quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Há lendas do esporte que merecem a eterna reverência – e Pelé é uma delas



Quando se fala em "maior atleta de todos os tempos", podem ser mencionados muitos homens e mulheres que fizeram coisas incríveis em seus respectivos esportes, mudando uma cultura local, de um país, ou do planeta inteiro. E em todas as listas entre os maiores, independente da modalidade praticada, um nome está sempre presente nelas. Pelé! Pode-se questionar se ele é o maior de todos os tempos entre todos os esportes, mas dentro do futebol, ele foi único, uma lenda, um cara que foi reconhecido por tudo o que fez em qualquer lugar do planeta Terra em que pisasse. 

E quis o destino que nos momentos finais de 2022, neste dia 29 de dezembro, o Rei do Futebol partiria para a viagem de encerramento de sua passagem por este plano. Pelé faleceu, aos 82 anos, vítima de um câncer, e de outras complicações de saúde. Para o Brasil e o mundo, foi uma lenda do esporte, revolucionando o jeito de jogar futebol, conquistando inúmeros títulos: três títulos da Copa do Mundo com a Seleção Brasileira, dois Mundiais de Clubes, duas Copas Libertadores, seis Campeonatos Brasileiros, onze títulos paulistas (todos pelo Santos), além de um título nacional nos Estados Unidos, pelo New York Cosmos, onde se despediu dos gramados, nos anos 1970. E todas essas conquistas são reunidas em 1.282 gols, algo que nenhum outro jogador, ou jogadora, alcançou.

Por falar em Estados Unidos, quem disse que Pelé não tem ligação com a NFL, liga essa que é o foco principal deste blog? Ele amava futebol americano. E em seus tempos de Cosmos, quando se aproximava do fim da carreira, foi convidado a jogar pelo New York Giants como kicker, mas recusou. Nas palavras dele, em uma postagem nas redes sociais, disse: "eu não acho que me acostumaria a chutar a bola por cima da trave". Quando Tom Brady disse que se aposentaria, em fevereiro – antes de voltar atrás para seguir jogando nesta temporada –, Pelé o homenageou, falando sobre a linda jornada do quarterback no New England Patriots e no Tampa Bay Buccaneers.

Poderão se passar anos, décadas e séculos após o dia de hoje, e mesmo assim, ao se falar de futebol, e dos maiores deste esporte, o nome de Pelé estará presente. Neste dia triste para o esporte, só resta fazer eternas reverências ao maior jogador de futebol todos os tempos. O que Pelé fez no campo – e também fora dele, parando até uma guerra – já o eternizará para sempre. 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Depois do tudo ou nada, a glória: Rams vira no último minuto, e vence o Super Bowl LVI


Time de Los Angeles conquista seu segundo título (foto: Getty Images)


Já dissemos aqui algumas vezes, que na maior parte dos casos, a formação de um time grande na NFL costuma ser um processo longo e trabalhoso, com a aquisição de grandes talentos via Draft, somada às chegadas de alguns craques através de trocas ou entre quem está livre no mercado. Mas há casos em que se tenta encurtar esta trajetória, com ousadas movimentações que almejam o título do Super Bowl em pouco tempo. 

Desde que voltou a jogar em Los Angeles, em 2016, o Rams trocou escolhas altas de Draft, com o objetivo de conquistar o Troféu Vince Lombardi o mais breve possível, unindo atletas jovens de incrível talento a outros veteranos que ainda poderiam mais, e que não estavam rendendo tão bem em seus times anteriores. Em 2019, o titulo da NFL ficou perto de ser alcançado, mas faltava algo a mais para completar este elenco. Com os ajustes feitos, superando adversários mais fortes, e com uma enorme capacidade de recuperação, o "all in", ou o "tudo ou nada", deu certo. Com uma virada no último minuto, o Los Angeles Rams venceu o Cincinnati Bengals por 23 a 20, e levou o Super Bowl LVI.

A partida consagra o fortíssimo elenco de Los Angeles, que coincidentemente jogou a decisão em casa, no SoFi Stadium. Um time formado pelo talentoso quarterback Matthew Stafford, que está na NFL desde 2009, e passou por inúmeros maus bocados enquanto jogava no Detroit Lions, até ser trocado para o Rams e conquistar de cara o título do Super Bowl, passando para 283 jardas, três touchdowns e duas interceptações. É também o Rams do wide receiver Cooper Kupp, que chegou no time via Draft, e hoje é um dos melhores em sua posição em toda a liga, e merecidamente foi eleito o MVP da decisão, com 99 jardas totais, duas recepções para touchdown, incluindo o TD do título. Também lembramos do já lendário defensor Aaron Donald, que fez dois sacks na decisão, e tem seu nome na jogada derradeira. E é o time de outras estrelas que se juntaram nos últimos anos via troca ou contratações de meio de temporada, como a do também wide receiver Odell Beckham Jr, do linebacker Von Miller e do cornerback Jalen Ramsey, e que tem como treinador Sean McVay, o mais jovem a vencer o Super Bowl, com 36 anos. É esta franquia a campeã de 2021/22 da NFL.

É o segundo título de Super Bowl do Rams, o primeiro desde 2000, e o primeiro com a franquia mandando seus jogos em Los Angeles. Além disso, o time é o segundo a vencer o Super Bowl jogando em casa, e repete o feito do Tampa Bay Buccaneers de 2021.  Por outro lado, o Cincinnati Bengals fez um jogo decente, e ameaçou vencer em parte da partida. O quarterback Joe Burrow passou para 263 jardas e um touchdown, mas sofreu sete sacks, um recorde na decisão. O wide receiver Tee Higgins recebeu para 100 jardas e dois TD's (um em passe do running back Joe Mixon), e Ja'Marr Chase recebeu para 89 jardas. O Bengals jogou o terceiro Super Bowl de sua história, e continua sem títulos.

Rams inicia bem

No Super Bowl LVI, as defesas começaram aparecendo nas primeiras posses de bola de Rams e Bengals. Porém, um erro de Cincinnati ao arriscar a quarta descida no meio-campo foi determinante para o placar sair do zero. Matthew Stafford logo conectou um importante passe para Cooper Kupp, e na sequência, fez o lançamento para o wide receiver Odell Beckham Jr anotar o primeiro touchdown do jogo. A reação do Bengals veio logo na sequência, quando Joe Burrow fez um belo passe para Ja'Marr Chase, embora a campanha terminou com um field goal do kicker Evan McPherson.

Entre o final do primeiro período e o início do segundo, o Rams avançou rapidamente pelo campo, até conquistar o seu segundo touchdown, em passe de Stafford para Kupp. A vantagem no placar ficou em 10 pontos, pois houve um fumble na tentativa de extra point. Com a bola nas mãos, o Bengals entrou no jogo com uma campanha bastante demorada, com o running back Joe Mixon sendo mais explorado, alternando com passes curtos de Burrow. Na linha de seis jardas, Cincinnati anotou o seu primeiro TD, mas não com passe do quarterback. Em uma ousada trick play, Burrow entregou para Mixon, que conectou um belo lançamento para Tee Higgins, livre na endzone, marcar o touchdown.  

Pouco antes do intervalo, o jogo parecia mudar de momento, a favor do Bengals, pois Stafford forçou um passe longo, mas acabou interceptado por Jessie Bates. Não houve tempo para que alguém pontuasse e a partida foi para o intervalo com uma curta vantagem do Rams por 13 a 10. Além disso, o time de Los Angeles sofreu uma enorme baixa, já que o wide receiver Odell Beckham Jr machucou o joelho, e não poderia mais continuar em campo.        
Intervalo histórico

Desde que foram reveladas as atrações do Halftime Show do Super Bowl LVI, havia muitas expectativas para a apresentação de Eminem, Snoop Dogg, Dr. Dre, Mary J. Blige e Kendrick Lamar. E todos cumpriram com um dos maiores shows do intervalo de todos os tempos, com diversos clássicos do rap e hip hop apresentados ao vivo. Houve ainda espaço para surpresas, já que 50 Cent também apareceu para a festa. 

Em protesto, Eminem ajoelhou durante o Halftime Show (Foto: Mike Segar/Reuters)


E mesmo que no contrato com a NFL havia uma cláusula proibindo os cantores a fazerem qualquer protesto, teve sim manifestação durante o show. Após cantar "Lose Yourself", ele ajoelhou no palco, em alusão aos protestos antirracistas liderados pelo ex-quarterback Colin Kaepernick. Então jogador do San Francisco 49ers em 2016, ele começou a se ajoelhar no hino americano como forma de se manifestar contra a violência policial contra negros. Após aquela temporada, perdeu seu contrato e nunca mais conseguiu espaço em nenhum time da liga, porém, se tornou símbolo da luta antirracista nos Estados Unidos.

A íntegra do Halftime Show você pode conferir aqui:

Bengals volta com tudo

Quando houve o kickoff de retorno da partida, mal deu tempo dos torcedores se acomodarem no sofá. Na primeira jogada de ataque do Cincinnati Bengals, teve touchdown. Joe Burrow fez um grande lançamento. Tee Higgins se livrou de Jalen Ramsey, e conseguiu um touchdown de 75 jardas – vale ressaltar que deveria ter havido falta na jogada, mas a arbitragem não assinalou. Pela primeira vez, o Bengals liderava no placar, e tinha motivos para comemorar mais, já que Chidobe Awuzie interceptou Matthew Stafford logo na sequência. Apesar do Turnover, o Bengals sofreu com seu setor mais carente, a linha ofensiva, que permitiu cinco sacks em Burrow apenas no terceiro período.

Mesmo com os problemas ofensivos, o Bengals conseguiu pontuar com mais um field goal, ampliando sua vantagem. Porém, o Rams conseguiu reagir, também com um field goal, anotado pelo kicker Matt Gay. A vantagem de Cincinnati era de quatro pontos no momento em que começou o último quarto.

Após várias trocas de posse de bola, enfim, a reação do Rams

Por grande parte do terceiro quarto, e mais da metade do último período, o jogo se resumiu na alternância da posse de bola entre Bengals e Rams, sem grandes avanços nem grandes jogadas. Tudo começou a mudar quando Joe Burrow, ao sofrer o seu sétimo sack na partida, saiu de campo machucado. Ele voltou a jogar, mas não conseguia mais se posicionar para fazer os passes em que fazia ao longo da partida. 

Restando pouco mais de seis minutos para o fim do jogo, o Rams teve a bola mais uma vez. Ainda parecia difícil a reação, pois a defesa do Bengals estava jogando bem. Mas aí a parceria entre Matthew Stafford e Cooper Kupp, que levou este Rams ao Super Bowl, veio para se eternizar na história. Primeiro, apenas com Kupp, que correu com a bola em uma ousada quarta descida arriscada no campo de defesa. Depois, com recepções do camisa 10 após passes precisos do camisa 9. Mas novamente, Cincinnati parecia que daria um freio nesta investida final, até que, o que seria uma quarta descida para o Rams, já a menos de dois minutos para o final, Logan Wilson cometeu falta de interferência de passe, permitindo à Los Angeles a ter mais quatro tentativas para o touchdown. 

Na sequência, veio o TD, mas as faltas de ambos os times anularam o lance. Porém, Eli Apple, do Bengals, fez outra falta. Dado o excesso de erros de Cincinnati, o Rams aproveitou a chance para a virada. Na linha de uma jarda, Stafford passou para Kupp, e foi confirmado o touchdown. Era a virada por 23 a 20, a 1:29 do final da partida.  

Com dois touchdowns, Cooper Kupp foi eleito o MVP da partida


Coube ainda uma última chance para o Bengals. O time até tentou, mas a defesa de Los Angeles, com Von Miller e, principalmente, Aaron Donald, estava sedenta pelo título. Na quarta e última descida de Cincinnati, Joe Burrow estava na iminência de ser derrubado de novo por Donald, jogou a bola fora e errou o passe. Era o fim da festa. O Los Angeles Rams garantia o título do Super Bowl LVI.

Título coroa uma forte geração

Desde 2017, quando Sean McVay virou treinador do Rams, já era nítida a mudança de patamar da franquia. Mas ainda faltava a aquisição de grandes talentos para formar um elenco completo. Desde 2016 que Los Angeles não escolhe na primeira rodada do Draft, e isso seguirá até 2024. Pode não ter sido o caminho normal de evolução de uma equipe, mas valeu a pena. A recompensa foi justa ao vencer um Super Bowl com todos os seus méritos. 

Herói da jogada derradeira, Aaron Donald pode estar se aposentando

Resta agora a dúvida sobre o futuro da equipe. Jogadores como Von Miller e Odell Beckham Jr podem sair, por estarem em final de contrato. Há a possibilidade de Aaron Donald e o offensive tackle Andrew Withworth se aposentarem. Pode ser que haja uma reformulação do elenco para a próxima temporada, ou pode até mesmo ser que os atletas que poderão sair acabem ficando com contratos reestruturados. Mas esta conversa poderá vir mais para frente. Agora, o momento da torcida ainda é de comemoração pelo título da NFL.

domingo, 13 de fevereiro de 2022

É dia de Super Bowl LVI: Bengals e Rams medem forças pelo título da NFL

SoFi Stadium, em Los Angeles, recebe Bengals e Rams

Chegou a hora de acompanharmos o Super Bowl LVI! Neste domingo (13), às 20h30, a bola oval começa a voar para a grande decisão da NFL, entre Cincinnati Bengals e Los Angeles Rams. A partida no SoFi Stadium, área metropolitana de Los Angeles, promete, em um duelo entre dois times que se reestruturaram de diferentes formas para brigarem pelo Troféu Vince Lombardi nesta noite. O jogo terá a transmissão no Brasil pela ESPN2, RedeTV!, Star+ e NFL Game Pass.

Em busca do primeiro título

Bengals retorna ao Super Bowl após 33 anos

O Cincinnati Bengals tentará seu primeiro título neste domingo. A franquia do estado de Ohio vai para o terceiro Super Bowl em sua história, e nas duas ocasiões anteriores, perdeu para o San Francisco 49ers, em 1982 e 1989. O time do técnico Zac Taylor vem em franca ascensão. Após ser o pior de toda a NFL em 2019, com a chegada de nomes como o quarterback Joe Burrow e o wide receiver Ja'Marr Chase, o elenco se estruturou para se tornar uma emergente força da Conferência Americana (AFC). E com todos os seus méritos, retornaram aos Playoffs em 2021/22 após seis anos, e derrotaram grandes equipes na pós-temporada: o Las Vegas Raiders, o Tennessee Titans e o Kansas City Chiefs (os dois últimos, fora de casa). 

Nas casas de apostas, o Bengals não é o favorito. Mas não há como menosprezar o time que derrotou gigantes na temporada regular e nos Playoffs. O time de Cincinnati forma um grande elenco, tanto no ataque com Joe Mixon e Tyler Boyd, como na defesa, com Eli Apple, e nos times especiais, como  o kicker Evan McPhearson, que anotou dois field goals da vitória somente nesta pós-temporada. A capacidade de reação nos últimos jogos mostrou que podem fazer uma grande partida, e se conquistarem o título, ele virá por seus próprios méritos.

Tudo ou nada, de novo

Rams tentará o bicampeonato jogando em casa

O Los Angeles Rams do técnico Sean McVay se mostrou nos últimos anos ser uma das grandes forças da NFC, a Conferência Nacional. Recentemente, chegaram ao Super Bowl pela última vez em 2019, mas aquela derrota para o New England Patriots foi frustrante, fazendo com que a franquia voltasse suas atenções para o mercado para voltar à decisão da NFL com outro "all in", ou, como falamos em português, no tudo ou nada. Através de trocas, em 2021, o time adquiriu o quarterback Matthew Stafford, o running back Sony Michel e o linebacker Von Miller. Além disso, a franquia da Califórnia contratou também o wide receiver Odell Beckham Jr, que se juntam a outros grandes atletas como o wide receiver Cooper Kupp, e os defensores Aaron Donald e Jalen Ramsey.

Mesmo com todo o favoritismo, o Rams vai à campo com os pés no chão, para que não joguem mal diante de uma possível soberba. A franquia foi campeã do Super Bowl apenas no ano 2000, e, além do bicampeonato, tenta o primeiro título sendo um time de Los Angeles. É a quinta vez que o Rams vai para o Super Bowl. Além do título de 2000, o Rams foi vice-campeão em 1980, 2002 e 2019. Além disso, o time de Los Angeles tentará repetir o feito do Tampa Bay Buccaneers em 2021, de ganhar o Super Bowl em casa, embora o time da NFC usará os vestiários de visitante nesta semana em razão do rodízio de mando de campo nas decisões entre as conferências.

Super show no intervalo

É normal que no Super Bowl muita gente queira ver por causa do Halftime Show, que é o show do intervalo. Neste ano, a exibição promete muito, com grandes astros do rap e hip hop dos Estados Unidos. O show será feito por Snoop Dogg, Eminem, Dr. Dre, Mary J. Blige e Kendrick Lamar, todos juntos e misturados. 

Vocês sabem que a cultura pop no Super Bowl está cada vez mais presente. E neste Super Bowl LVI, fora de campo, o Brasil também está presente. A cantora Anitta, que recentemente lançou nos Estados Unidos a música "Boys Don't Cry", entrou também na onda do Super Bowl. A própria já disse que está ficando com um jogador do Bengals, e no sábado (12), divulgou fotos e fez um show vestida com o uniforme da equipe de Cincinnati, com o número do wide receiver Tyler Boyd. Com a chegada dela, muitos fãs da cantora pretendem acompanhar a partida. E já deixamos bem claro que todos estes serão bem-vindos pela comunidade da NFL no Brasil.

Na TV aberta

A ESPN é tradicionalmente a casa do Super Bowl no Brasil, exibindo a decisão da NFL desde 1993 (com algumas exceções). E em 2022, a presença do canal na partida entre Bengals e Rams está confirmada, na ESPN2, com a narração de Fernando Nardini e os comentários de Paulo Antunes. 

Mas o alcance da NFL em nosso país, que já é bom, ficará ainda melhor. A RedeTV! exibirá a partida final pela primeira vez em sua história, garantindo a volta do Super Bowl na TV aberta. O jogo será narrado por Marcelo do Ó e os comentários de Gabriel Golim. 

Na TV aberta, o Super Bowl já foi exibido pela Band e pela extinta TV Manchete, entre os anos 1980 e 1990. A última emissora com sinal liberado a exibir o jogo foi o extinto Esporte Interativo, entre 2012 e 2017, embora o sinal fosse mais restrito às antenas parabólicas com sinal via satélite. 

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Maratona NFL - Temporada 2021/22, Episódio 21 - o Super Bowl LVI na opinião de torcedores de Bengals e Rams


Está no ar uma das grandes edições tradicionais do Maratona NFL. É o podcast pré-Super Bowl com torcedores dos finalistas. Ruan Nascimento e Carlos Oliveira conversaram com os torcedores Rafael, do Cincinnati Bengals, e Gustavo, do Los Angeles Rams. Eles falaram sobre suas expectativas para o Super Bowl LVI, que será neste domingo (13), às 20h30, com transmissão da ESPN 2 e da RedeTV!. 

Ouça o podcast conosco, através do Anchor



segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Bengals e Rams viram no final, vencem suas conferéncias, e estarão no Super Bowl LVI

Bengals retorna ao Super Bowl após 33 anos

Janeiro é o mês dos Playoffs da NFL, dos deliciosos jogos eliminatórios, que muitas vezes são imprevisíveis e se eternizam na memória dos fãs da bola oval. Com 14 times em disputa do título, no Wildcard, difícil é prever quem será o campeão, mas sempre há apostas em uns cinco ou seis times. Mas apesar de ambos os protagonistas do Super Bowl LVI terem bons elencos, há três semanas, não dava pra imaginar que as duas franquias que terminaram em quarto na temporada regular derrubariam prognósticos para chegar até a decisão da NFL.

Foi isso que Cincinnati Bengals e Los Angeles Rams fizeram neste domingo (29), ao bater Kansas City Chiefs e San Francisco 49ers, respectivamente, nas finais de conferência, e confirmarem presença no Super Bowl LVI, em 13 de fevereiro, no SoFi Stadium, área metropolitana de Los Angeles. Bengals e Rams se superaram ontem, arrancaram viradas, e agora, estão a um jogo do Troféu Vince Lombardi. A equipe vencedora coroará uma surpreendente, e brilhante trajetória na temporada 2021/22.

O Bengals, de Joe Burrow, Ja'Marr Chase e do kicker draftado (sempre ressaltado pela franquia) Evan McPhearson, conseguiu uma histórica virada fora de casa. Para o Chiefs, perdiam de 21 a 3, aproveitaram-se da moleza de Kansas City para matar o jogo, e viraram na prorrogação para a vitória. Já o Rams de Matthew Stafford, Cooper Kupp e Aaron Donald, enfrentou em casa o San Francisco 49ers. Sofreu muito com a defesa adversária, mas no final também engatou a virada. São estes dois vencedores que dispitarão o título da NFL em duas semanas. Veja como foi cada partida nos parágrafos a seguir. 

Bengals aproveita de falhas do Chiefs, vence de virada, e volta ao Super Bowl após 33 anos

Em sua segunda temporada como profissional, o quarterback Joe Burrow estará no Super Bowl LVI


A temporada 2021/22 do Cincinnati Bengals já era de muitas superações, fruto de uma rápida e incrível recuperação via Draft. Em 2019, o time treinado pelo técnico Zac Taylor foi o pior de toda a NFL. Com isso, selecionaram na primeira escolha geral do Draft o quarterback Joe Burrow, em 2020. Em 2021, também no Draft, reforçaram o ataque com Ja'Marr Chase, que foi parceiro de Burrow no College Football. E com estes e outros talentos, o time conseguiu voltar aos Playoffs depois de seis anos de ausência. Cincinnati voltou a vencer nos Playoffs, o que não ocorria desde 1991. E ao bater de forma épica o Kansas City Chiefs fora de casa, por 27 a 24, retornam ao Super Bowl depois de 33 anos após vencer a AFC.

Não foi um confronto fácil. No primeiro tempo, o Chiefs dominou com três touchdowns, em passes de Patrick Mahomes. A equipe de Kansas City parecia que teria uma vitória fácil, pois vencia por 21 a 3 no segundo quarto. Mas quando o jogo estava 21 a 10, um erro estratégico custou muito caro, ao tentar um TD perto do intervalo com um passe lateral, em vez de chutar um field goal. 

No segundo tempo, Mahomes parou de jogar bem, sendo neutralizado pela defesa de Cincinnati, enquanto no ataque, Joe Burrow, Joe Mixon e Ja'Marr Chase comandaram a equipe para o empate. A virada veio ainda no tempo regulamentar, mas o Chiefs empatou no último segundo com um field goal. Na prorrogação, a defesa interceptou Patrick Mahomes, cabendo ao ataque do Bengals fazer uma campanha perfeita, para colocar o kicker calouro Evan McPhearson em posição tranquila para chutar o field goal que quebrou a ausência de 33 anos longe da decisão da NFL.

O Cincinnati Bengals tentará neste Super Bowl LVI conquistar o seu primeiro título de Super Bowl. A equipe foi duas vezes para a decisão, em 1982 e 1989, e em ambas as oportunidades, perdeu para o San Francisco 49ers. Agora, têm a chance de quebrar o jejum de títulos.

Defesa decide no final do jogo, e Rams jogará o Super Bowl em casa

Cooper Kupp foi um dos destaques da vitória do Rams


Desde que o Rams foi para Los Angeles, a franquia se reforçou para ser a grande força da NFC, e da NFL como um todo. Com o técnico Sean McVay, que treina o time desde 2017, a possibilidade de lutar pelo título do Super Bowl se tornou possível, com um elenco forte ofensiva e defensivamente. No ataque, nomes como Cam Akers, Cooper Kupp, e o recém chegado wide receiver Odell Beckham Jr. Na defesa, além dos incríveis Aaron Donald e Jalen Ramsey, o time adquiriu Von Miller também. Mas faltava um quarterback para ser o protagonista desta franquia, que esteve no Super Bowl pela última vez há pouco tempo, em 2019. E Matthew Stafford foi este homem, chegando à Los Angeles após uma troca com o Detroit Lions. Este elenco de estrelas teve percalços, mas venceu o San Francisco 49ers por 20 a 17, e representará a NFC no Super Bowl LVI.

Matthew Stafford tem redenção da sua carreira, ao levar o Rams ao Super Bowl


Foi um jogo bem mais parelho que a decisão da AFC. Foi o próprio Rams quem começou vencendo, com um belo passe de Stafford para Cooper Kupp abrir o placar. Mas o 49ers não desistiu facilmente. O quarterback Jimmy Garoppolo fazia um bom jogo, e deu o passe para o TD do empate, com Debbo Samuel recebendo o lançamento. A virada, com field goal de Robbie Gould, veio pouco antes do intervalo.

Na etapa complementar, a situação parecia mais favorável ao 49ers, já que a defesa interceptou Matthew Stafford, e na sequência, Garoppolo anotou mais um TD, em passe para George Kittle. Mas a reação veio na etapa final, com mais um TD em passe de Stafford para Kupp, e dois field goals do kicker Matt Gay, o último, já a menos de dois minutos para o final. Ainda houve tempo para uma última tentativa de San Francisco, mas Aaron Donald estava forçando o sack em Jimmy Garoppolo, que, para não ser derrubado e o relógio correr, lançou um passe no desespero, e foi interceptado por Travin Howard. O turnover sacramentou a vitória do Rams, e a classificação para o Super Bowl. 

Jogada decisiva de Aaron Donald levou o Rams ao Super Bowl



Será a quinta vez na história que o Rams jogará o Super Bowl. A franquia participou da decisão em 1980, 2000, 2002 e 2019, com o seu único título há 22 anos atrás. Matthew Stafford, embora com uma longeva carreira na NFL, jogando profissionalmente desde 2009, vive o seu ápice em Los Angeles, pois em seus anos de Detroit Lions, nunca havia vencido nos Playoffs, e agora estará no Super Bowl. Além disso, o Los Angeles Rams será o segundo time na história a jogar a decisão em casa, um ano após o Tampa Bay Buccaneers ter realizado tal façanha.

Super Bowl LVI

A grande decisão será no dia 13 de fevereiro, às 20h30, pelo horário de Brasília. Na TV brasileira, o jogo será transmitido pela ESPN 2. A partida entre Cincinnati Bengals e Los Angeles Rams será no SoFi Stadium, na área metropolitana de Los Angeles. Será o primeiro Super Bowl em LA desde 1993.

domingo, 30 de janeiro de 2022

Todo ciclo glorioso tem o seu fim: 22 anos depois, Tom Brady anuncia sua aposentadoria

Tom Brady conquistou sete títulos de Super Bowl


Na vida, nada é eterno. Por mais que um ciclo seja lindo e maravilhoso, uma hora, ele acaba. Até casamentos de décadas acabam, seja através de um divórcio ou quando uma pessoa deste casal falece. A eternidade não é algo pertencente a este plano. Se em todos os aspectos de nossas vidas, é impossível que algo seja para sempre, no esporte, isso não seria diferente. Principalmente quando se trata de um super atleta, que, por mais que sua rotina de exercícios e alimentos seja impecável, ainda este super atleta é um ser humano. E que ser humano! Tom Brady teve uma carreira invejável, de incríveis 22 anos atuando em alto nível, com sete títulos de Super Bowl, três vezes eleito MVP, 15 nomeações ao Pro Bowl. Tem o recorde histórico de passes para touchdown, jardas passadas, vitórias de jogos, vitórias em Playoffs, e muitos outros. E neste sábado, 29 de janeiro, tomou-se conhecimento de que esta brilhante carreira terá o seu ponto final, com o anúncio feito pelo próprio nesta terça-feira, 1° de fevereiro.

A informação foi noticiada originalmente por dois dos principais nomes da mídia dos Estados Unidos que cobrem a NFL: Adam Schefter, da ESPN, e Ian Rapoport, do NFL Network. E nesta terça-feira, Brady, de 44 anos, fez o comunicado em suas redes sociais, agradecendo à sua família, amigos e companheiros de Tampa Bay Buccaneers, seu último time, e em outra postagem, ao New England Patriots, onde atuou por 20 anos.

A despedida de Tom Brady marca o fim da carreira do maior jogador de futebol americano de todos os tempos. Brady sairá de cena para ser imortalizado no Hall da Fama em breve, e como um dos maiores atletas de todos os tempos de todos os esportes, ao lado de Pelé, Lewis Hamilton, Serena Williams, Michael Jordan e muitos outros. 

22 anos de sucesso

A carreira de Brady foi marcada por um alto nível jamais visto no futebol americano, porque não houve declínio físico como com outros grandes jogadores. É bem verdade que o seu começo na NFL não foi com brilho e com altas expectativas, após ter jogado em Michigan no futebol americano universitário. Em 2000, ele foi selecionado no Draft pelo New England Patriots com a escolha de número 199, na sexta rodada, e precisando disputar para ser o primeiro quarterback reserva, já que naquela época, o Patriots tinha um quarterback titular, que era Drew Bledsoe. Foi também o primeiro ano do técnico Bill Bellichick no comando da franquia.

Em 2002, Brady, e o Patriots, foram campeões do Super Bowl pela primeira vez


Em 2001, a carreira de Brady, e a história do New England Patriots, mudou. Após Bledsoe se lesionar na segunda rodada, Brady virou titular, e aos poucos, foi mostrando que tinha um imenso talento na posição. Brady nunca mais foi o reserva, e levou New England ao Super Bowl XXXVI. Contra o St Louis Rams, o camisa 12 comandou uma das mais incríveis campanhas para a vitória já vistas, com o time avançando pelo campo com menos de um minuto e meio para o final, e deixar a equipe em posição para o field goal do título, em fevereiro de 2002. Tom Brady foi eleito o MVP da decisão, e nascia ali uma dinastia.

Apesar de a temporada de 2002 ter terminado sem ida aos Playoffs, o Patriots, e Brady, conquistaram juntos mais dois títulos nas duas temporadas seguintes, derrotando nas decisões Carolina Panthers e Philadelphia Eagles, respectivamente. O jogador foi se tornando cada vez mais importante para a equipe, que poderia mudar os atletas em outras posições, mas continuava em alto nível por causa de seu quarterback. Em 2007/08, Brady foi eleito o MVP da NFL pela primeira vez, ao liderar uma campanha invicta por New England. Mas aquela campanha incrível terminaria decepcionante, com a derrota no Super Bowl para o New York Giants, no Super Bowl XLII.

Perder aquela decisão trouxe alguns pontos de interrogação em muitos analistas sobre a carreira de Brady, se talvez não poderia haver um declínio já ali, após três títulos de Super Bowl. Para piorar, a temporada de 2008 começou com Brady rompendo os ligamentos do joelho, e ficando de fora de todo aquele ano. Mas 2009 veio para ser uma breve redenção, com o quarterback levando o prêmio de Comeback Player Of The Year, voltado a quem se lesionou e depois retornou a jogar em alto nível. 

Mesmo com mais de 30 anos, o jogador seguiu em alto nível. Foi o MVP da temporada de 2010, e em 2012, foi a outro Super Bowl, de novo com derrota para o New York Giants. A falta de novos títulos de Super Bowl parecia ser um indicativo de que sua carreira já estivesse próxima do final, principalmente após o mau início da temporada de 2014/15. Mal os torcedores, e os críticos, soubessem, mas aquela temporada terminaria com um épico título de Super Bowl, vencido sobre o Seattle Seahawks (aquele do passe na linha de uma jarda), com mais uma incrível atuação de Tom Brady, eleito o MVP, e sendo o terceiro QB na história a ter quatro títulos.

Em 2015, Brady conquistou seu quarto Super Bowl (dez anos depois do último título)

Brady já era o maior quarterback do New England Patriots, e um dos maiores da história da NFL, mas aí veio outro percalço. Ele foi punido com seis jogos de suspensão – depois reduzidos a quatro – por supostamente saber que as bolas usadas pelo Patriots na final da AFC de 2015 (um jogo antes do Super Bowl XLIX) estavam mais murchas que o normal. O camisa 12 apelou da pena na justiça comum, mas teve de cumprir a punição em 2016. 

Quando voltou, retornou para se tornar ainda mais incrível. No final daquela mesma temporada, já em 2017, esteve no Super Bowl LI contra o Atlanta Falcons, e liderou a maior das viradas de todos os tempos em Super Bowls, quando o Patriots perdia de 28 a 3, e virou para 34 a 28 na prorrogação. Brady se tornou o primeiro QB a vencer cinco Super Bowls. Com 40 anos, na temporada 2017, se tornou o mais velho a ser o MVP da temporada, mas no Super Bowl LII, veio a derrota para o Philadelphia Eagles.

Contra o Atlanta Falcons no Super Bowl LI, Tom Brady liderou a maior virada da história dos Super Bowls


A incrível carreira de Tom Brady não teve declínio, porque já em 2019, o Patriots foi a outro Super Bowl, e venceu o Los Angeles Rams. O quarterback se tornou o primeiro atleta da NFL a vencer seis vezes esta decisão, contribuindo com uma dinastia do Patriots que tornava a franquia a maior campeã da era Super Bowl. O camisa 12 não queria deixar de vencer. Nunca quis deixar o topo. Já tinha vencido tudo o que podia pela franquia de Foxboro. Estava eternizado. E por isso, considerou que era necessária uma mudança de ares.

A saída do quarterback anunciada em março de 2020 para o Tampa Bay Buccaneers só não foi um baque maior para a comunidade da NFL porque o mundo inteiro estava em pânico com o início da pandemia da Covid-19. A gratidão dos torcedores do Patriots foi tanta que foi uma saída sem mágoas, sem tristezas, por tudo o que o camisa 12 fez por lá. Em Tampa, de início, pensava-se que o ciclo incrível no Patriots não se repetiria por lá. Após uma derrota na semana 1 de 2020, houve quem disse "bem-vindo à NFC", como se tudo o que ele fez em New England fosse irrelevante por causa da Conferência Americana, a AFC, ser "mais fraca", na visão destes críticos. Ledo engano. O Buccaneers de Brady foi muito bem, pois a equipe se estruturou para ser forte. E terminou com domínio na NFC, conquistando o Super Bowl LV, em 2021, com uma atuação tranquila sobre o Kansas City Chiefs. Estava realizado, e com mais títulos que qualquer franquia da NFL na era Super Bowl.

Ao lado de Rob Gronkowski, Tom Brady conquistou o seu sétimo Super Bowl, pelo Tampa Bay Buccaneers



Ainda quis mais, pois tinha contrato para fazer mais nesta sua última temporada, em 2021, com direito a um jogo contra o New England Patriots em pleno Gillette Stadium, vencido pela equipe de Tampa. Brady jogou muito bem, mesmo com o Buccaneers desfalcado por lesões, e problemas extra-campo. O camisa 12 foi o líder em passes para touchdown (43) e em jardas aéreas lançadas (5.316). Vale lembrar, ele fez isso com 44 anos! Merece ser o MVP desta última temporada, pelos recordes em idade avançada, e por ter se vacinado contra a Covid-19. Nos Playoffs, contra o Los Angeles Rams, quando tudo parecia perdido, por 27 a 3, comandou uma incrível campanha para empatar o jogo a menos de um minuto para o final. Mas a derrota veio no último segundo, não por sua culpa. O último jogo profissional de Tom Brady foi digno de Tom Brady. 

O futuro

Tom Brady deixará  NFL com o recorde de títulos de Super Bowl (7, mais do que qualquer equipe), de MVPs em Super Bowls (5), passes para touchdown (624), vitórias como quarterback (243), jardas lançadas (84.520), e muito mais. Sairá eternizado como o maior quarterback de todos os tempos. Será difícil ultrapassá-lo, mas não importa.

Fora do futebol americano, provavelmente vai ficar em casa, e curtir mais a sua vida com sua esposa, a modelo brasileira Gisele Bündchen, e os filhos. Vai saber se não morará no Rio Grande do Sul? Em 2018, ele esteve em Porto Alegre e assistiu a um clássico Gre-Nal, recebendo uma camisa do Grêmio. Mas seja onde for, será um descanso merecido. Foram 22 anos muito intensos, e agora, é só curtir os próximos anos.

Gratidão

Agora é a parte que falo como torcedor. Eu, Ruan Nascimento, torço para o New England Patriots, e muito é por causa de Tom Brady. O primeiro jogo de NFL que eu vi foi com ele em campo, o Super Bowl XLII, mas juro que não entendi nada daquela partida. Passei a acompanhá-lo mesmo na temporada de 2011, e virei torcedor do Patriots mesmo com a derrota em outro Super Bowl. Brady me ensinou a nunca desistir dos meus objetivos. Talvez por causa dele vocês estão vendo este texto. Celebrei cada título que pude ver de sua carreira, até mesmo o do Buccaneers.

Quando falar para as próximas gerações que verão a NFL, falarei de tudo o que Brady fez pelo futebol americano. Muito obrigado, Tom! Você é a inspiração de milhões, e agora merece aproveitar tudo o que construiu. Que carreira hein! 

*Publicado originalmente em 30 de janeiro, e atualizado em 1° de fevereiro, quando houve o anúncio em definitivo da aposentadoria de Tom Brady.

sábado, 29 de janeiro de 2022

Maratona NFL, temporada 2021/22, episódio 20: expectativas para as finais de conferência


Chegamos à 20ª edição desta temporada do Maratona NFL. Ruan Nascimento e Carlos Oliveira debateram sobre as expectativas para as Finais de Conferência deste domingo (30), entre Kansas City Chiefs e Cincinnati Bengals, pela AFC, e entre Los Angeles Rams e San Francisco 49ers, pela NFC. Houve também comentários sobre os épicos duelos do Divisional Round da semana passada.

No podcast desta semana, também houve espaço para falar sobre os outros times. Você confere as análises sobre os novos treinadores anunciados por três equipes. O New York Giants contratou Brian Daboll para o cargo, ele que era o coordenador ofensivo do Buffalo Bills. O Denver Broncos anunciou como head coach Nataniel Hackett, que foi coordenador ofensivo do Green Bay Packers. E o Chicago Bears contratou como treinador Matt Eberflus, ex-coordenador defensivo do Indianapolis Colts. 

Além disso, o programa debate sobre uma aposentadoria confirmada, a do quarterback Ben Roethlisberger, que jogou no Pittsburgh Steelers entre 2004 e 2022, e foi campeão dos Super Bowls XL (2006) e XLIII (2009). E também, sobre a informação divulgada pela CBS de que Tom Brady pode estar se aposentando após a derrota do Tampa Bay Buccaneers para o Los Angeles Rams.

Ouça o podcast pelo Spotify, pelo Apple Podcasts, pelo Google Podcasts, ou em demais plataformas, pelo Anchor.

Ou, se preferir, ouça abaixo:

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Rams e Chiefs vencem históricos duelos das semifinais de conferência da NFL

Patrick Mahomes e Josh Allen deram uma verdadeira aula de futebol americano

O domingo de NFL foi épico! Se estávamos empolgados com os dois primeiros jogos das semifinais de conferência, decididos com field goals ao zerar o cronômetro, os duelos de ontem foram ainda mais insanos. Tivemos uma quase virada sofrida pelo Los Angeles Rams sobre o Tampa Bay Buccaneers, até que Cooper Kupp fez heróicas recepções para evitar uma traumática derrota, e confirmar a classificação até a final da NFC ao vencer por 30 a 27. E tivemos um duelo incrível entre Kansas City Chiefs e Buffalo Bills, que teve três touchdowns a menos de dois minutos para o final, e terminou a prorrogação com vitória de Kansas City por 42 a 36.

Com os resultados deste final de semana, as finais de conferência estão definidas. No próximo domingo, o Kansas City Chiefs jogará contra o Cincinnati Bengals, às 17h05, pelo título da AFC. E às 20h40, é a vez de Los Angeles Rams e San Francisco 49ers duelarem pelo título da NFC. Quem vencer estes dois jogos irá para o Super Bowl LVI, no dia 13 de fevereiro, no SoFi Stadium, na área metropolitana de Los Angeles.

Para quem não viu estes jogos, nos parágrafos seguintes, vamos resumir como foram estas partidas históricas. Confira!

Rams flerta com o fiasco, se recupera, e derruba Buccaneers fora de casa

Rams de Cooper Kupp voltam à final da NFC após três anos


Contra os atuais campeões do Super Bowl, o Los Angeles Rams começou dominante em campo. O ataque liderado pelo quarterback Matthew Stafford estava impecável no primeiro tempo. O wide receiver Cooper Kupp também jogava muito desde o início. E a defesa de Aaron Donald e Von Miller castigou muito o quarterback Tom Brady, do Buccaneers. O atropelo parecia iminente no intervalo, que estava 20 a 3, e poderia ter sido mais se não fosse o fumble de Cam Akers na linha de uma jarda.

No segundo tempo, o Rams ampliou com outro TD, deixando o jogo em 27 a 3. Daquele momento em diante, tudo em Los Angeles começou a ruir, e o Buccaneers começou a reagir. Tom Brady comandou uma linda reação, que lembrou a do Super Bowl LI, quando ele, pelo Patriots, liderou a histórica virada sobre o Atlanta Falcons após o time estar perdendo por 28 a 3. E o empate chegou a acontecer, com o TD de Leonard Fournette há poucos segundos do final. Aí Stafford encontrou Cooper Kupp em dois lindos lançamentos, garantindo que o kicker Matt Gay evitasse uma virada inacreditável, para anotar o field goal da vitória de Los Angeles por 30 a 27. O Rams volta à final da NFC após três anos, e tenta seu segundo título de Super Bowl.

Mahomes e Allen brilham, e Chiefs vence Bills na prorrogação após uma épica batalha

Com touchdown de Travis Kelce na prorrogação, Chiefs vence histórica batalha contra o Buffalo Bills


Antes mesmo do jogo entre Kansas City Chiefs e Buffalo Bills começar, já se sabia que o jogo poderia ser o mais parelho das semifinais de conferência. E foi assim desde o início, com ambos os times se alternando na liderança do placar, mas sem nenhum tomar distância no placar. Se sabia que o duelo iria ser dramático até o fim. Mas jamais imaginávamos que seria tanto assim.

Como a ideia deste texto é que ele seja curto, falaremos dos minutos finais. O Chiefs vencia o Bills por 26 a 21. Josh Allen, o quarterback, estava em uma situação difícil, precisando de um touchdown, em uma quarta descida para 13 jardas. A menos de dois minutos para o final, o Bills conseguiu o first down, e Gabriel Davis anotou o touchdown da virada. A conversão de dois pontos mudava de ares e o Bills liderava por 29 a 26. Mas era tempo demais para Patrick Mahomes, que conectou passes gigantes, e Tyrek Hill anotou o touchdown que deu a vantagem para Kansas City. Acabou? Que nada! Josh Allen jogou muito de novo, e a 18 segundos do final, passou para outro touchdown. Mas aí, Mahomes garantiu outro grande passe para Travis Kelce, suficiente para o kicker Harrison Buttker anotar o field goal do empate. Uma batalha linda demais!

Na prorrogação, o Chiefs teve a primeira posse de bola. Goste-se ou não, a regra é: se o primeiro time a atacar conseguir um touchdown, este vence o jogo. E o Chiefs fez a lição de casa. Mahomes encontrou Kelce no fundo da endzone para a vitória de Kansas City. Josh Allen fez um jogo épico, mas por conta da regra do tempo extra, não teve a oportunidade de fazer alguma coisa na prorrogação. A NFL precisa mudar esta regra. Agora, o Chiefs está na final da AFC pelo quarto ano seguido, e tenta chegar ao Super Bowl pela terceira temporada consecutiva. 

domingo, 23 de janeiro de 2022

Bengals e 49ers vencem fora de casa, e vão para as finais de conferência

Field goal de Robbie Gould garantiu a vitória do 49ers sobre o Green Bay Packers


A segunda fase dos Playoffs da NFL começou neste sábado (22) com dois jogos emocionantes. Pelas semifinais de conferência, o Divisional Round, Cincinnati Bengals e San Francisco 49ers bateram Tennesssee Titans e Green Bay Packers, respectivamente. Ambos os jogos foram bastante defensivos, e decididos em field goals. O Bengals derrotou o Titans por 19 a 16, enquanto o 49ers venceu o Packers por 13 a 10. 

Mesmo tendo chegado aos Playoffs com a melhor campanha de suas conferências, Packers e Titans perderam no mesmo dia. É a primeira vez, desde 2011, que o melhor time da NFC e da AFC caem no Divisional Round. 

A equipe de Cincinnati aguarda o resultado de Kansas City Chiefs e Buffalo Bills para saber quem enfrenta na final da AFC. Pela NFC, o 49ers conhecerá seu adversário do duelo entre Tampa Bay Buccaneers e Los Angeles Rams. Por terem melhor campanha que os dois times vencedores do sábado, quem vencer nos duelos deste domingo (23), jogará em casa nas finais de conferência. Confira abaixo um resumo dos dois jogos.

Defesa aparece no fim do jogo, e Bengals elimina Titans

Joe Burrow sofreu com sacks, mas está na final da AFC junto com o Cincinnati Bengals (Foto: Getty Images)

Foi um duelo muito defensivo entre Tennessee Titans e Cincinnati Bengals, que venceu por 19 a 16.  Mesmo sem lançar touchdowns, tendo uma interceptação e sofrendo impressionantes nove sacks, o quarterback Joe Burrow fez um bom jogo, lançando para 348 jardas, sendo decisivo para os quatro field goals que seu time fez durante em campo. 

Mas a defesa do Bengals também chamou a atenção. Contra o forte ataque do Tennessee Titans, e com o retorno do running back Derrick Henry, a equipe visitante freou as ações ofensivas de Tennessee, que mesmo em casa, não conseguiu se destacar. Ryan Tannehill foi interceptado em seu primeiro passe. E no último quarto, com o jogo empatado, uma interceptação decisiva colocou Cincinnati no meio do campo. Coube a Joe Burrow fazer o passe derradeiro para Ja'Marr Chase colocar o time em posição para o field goal derradeiro do kicker Evan McPhearson, e sacramentar a vitória.

A equipe de Cincinnati, que na semana passada encerrou um jejum de 31 anos sem vitórias nos Playoffs, agora volta a final da AFC depois de 33 anos. O Bengals segue vivo para tentar a conquista de seu primeiro título de Super Bowl.

 

Special teams de Green Bay vacila, e 49ers vence jogo dramático sob a neve

Na gelada Green Bay, quem levou a melhor foi o 49ers (foto: Getty Images)

Ter a melhor campanha dá o direito de jogar os Playoffs sempre em casa. E sabemos que no futebol americano, o fator local ajuda muito no mata-mata. Mas não foi o caso do último jogo deste sábado Em uma noite muito fria, com neve e temperatura de -7 graus, o San Francisco 49ers, da quente Califórnia, bateu o Green Bay Packers em pleno Lambeau Field. A equipe teve muitas dificuldades ofensivas, mas conseguiu frear o bom ataque adversário, e se aproveitou das falhas do special teams de Green Bay, decisivas para a vitória por 13 a 10.

Melhor time da temporada regular pela NFC, o Green Bay Packers começou bem, anotando um touchdown logo em sua primeira campanha. E parou ali. Os passes do  quarterback antivacina Aaron Rodgers geravam avanços, mas a defesa do 49ers evitava qualquer possibilidade de ampliação no placar. Por outro lado, o ataque do QB Jimmy Garoppolo fluía apenas no jogo terrestre, pois o camisa 10 de San Francisco demorou a engrenar. 

Com a vantagem em 7 a 0, o special teams do Packers cometeu o primeiro vacilo ainda antes do intervalo, quando o kicker Mason Crosby teve uma tentativa de field goal bloqueada. Depois, o mesmo setor, que só aparece em jogadas de chutes, falhou cedendo um grande retorno de Debbo Samuel, que garantiu que o 49ers anotasse os primeiros pontos da partida. A gota d'água veio já perto do fim da partida, quando o punter Corey Bojorquez foi devolver a bola ao 49ers, e ficou tão desprotegido como alguém que não toma a vacina contra a Covid-19. Seu chute foi bloqueado e facilmente retornado para touchdown de San Francisco. No final, a defesa do 49ers cometeu mais um sack em Rodgers, e  Garoppolo acertou passes bons para colocar o time em posição para chutar um field goal. Coube a Robbie Gould anotar o chute para a vitória.

Cinco vezes campeão do Super Bowl, o 49ers volta a uma final de conferência para tentar o seu sexto título. Há dois anos que a franquia de San Francisco não chegava tão longe na NFL.

Jogos de domingo

Hoje, a rodada começa às 17h, com o Tampa Bay Buccaneers recebendo o Los Angeles Rams. Às 20h30, tem a última partida do Divisional Round, entre Kansas City Chiefs e Buffalo Bills. Ambos os jogos têm a transmissão da ESPN2. 

O Super Bowl LVI será no dia 13 de fevereiro, no SoFi Stadium, na área metropolitana de Los Angeles. 

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Semifinais de conferência prometem grandes jogos neste final de semana



Se a rodada do Wildcard pode ter decepcionado os fãs no quesito emoção, neste sábado (22) e domingo (23), com as semifinais das conferências da NFL, tudo pode ser diferente. Sobraram apenas oito equipes brigando pelo Super Bowl LVI, e em todos os jogos, há grandes expectativas para jogos emocionantes.

Quem abre os trabalhos desta fase de mata-mata é Tennessee Titans e Cincinnati Bengals, às 18h30. Na sequência, às 22h15, é a vez de Green Bay Packers e San Francisco 49ers. No domingo, o primeiro jogo do dia será entre Tampa Bay Buccaneers e Los Angeles Rams, às 17h, e às 20h, tem Kansas City Chiefs e Buffalo Bills.

No primeiro confronto, o Tennessee Titans, que enfrenta o Cincinnati Bengals, virá com elenco completo à campo. Inclusive, com a volta do running back Derrick Henry, que ficou afastado nas últimas semanas por lesão. Por sua vez, o Bengals vem embalado com a vitória sobre o Las Vegas Raiders, que quebrou um jejum de 31 anos sem triunfos na pós-temporada. 

Assim como o Titans, o Green Bay Packers folgou no Wildcard, e agora volta à campo para enfrentar o San Francisco 49ers em um gelado Lambeau Field. A equipe de Green Bay é a favorita, mas a possibilidade de neve pode deixar o jogo imprevisível, mesmo com o 49ers tendo um clima totalmente oposto do que estão acostumados quando estão em casa. 

Promete ser um grande jogo entre Tampa Bay Buccaneers e Los Angeles Rams. Tanto a equipe de Tom Brady quanto a de Matthew Stafford chegaram à pós-temporada com relativa tranquilidade. Pode ser o grande jogo da rodada a nível de emoção.

E para completar o final de semana, tem o duelo de Kansas City Chiefs e Buffalo Bills. A situação de ambos nestes Playoffs é de vir de vitórias tranquilas na semana anterior. Espera-se um confronto emocionante liderados pelos quarterbacks Patrick Mahomes e Josh Allen.

Todos os quatro jogos do Divisional têm transmissão da ESPN2. Na semana passada, o canal do grupo Disney passou por uma reformulação em suas nomenclaturas. A marca ESPN Brasil deixou de existir, e agora é apenas ESPN, com programação parecida a do canal antigo (com o futebol sendo praticamente 100% da prioridade). A ESPN2 agora é o canal que fará os jogos da NFL e demais esportes americanos. O canal que era a ESPN2 agora é ESPN3. A Fox Sports não existe mais, e virou ESPN4. Apesar de não haver mais Fox Sports, o canal Fox Sports 2 ainda existe.



domingo, 16 de janeiro de 2022

Bengals e Bills vencem na abertura dos Playoffs de 2021/22 da NFL

Bills dominou Patriots anotando touchdowns em todas as suas campanhas (foto: AP)

Dois jogos abriram a fase de Wildcard dos Playoffs da NFL neste sábado (15). Cincinnati Bengals e Buffalo Bills venceram os seus duelos contra Las Vegas Raiders e New England Patriots, respectivamente. Os confrontos marcaram o início do super final de semana, com seis partidas eliminatórias até esta segunda-feira (17). 

Neste domingo, outras três partidas dão continuidade à pós-temporada. Às 15h, o Tampa Bay Buccaneers enfrenta o Philadelphia Eagles. Às 18h30, é a vez de Dallas Cowboys e San Francisco 49ers. E finalizando a rodada, às 22h15, tem Kansas City Chiefs e Pittsburgh Steelers.

Veja abaixo como foram as partidas deste sábado.

Em final dramático, Bengals vence Raiders, e quebra jejum de 31 anos

Joe Burrow (9) e Ja'Marr Chase foram os destaques da partida (foto: Getty Images)

O que você fazia em janeiro de 1991? Talvez muitos aqui nem nascidos eram, como o meu caso. Foi há 32 anos a última vez que o Cincinnati Bengals teve uma vitória na pós-temporada. Era o jejum mais longo sem vitórias nos Playoffs entre todos os times da NFL. Neste sábado, a equipe derrotou o Las Vegas Raiders por 26 a 19, e continua na disputa por seu primeiro título de Super Bowl.

Fazia muito tempo que ambos os times não jogavam os Playoffs – Bengals em 2016 e Raiders em 2017. Era também a estreia dos quarterbacks titulares na pós-temporada, tanto de Joe Burrow quanto de Derek Carr (há cinco anos, Carr havia se lesionado na temporada regular). Em campo, o equilíbrio se manteve praticamente o tempo inteiro, com vantagem maior para a equipe de Cincinnati, que por várias vezes, estava com vantagem de mais de uma posse de bola.

Mas no último quarto, o Raiders cresceu em campo, e ameaçou a vitória que parecia tranquila do Bengals. O time de Las Vegas ficou perto de anotar um touchdown a segundos do final, até que Germaine Pratt anotou a interceptação derradeira da partida. Entre os destaques de Cincinnati, está o quarterback Joe Burrow, com dois passes para touchdown, e do wide receiver Ja'Marr Chase, que não anotou TD, mas conseguiu 116 jardas de recepção.

Bills amassa Patriots com vitória maiúscula

Com cinco passes para touchdown, Josh Allen (17) comandou a vitória de Buffalo sobre New England


Apesar de serem rivais de AFC Leste, Buffalo Bills e New England Patriots nunca haviam se encontrado nos Playoffs até este sábado. Na temporada regular, cada equipe tinha vencido um jogo. Esperava-se por um duelo parelho no Highmark Stadium, mas o que se viu foi um impressionante domínio do Bills, ante uma fraca defesa do Patriots. O placar final foi de 47 a 17. Uma surra sem precedentes.

Simplesmente, o Buffalo Bills anotou touchdown em todas as suas campanhas ofensivas, a exceção das ajoelhadas da vitória a menos de dois minutos para o final, com o duelo já decidido. O quarterback Josh Allen passou para 308 jardas e cinco touchdowns, dois deles recebidos por Dawson Knox, e um recebido por Gabriel Davis, Emmanuel Sanders e Tommy Doyle – que é de linha ofensiva. A defesa do Patriots praticamente olhou o time de Buffalo jogar. Houve ainda outros dois TDs terrestres de Devin Singletary. Foi a primeira vez na história da pós-temporada que um time anotou touchdowns nos sete primeiros drives.

Único calouro estreante nos Playoffs, Mac Jones, do New England Patriots, fez um jogo decente. Antes do atropelo de Buffalo, ele comandou uma ótima campanha que terminou em interceptação de Micah Hyde, numa jogada em que o mérito é maior ao defensor do que falha do ataque (por muito pouco não foi touchdown no lance). Jones lançou para 232 jardas, dois TDs e duas interceptações. Mas diante de uma defesa tão fraca, não pôde fazer muita coisa frente ao Bills. 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Jogos insanos e zebras surpreendentes - a histórica semana 18 de 2021/22 da NFL

De forma dramática, Raiders vence Chargers e confirma a classificação aos Playoffs após cinco anos


Em 102 anos de NFL, nunca uma temporada regular havia terminado na semana 18. Neste sábado (8) e domingo (9), isso ocorreu pela primeira vez, com uma insana última rodada da primeira fase da competição. 

Foram definidos os últimos três classificados aos Playoffs, que iniciam no próximo sábado (15). San Francisco 49ers, Las Vegas Raiders e Pittsburgh Steelers conseguiram avançar na semana 18, e se juntam a Teneessee Titans, Kansas City Chiefs, Cincinnati Bengals, Buffalo Bills, New England Patriots, Green Bay Packers, Dallas Cowboys, Tampa Bay Buccaneers, Los Angeles Rams, Arizona Cardinals e Philadelphia Eagles. Um destes 14 times será o campeão do Super Bowl LVI, em 13 de fevereiro, no SoFi Stadium, na região metropolitana de Los Angeles.

A rodada derradeira teve duelos dramáticos, classificações emocionantes e uma eliminação inacreditável. Abaixo, listaremos os principais fatos dos últimos jogos da temporada regular de 2021/22.

Um Sunday Night Football digno de Playoffs

Las Vegas Raiders e Los Angeles Chargers fotam a campo no Sunday Night Football para o tudo ou nada. Quem vencesse, iria aos Playoffs, e eliminaria o rival. O jogo foi insano do início ao fim, com destaque para o dramático último quarto.

O Raiders vencia o jogo por 29 a 14, faltando pouco mais de cinco minutos. O quarterback Justin Herbert, do Chargers, comandou uma incrível reação, convertendo quartas descidas e empatando o jogo a dois segundos do final. Na prorrogação, o drama persistiu, com um field goal para cada lado. Mas ao final do jogo, o time de Las Vegas, do QB Derek Carr, se superou e venceu por 35 a 32. O Raiders volta aos Playoffs após cinco anos de ausência, e será a primeira vez que Carr jogará uma partida de mata-mata (em 2017, estava machucado). Já o Chargers se despediu da competição.

Classificação surpreendente, e carreira de Big Ben continua por mais um tempo

O Pittsburgh Steelers desta última temporada começou cambaleante. Tudo conspirava para uma eliminação melancólica, naquela que provavelmente é a última temporada da carreira do quarterback Ben Roethlisberger, o Big Ben. Em algum momento, as chances de ida aos Playoffs eram de 2% apenas.

Mas os demais resultados nas últimas semanas deram vida à Pittsburgh, que viajou até Baltimore para enfrentar o Ravens precisando vencer para seguir sonhando com alguma coisa. A vitória veio de forma dramática, também na prorrogação, por 16 a 13, mas a franquia ainda dependia de outros resultados. A classificação só se confirmou após o Sunday Night Football vencido pelo Raiders.

Lanterna da liga ajuda Pittsburgh

Mas de todos os resultados favoráveis ao Steelers, nenhum deles foi tão surpreendente quanto a vitória do Jacksonville Jaguars sobre o Indianapolis Colts por 26 a 11. Aliás, só foi possível que Pittsburgh sonhasse com Playoffs se acontecesse uma derrota do Colts. Bastava que a equipe de Indianapolis vencesse para confirmar a classificação à pós-temporada.

O resultado foi a maior surpresa da semana, já que o Jaguars só tinha duas vitórias em 2021/22. O Colts de Carson Wentz e Jonathan Taylor terá de olhar a pós-temporada pela TV. Já a equipe de Jacksonville termina o ano com a pior campanha de toda a NFL pelo segundo ano seguido, pois nesta mesma semana 18, o Detroit Lions também venceu. A primeira escolha geral do Draft de 2022 vai para o Jaguars.

49ers consegue grande virada e confirma a classificação

Não era uma situação fácil a do San Francisco 49ers. No papel, o time dependia apenas de suas forças para avançar. Mas na prática, o duelo era contra o poderoso Los Angeles Rams, que brigava pelo título da NFC Oeste com o Arizona Cardinals. E assim começou o drama de San Francisco. Com Jimmy Garoppolo de quarterback titular, o time penou no primeiro tempo, e chegou a estar perdendo por 17 a 0. A derrota tiraria o 49ers da disputa, já que o New Orleans Saints vencia o Atlanta Falcons com relativa tranquilidade. 

A reação do 49ers começou a partir do terceiro quarto. Garoppolo começou a acertar mais passes decisivos, com Brandon Ayiuk, Debbo Samuel e Jauan Jenkins sendo seus principais recebedores. O Rams ainda liderou no placar novamente no final da partida, mas o empate aconteceu pouco antes do encerramento do tempo regulamentar. Na prorrogação, o field goal do kicker Robbie Gould, e a interceptação de Emmanuel Moseley em cima do quarterback Matthew Stafford confirmaram a vitória por 27 a 24, permitindo a San Francisco jogar a próxima fase. 

Outros resultados

As demais equipes classificadas também jogaram. Houve quem poupou atletas em parte da partida, encerrando a temporada regular com derrota, casos de Green Bay Packers, Cincinnati Bengals e Philadelphia Eagles, que perderam para Detroit Lions, Cleveland Browns e Dallas Cowboys, respectivamente. Se na NFC o Packers já tinha garantido o primeiro lugar, na AFC, ainda havia a disputa pela primeira posição geral, que foi confirmada para o Tennessee Titans, que venceu o Houston Texans por 28 a 25. O Kansas City Chiefs, que ainda brigava pelo primeiro lugar, também venceu na semana 18, derrotando o Denver Broncos por 28 a 24. 

O Arizona Cardinals brigava pelo título da NFC Oeste, mas acabou ficando com uma das vagas de Wildcard porque perdeu para o Seattle Seahawks por 30 a 20. Atual campeão do Super Bowl e vencedor da NFC Sul nesta temporada, o Tampa Bay Buccaneers venceu o Carolina Panthers por 41 a 17. E pela AFC Leste, o Buffalo Bills confirmou o título, ao vencer o New York Jets por 27 a 10, enquanto o New England Patriots perdeu para o Miami Dolphins por 33 a 24. 

Nos duelos entre eliminados, além da já citada vitória do Jaguars sobre o Colts, teve também a vitória do Washington Football Team (que terá seu novo nome anunciado no mês que vem) sobre o New York Giants por 22 a 7; a vitória do Minnesota Vikings sobre o Chicago Bears por 31 a 17; e a vitória do New Orleans Saints sobre o Atlanta Falcons por 30 a 20.

Técnicos demitidos

A segunda-feira após o final da temporada regular é marcada pelo dia em que cabeças rolam em equipes que não foram bem no ano. Quatro técnicos foram demitidos após a semana 18. Ainda no domingo (9), o Denver Broncos anunciou a saída do técnico Vic Fangio. E nesta segunda (10), também perderam o emprego os treinadores Matt Nagy, do Chicago Bears, Brian Flores, do Miami Dolphins, e Mike Zimmer, do Philadelphia Eagles. Também foram demitidos os general managers Ryan Pace e Rick Spielman, do Bears e Vikings, respectivamente.

Com as quatro demissões confirmadas, até agora, seis times perderam seus treinadores em 2021/22. O primeiro a cair foi Jon Gruden, que pediu demissão do Las Vegas Raiders após a revelação de e-mails em que era racista, homofóbico e misógino. E recentemente, Urban Meyer foi dispensado do Jacksonville Jaguars, após uma série de problemas de relacionamento entre ele e os jogadores que comandava.

E os Playoffs?

Fiquei muito tempo ausente do Left Tackle Brasil por causa de algumas questões pessoais, mas não esqueceria da sequência da temporada. A partir deste sábado (15), começa o super final de semana do Wildcard, a primeira fase da pós-temporada, com seis jogos eliminatórios. Dois deles ainda serão no sábado. No domingo (16), mais três partidas, nos moldes daquela maratona linda de duelos dominicais que já estamos acostumados, e na segunda-feira (17), um Monday Night Football dos Playoffs. Apenas Green Bay Packers e Tennessee Titans folgam, e entram em campo apenas no Divisional Round, a fase semifinal das conferências.

Todos os jogos terão a transmissão dos canais ESPN para o Brasil, que a partir do próximo domingo, passam por uma mudança em seus nomes. O canal que antes era a ESPN Brasil passa a ser apenas a ESPN. O canal ESPN passará a ser ESPN2. A atual ESPN2 se transformará em ESPN3. A Fox Sports, que exibiu alguns jogos da NFL em 2021, virará a ESPN4. Apenas o Fox Sports 2 permanecerá com o mesmo nome. 

Confira abaixo as datas, horários e transmissões dos Playoffs

Sábado, 15/1

18h30 – Cincinnati Bengals x Las Vegas Raiders (ESPN)

22h15 – Buffalo Bills x New England Patriots (ESPN)

Domingo, 16/1

15h – Tampa Bay Buccaneers x Philadelphia Eagles (ESPN)

18h30 –Dallas Cowboys x San Francisco 49ers (ESPN)

22h15 – Kansas City Chiefs x Pittsburgh Steelers (ESPN)

Segunda-feira, 17/1

22h15 – Los Angeles Rams x Arizona Cardinals (ESPN2)