville Jaguars; e um épico confronto vencido pelo Minnesota Vikings em uma jogada incrível no último lance.

As finais de conferência serão no próximo domingo (21). O New England Patriots recebe o Jacksonville Jaguars, na decisão da AFC, às 18h. E às 21h30, o Philadelphia Eagles enfrenta o Minnesota Vikings, pela final da NFC. Quem vencer, jogará o Super Bowl LII, no dia 4 de fevereiro.

Eagles resiste à pressão, e derruba favoritismo do Atlanta Falcons

Nick Foles tem boa atuação, e Eagles volta a decisão da NFC depois de dez anos (foto: philadelphiaeagles.com)


Classificado como o melhor da NFC, o Philadelphia Eagles estreou nos Playoffs sem ser o favorito nas bolsas de apostas contra o Atlanta Falcons – pela primeira vez isso aconteceu. Mas mesmo assim, o time conseguiu a vitória por 15 a 10.

No primeiro tempo do jogo, o Falcons esteve melhor, e vencia por 10 a 9. Matt Ryan, o quarterback de Atlanta, completou 22 passes, para 210 jardas e um touchdown. O TD do Eagles no primeiro tempo foi em corrida de LeGarrette Blount.

Em seu segundo jogo de Playoff na carreira, Nick Foles teve um bom desempenho, mesmo não passando para nenhum touchdown. Ele completou 23 passes para 246 jardas. O time também fluiu nas corridas de Blount e de Jay Ajayi, e o setor defensivo impediu Atlanta de qualquer chance de pontuar. A equipe da Philadelphia virou com dois field goals de Jake Elliott, e nos minutos finais, conseguiu se segurar na defesa, evitando a recepção de Julio Jones em uma quarta descida na endzone.

O Eagles volta a uma final de conferência depois de dez anos. A franquia ainda busca o seu primeiro título de Super Bowl.

Patriots arrasa e vai para a final da AFC pela oitava temporada consecutiva

Time conseguiu vitória esmagadora sobre o Tennessee Titans (foto: patriots.com)


Dos quatro jogos do Divisional Playoffs, o de New England Patriots e Tennessee Titans era o que tinha a maior diferença técnica entre as duas equipes. E em campo, isso se refletiu. O Patriots venceu por 35 a 14, em uma atuação dominante.

A equipe de Tennessee inicialmente chegou a ameaçar New England. Marcus Mariota se movimentava bem pelo pocket, e conseguia lançar passes em profundidade. A recepção do calouro Corey Davis foi o primeiro touchdown do jogo. Mas a partir deste momento, o Patriots controlou o jogo ofensiva e defensivamente. James White, herói do Super Bowl LI, anotou dois touchdowns, um terrestre e um em recepção. Chris Hogan anotou um terceiro TD, recebendo o passe na endzone, e no intervalo já estava 21 a 7.

Enquanto isso, defensivamente, o Patriots fazia um jogo excelente. Foram oito sacks em cima de Mariota, a maior marca da história da franquia. O Titans não conseguia fazer mais nada em campo. New England anotou mais dois touchdowns, em corrida de Brandon Bolden e em passe de Tom Brady para Rob Gronkowski. Na “Garbage Time”, Tennessee ainda descontou com outra recepção de Corey Davis para touchdown. Brady fez mais um excelente jogo, passando para 337 jardas e três touchdowns, se tornando oficialmente o quarterback com mais idade a vencer um jogo de Playoff, aos 40 anos.

O New England Patriots vai para a final da AFC pelo oitavo ano consecutivo, elevando o seu recorde de participações em sequência. A franquia cinco vezes campeã do Super Bowl está em busca de seu sexto título.

Ataque do Jaguars funciona, e derruba Steelers fora de casa

Equipe vai para a final da AFC pela terceira vez em sua história (foto: jaguars.com)

 
Com 87 pontos combinados, o Jacksonville Jaguars venceu um ofensivo duelo contra o Pittsburgh Steelers, por 45 a 42. A partida foi emocionante, protagonizada por excelentes ataques das duas equipes. O quarterback Blake Bortles fez um bom jogo, mostrando que ele também pode ser peça fundamental da franquia, completando 14 passes para 214 jardas e um touchdown. O running back Leonard Fournette conseguiu três TD’s terrestres.

Mesmo fora de casa, quem ditava as regras do confronto era o Jaguars. Leonard Fournette anotou dois touchdowns em menos de dez minutos. Outro running back, TJ Yeldon, também correu para a endzone no primeiro tempo. Com a vantagem em 21 a 0, o Steelers diminuiu com um touchdown de Ben Roethlisberger para Antonio Brown, mas logo na sequência, Big Ben sofreu fumble retornado para TD. Pouco antes do intervalo, o quarterback do Steelers lançou passe na endzone para Martavis Bryant.

Com o placar em 28 a 14 para o Jaguars, o Steelers seguiu reagindo, com mais um touchdown, em recepção de Le’Veon Bell. É comum que, quando há uma reação de um time muito atrás no placar, a equipe em vantagem passe a ter mais dificuldades. Não foi o que aconteceu com Jacksonville. Leonard Fournette foi para a endzone mais uma vez, deixando o jogo em 35 a 21.

Já no último quarto, o Steelers conseguiu mais um touchdown com Antonio Brown, no quarto passe de Roethlisberger para TD. Mas logo na sequência, Blake Bortles lançou para o full back Tommy Bohanon pontuar. Pittsburgh não desistiu, e Le’Veon Bell foi para a endzone de novo, recebendo um passe lateral de Big Ben. Nos minutos finais, o Jaguars anotou um field goal salvador de Josh Lambo. A recepção para TD de JuJu Smith-Schuster foi já nos últimos segundos, mas não deu tempo para o Steelers virar, e perdeu por 45 a 42.

Será a terceira vez na história que o Jacksonville Jaguars chega à final da AFC. Em 1996 e 1999, o time também chegou nesta fase. A franquia da Flórida tenta ir para o Super Bowl pela primeira vez em sua história.

Vikings protagoniza virada épica, e vai para a final da NFC

Recepção de 61 jardas de Stefon Diggs foi o último lance da partida (foto: vikings.com)


“O Milagre de Minneapolis”, é assim que já está sendo chamado o último jogo deste Divisional Playoffs, vencido pelo Minnesota Vikings por 29 a 24 sobre o New Orleans Saints.  A virada memorável coloca a equipe de Case Keenum na final da NFC pela primeira vez desde 2009, e deixa a franquia com esperanças de ser a primeira a jogar o Super Bowl em casa. A decisão da NFL nesta temporada será no US Bank Stadium, em Minneapolis.

A equipe de Minnesota começou dominante. Touchdowns terrestres de Jerrick McKinnon e Latavius Murray, e um field goal de Kai Forbath, deixavam o Vikings com a vantagem em 17 a 0. Drew Brees e seus comandados pouco fizeram no primeiro tempo, indo ao intervalo sem pontuar.

No terceiro quarto, Brees mostrou que aos 38 anos de idade continua sendo um excelente quarterback, lançando dois passes para touchdown de Michael Thomas. A vantagem do Vikings diminuiu para seis pontos, já no quarto período – isso porque Forbath converteu outro chute. O Saints virou com mais um passe de Brees, agora para Alvin Kamara.

A partida passou a ser dramática. Com menos de dois minutos para o final, o Vikings estava a um field goal de virar o jogo. Desta vez, a maldição do chute perdido em Playoff (protagonizada por Gary Anderson em 1998, e Blair Walsh em 2015) não aconteceu. Kai Forbath converteu o chute de 53 jardas.

Mas o jogo não estava garantido. O Saints tinha tempo de sobra para tentar virar. Convertendo quartas descidas, o time se posicionou para o field goal, e Will Lutz acertou, a 25 segundos do fim. New Orleans estava vencendo por 24 a 23. Só um milagre poderia fazer com  que o Vikings avançasse tantas jardas em tão pouco tempo, para pelo menos ter uma chance em um chute. Quando a dez segundos do final, Case Keenum fez um passe curto para Stefon Diggs. O wide receiver percebeu a falha na marcação do Saints, e em vez de sair pela lateral, correu livre por 61 jardas até a endzone, anotando o heroico touchdown que deu a Minnesota uma vitória histórica.


Finalista de conferência, o Vikings ainda não foi campeão do Super Bowl, e tentará o título inédito jogando em casa. Mas antes, ainda há um desafio contra o Philadelphia Eagles.

Resultados dos jogos da fase Divisional Playoffs:

Philadelphia Eagles 15x10 Atlanta Falcons

New England Patriots 35x14 Tennessee Titans

Pittsburgh Steelers 45x42 Jacksonville Jaguars

Minnesota Vikings 29x24 New Orleans Saints

Jogos das finais de Conferência, no dia 21/1:

18h05 – New England Patriots x Jacksonville Jaguars


21h40 – Philadelphia Eagles x Minnesota Vikings