sexta-feira, 12 de março de 2021

Análises dos premiados no NFL Honors pela temporada 2020/21

Aaron Rodgers foi eleito o MVP da temporada (foto: Matt Ludtke/AP)

Se o Super Bowl é o ápice do futebol americano para qualquer equipe e qualquer jogador, individualmente, o NFL Honors traz a completa premiação para os destaques individuais da temporada. No dia 6 de fevereiro, véspera do Super Bowl LV, conhecemos os eleitos do Oscar da NFL. Por conta de todo o clima com a decisão da National Football League, vencida pelo Tampa Bay Buccaneers por 31 a 9 contra o Kansas City Chiefs, optei por falar destes nomeados individualmente em uma publicação seguinte ao confronto decisivo ocorrido no mês passado.

Provavelmente você já sabe que o Aaron Rodgers foi o MVP, ou que Justin Herbert foi eleito o Calouro Ofensivo do Ano, e está tudo bem em ter o conhecimento destas informações. E aqui neste conteúdo, falaremos exatamente sobre o porquê de estes e demais atletas e membros da comissão técnica terem sido escolhidos os melhores em suas funções. Curiosamente, nenhuma pessoa do Tampa Bay Buccaneers e nem do Kansas City Chiefs foi nomeada, apesar de que isso não diminui a grande campanha do campeão e vice do Super Bowl, respectivamente. Veja abaixo a lista e nossas análises.

Calouro Ofensivo do Ano

Herbert foi o grande destaque do Los Angeles Chargers na temporada (foto: Harry How/Getty Images)

Escolhido: Justin Herbert, quarterback do Los Angeles Chargers

Ele foi o terceiro quarterback escolhido no Draft de 2020, na sexta posição geral do recrutamento, após as nomeações de Joe Burrow, pelo Cincinnati Bengals, e de Tua Tagovailoa, pelo Miami Dolphins. Justin Herbert foi selecionado para ser o sucessor de Philip Rivers no Los Angeles Chargers, após este ter feito história na franquia e ir para o Indianapolis Colts em sua última temporada na carreira. 

O novo QB do Chargers seria reserva nas primeiras semanas, mas após o médico da equipe perfurar o pulmão de Tyrod Taylor, então titular, Herbert foi alçado para jogar na semana 2 a minutos da partida contra o Kansas City Chiefs. E foi muito bem! Não só neste duelo como em vários outros ao longo da temporada regular. Nos 15 jogos em que atuou, Herbert passou para 4336 jardas, 31 touchdowns e 10 interceptações. A franquia de Los Angeles terminou em terceiro em sua divisão, com campanha de 7-9, insuficiente para ir aos Playoffs. Porém, o desempenho de seu quarterback, escolhido o Calouro Ofensivo do Ano, dá sinais de esperança para os próximos anos.

Calouro Defensivo do Ano

Young fortaleceu o setor defensivo da franquia de Washington (foto: Getty Images)

Escolhido: Chase Young, defensive end do Washington Football Team

Chase Young foi a segunda escolha geral do Draft passado, e as análises prévias do recrutamento já indicavam que ele tinha potencial de ser um grande jogador. Na temporada regular, jogando pelo Washington Football Team, correspondeu bem às expectativas. O jovem atleta foi um dos melhores do setor defensivo da franquia, e nas 15 partidas em que atuou, fez 42 tackles ao todo, com 7,5 sacks e 4 fumbles forçados. Young foi peça fundamental para contribuir com a classificação de seu time até a pós-temporada. Washington não frequentava os Playoffs desde a temporada de 2015.

Assistente Técnico do Ano

Escolhido: Brian Daboll, coordenador ofensivo do Buffalo Bills

Daboll contribuiu para o fortalecimento do ataque do Bills (foto: USA Today Sports)

A carreira de Brian Daboll na comissão técnica é de mais de 20 anos, seja pelo High School, College Football e NFL. Já foi cinco vezes campeão do Super Bowl como assistente no New England Patriots. Como coordenador ofensivo do Buffalo Bills desde 2018, não é a primeira vez que ocupa esta função. Porém, Daboll nunca havia sido escolhido o melhor auxiliar de toda a liga.

Junto com o técnico Sean McDermott, Daboll auxiliou na revolução ofensiva do time, que mudou seu patamar desde a escolha do quarterback Josh Allen no Draft de 2018. Em 2020, a equipe avançou para os Playoffs pela segunda vez consecutiva, e chegou até a final da AFC, quando saíram derrotados pelo Kansas City Chiefs. Além disso, o Bills desta última temporada foi o vencedor da AFC Leste, divisão a qual o time não vencia desde 1995.

A eleição é feita com base apenas no desempenho da temporada regular, mas aqui cabe destacar que também poderia ser premiado como Assistente Técnico do Ano o coordenador defensivo do Tampa Bay Buccaneers, Todd Bowles, por transformar a defesa do time campeão do Super Bowl LV como uma potência. Vale lembrar que este setor não cedeu nenhum touchdown ao Chiefs na decisão. Mas a escolha de Daboll também foi uma boa decisão.

Técnico do Ano

Treinador foi o responsável por recolocar o Browns nos Playoffs após 18 anos (foto: Michael Ainsworth/AP)
Escolhido: Kevin Stefanski, treinador do Cleveland Browns

Depois de 14 temporadas como funcionário do Minnesota Vikings (ocupando diversos cargos até ser efetivado como coordenador ofensivo em 2019), Kevin Stefanski se mudou para o Cleveland Browns com um imenso desafio. Em seu primeiro ano como head coach, tinha a missão de colocar a franquia novamente nos Playoffs, o que não acontecia desde 2002. 

E conseguiu isso logo de cara. O Browns finalmente conseguiu jogar bem depois de tantos anos tentando sua reconstrução e com diversas trocas de treinador. A equipe de Baker Mayfield, Myles Garrett, Nick Chubb e Jarvis Landry conseguiu 11-5 na temporada regular, e nos Playoffs, foi além, conseguindo uma enorme vitória sobre o Pittsburgh Steelers. O time acabou caindo na fase seguinte para o Kansas City Chiefs, mas nada que apagasse o grande ano de Stefanski, eleito o melhor técnico de forma merecida.

Comeback Player Of The Year

Atleta passou por 17 cirurgias até retornar aos gramados (foto: Justin Aller/Getty Images)

Escolhido: Alex Smith, quarterback do Washington Football Team

Em 2018, Alex Smith sofreu um tackle e foi para o chão. Os médicos da equipe de Washington rapidamente o atenderam, e viram que havia uma grave lesão na perna. Imediatamente o levaram para o hospital. Uma cirurgia de emergência foi feita, até a descoberta que o problema era ainda maior, devido a uma infecção bacteriana grave. E assim iniciou uma saga que envolveu a luta pela vida do atleta, que quase veio à óbito, e que após sobreviver, por muito pouco não precisou amputar a perna. Quase dois anos depois, além das 17 cirurgias de recuperação, o jogador voltou a entrar em campo.

Na recente temporada, Smith participou de oito partidas apenas. A maioria delas como titular. Ele passou para 1.582 jardas, 6 touchdowns e 8 interceptações. Apesar dos números, o Washington Football Team cresceu com ele em campo. Com Alex Smith de titular, o time teve cinco vitórias e uma derrota. E mesmo que a equipe não fosse aos Playoffs (foi campeã da divisão e eliminada no Wildcard), depois de tudo o que o camisa 11 passou, não teria como o prêmio Comeback Player Of The Year ser para outra pessoa. O prêmio é destinado para quem retornou à liga jogando bem após uma grave lesão no ano anterior.

No entanto, para 2021 o destino de Smith é incerto. Washington confirmou que dispensará ele nesta Offseason. Aos 36 anos, ele ainda pretende continuar jogando na NFL e continuar com sua saga de superação.

Jogada da Temporada

Lance derradeiro deu ao Arizona Cardinals a vitória contra o Buffalo Bills na temporada regular (foto: Christian Petersen/Getty Images)

Lance escolhido: A Hail Mary lançada pelo quarterback do Arizona Cardinals, Kyler Murray, para o wide receiver DeAndre Hopkins, garantindo a vitória contra o Buffalo Bills

Nos últimos anos, o nome de Aaron Rodgers, o quarterback do Green Bay Packers, virou sinônimo de Hail Mary. Até mesmo o apelido de Hail Rodgers ele chegou a ganhar, por ter sido o protagonista de três lances assim entre as temporadas de 2015 e 2016. Porém, em 2020, Rodgers ganhou um concorrente em lançar passes em profundidade no apagar das luzes. Kyler Murray, que fez uma ótima temporada pelo Arizona Cardinals, apesar da ausência nos Playoffs, protagonizou o gigantesco momento da equipe, ao lançar para DeAndre Hopkins anotar o touchdown da vitória sobre o Buffalo Bills.


 A Hail Mary é uma jogada que só é usada em situações extremas. Ela consiste em um passe gigante do quarterback para a endzone, normalmente nos últimos segundos da partida, para que alguém receba para touchdown. Raramente dá certo, mas quando dá certo, o lance vira memorável. A jogada se chama Hail Mary por causa de Roger Staubach, quarterback do Dallas Cowboys nos anos 1970, que anotou um TD desta maneira. Ao explicar o lance, Staubach disse que jogou a bola para o alto e rezou uma Ave Maria para ver se dava certo. Ave Maria em inglês é... Hail Mary. O nome se popularizou e até hoje é utilizado na NFL.

Jogador Defensivo do Ano

Defensor do Rams leva o prêmio pela terceira vez (foto: Stephen Brashear/AP)


Escolhido: Aaron Donald, defensive tackle do Los Angeles Rams

Se fecharmos os olhos para citar nominalmente os dez melhores defensores da NFL na atualidade, sem pensar muito e independente da posição, o nome de Aaron Donald estará na lista. Na liga desde 2014, quando foi selecionado pelo Rams, Donald não ficou de fora de nenhum jogo. Soma-se isso ao fato de que, com a nomeação de 2020 como o Jogador Defensivo do Ano, recebe este prêmio individual pela terceira vez na carreira, assim como em 2017 e 2018. 

Nesta última temporada, Aaron Donald teve 44 tackles totais, com quatro fumbles forçados e 13,5 sacks. Sua escolha como melhor atleta de defesa da temporada não chegou a ser uma unanimidade, pois concorreu com o defensive end do Pittsburgh Steelers, TJ Watt. Porém, esta nomeação continua sendo merecida.

Jogador Ofensivo do Ano

Escolhido: Derrick Henry, running back do Tennessee Titans

Henry se tornou o oitavo na história a correr para 2000 jardas em uma única temporada (foto: Wade Payne/AP)

Normalmente este prêmio é dado ao MVP da temporada. Mas desta vez, quem levou a melhor como Jogador Ofensivo do Ano não foi eleito como o melhor de toda a liga. Derrick Henry, o running back do Tennessee Titans, fez a melhor temporada de sua carreira. O camisa 22 correu para impressionantes 2.027 jardas, e para 17 touchdowns. Henry se tornou o oitavo na história da NFL a correr para mais de 2 mil jardas. 

Desde 2016 na NFL, o running back vive o auge como profissional. É inegável que, com Derrick Henry, o Tennessee Titans cresceu consideravelmente. Não é a toa que a franquia tem garantido a presença nos Playoffs nos últimos anos. 

MVP

(foto: Quinn Harris/Getty Images)

Escolhido: Aaron Rodgers, quarterback do Green Bay Packers

MVP é a sigla em inglês para Jogador Mais Valioso. Mas, na prática, o prêmio vai para o melhor atleta da liga na temporada. Quase sempre vai para um quarterback, e desde 2013, somente QBs são os escolhidos. E se voltarmos os nomeados para atletas de defesa, foi em 1986 em que o último defensor foi eleito o melhor atleta.

Mas nossa análise é de 2020. E Aaron Rodgers foi o grande merecedor da honraria. É a terceira vez que o quarterback do Green Bay Packers leva o prêmio de MVP, assim como foi em 2011 e 2014. Na última temporada, Rodgers completou 372 passes, para 4.299 jardas, 48 touchdowns e apenas cinco interceptações. Dos 50 representantes da imprensa dos Estados Unidos que votam para decidir quem é o melhor, 44 deles votaram em Rodgers. Outros quatro votaram em Josh Allen, o QB do Buffalo Bills, e duas pessoas votaram em Patrick Mahomes, o quarterback do Kansas City Chiefs, vice-campeão do Super Bowl LV.

Ainda sobre Rodgers, ele é outro exemplo que envolve atletas em idade avançada que continuam jogando em alto nível. Ele está com 37 anos e sem indícios de que irá se aposentar em breve. Ou seja, ainda vai castigar muito as defesas adversárias com seus grandes passes.

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