domingo, 18 de abril de 2021

Escolhas que deram errado no Draft da NFL


Abril é aquele mês marcado pelo Draft da NFL, o recrutamento de atletas universitários que sonham com o futebol americano profissional. É a chance de cada jogador garantir sua entrada na National Football League e assim garantir uns belos trocados financeiramente – vale lembrar que, no College, os jogadores não recebem salário, e sua presença em campo se dá através de bolsas de estudo.

Todos os anos, o evento é sempre marcado por diversas expectativas, afinal de contas, é como um reality show da NFL. Vale lembrar que é uma cerimônia de várias horas em que os selecionados vão surgindo para o público, gerando manifestações felizes ou frustradas de seus torcedores ao vivo. A exceção do Draft de 2020, totalmente virtual por causa da primeira onda da pandemia da Covid-19, o recrutamento é um belo espetáculo de entretenimento.

Para os novatos em futebol americano, o Draft reúne jogadores recém saídos do futebol americano universitário e que tentam uma vaga na principal liga da modalidade. Ao longo de três dias, as 32 equipes da NFL escolhem os seus futuros atletas. É selecionado um jogador por vez por cada time, seguindo uma ordem inicialmente estabelecida de acordo com a classificação invertida do ano anterior – com a possibilidade da equipe trocar de posição com outra se lhe for conveniente. Em tese, o pior time tem a chance de garantir o melhor atleta vindo do College, e assim sucessivamente. É como se fosse aquele jogo de futebol praticado na rua, em que a galera se junta e escolhe, nome a nome, quem vai para cada equipe – com os melhores escolhidos primeiro e os piores por último.

No papel, o Draft permite o equilíbrio entre as franquias, já que as piores equipes podem se reconstruir no longo prazo e virarem grandes potências em poucos anos. Mas nem sempre isso dá certo. Há muita tensão entre donos e general managers para decidirem suas escolhas, e nesse clima sempre pode ter espaço para algum deslize. E aí aquela escolha dos sonhos pode virar um tremendo pesadelo. 

É neste ponto que nós queremos chegar neste texto. Esqueçam escolhas certeiras, como as de Peyton Manning pelo Indianapolis Colts, ou, em um exemplo mais recente, a de Patrick Mahomes pelo Kansas City Chiefs. E esqueçam as apostas para quem vai ser o primeiro selecionado no Draft de 2021 – haverá um texto específico para o recrutamento de atletas universitários nos próximos dias. Hoje é dia de recordar das seleções ruins, daquelas em que o público vaiou logo de cara, ou que, até acreditou que poderia dar certo, mas acabou em um enorme abacaxi para descascar. Não elencaremos os fatos em um ranking ou ordem cronológica. Mas provavelmente você vai se lembrar de algumas destas movimentações.

2000 – Qualquer QB escolhido antes de Tom Brady

Chad Pennington, Giovanni Carmazzi, Chris Redman, Tee Martin, Marc Bulger e Spergon Wynn. Talvez você nem saiba quem são as pessoas citadas acima, mas todas têm algo em comum: foram quarterbacks escolhidos no Draft de 2000 antes de Tom Brady. Aqui vale ressaltar que, antes daquele recrutamento, Brady nem era cotado para ser uma estrela, e as avaliações prévias do Combine (em que os atletas disponíveis para o Draft fazem diversos testes físicos e mentais) não eram favoráveis ao jogador. Mas 21 anos depois, a aposta do New England Patriots na escolha de número 199 se mostrou mais do que certeira, e hoje Brady, agora no Tampa Bay Buccaneers, é o maior quarterback de todos os tempos.

E quanto aos demais selecionados antes, que fim levaram? Pennington e Bulger ainda tiveram momentos de titularidade, mas nenhum deles teve uma carreira de sucesso. Entre os outros, há quem sequer jogou um único snap na NFL. Além disso, até kicker e punter foram escolhidos antes de Tom Brady – o então Oakland Raiders foi o protagonista desta dupla façanha há 21 anos.

1999 – Um por todos e todas por uma

Antes e durante um Draft, só há uma maneira para que uma equipe possa mudar sua posição de escolha, seja lá por qual motivo: através das trocas. Elas podem envolver jogadores ou mais escolhas do Draft, de acordo com o interesse das duas equipes envolvidas. E por causa disso, para alcançar uma determinada posição, é comum um time ceder mais de uma escolha do Draft do ano corrente ou dos seguintes. 

Mas em 1999 ocorreu algo ainda mais insano. O New Orleans Saints, ainda vivendo a era anterior ao ex-quarterback Drew Brees e o atual técnico Sean Payton, queria sair do ostracismo de décadas. E para isso, o técnico da época, Mike Ditka, convenceu a direção da franquia a tomar uma decisão absurda: trocar TODAS as suas escolhas do Draft para subir da 12ª escolha geral para a 5ª, com o objetivo de selecionar o running back Ricky Williams. Foram as seis escolhas que o Saints tinha em 1999, mais duas do Draft de 2000 (incluindo a primeira rodada) enviadas para Washington. O desejo de Ditka por Ricky Williams foi tão icônico que a revista ESPN fotografou os dois para a capa... vestindo eles como noivos.

Valorize quem faz de tudo para ter você, como Mike Ditka ao selecionar Ricky Williams (foto: reprodução/Revista ESPN)

O que poderia dar errado comprometendo um Draft inteiro por um jogador? Uma campanha lamentável de três vitórias e 13 derrotas, e a obvia demissão de Mike Ditka ao fim da temporada. Williams ainda teve um desempenho ruim em seu ano de estreia, de apenas dois touchdowns, e conviveu com diversos problemas extra-campo em Nova Orleans, sendo trocado em 2002 para o Miami Dolphins. Após o mau início de carreira, o running back se destacou em Miami, entre altos e baixos, encerrando sua passagem na NFL em 2011 pelo Baltimore Ravens, após acumular mais de 10 mil jardas terrestres.

2007 – A pior primeira escolha geral da história

A animação contagiante de Jamarcus Russell já era um sinal de que não era uma boa escolhê-lo


O Las Vegas Raiders volta a aparecer por aqui. Ainda nos tempos em que era o Oakland Raiders, o time queria voltar aos tempos de glórias em 2007. Com a primeira escolha geral do Draft daquele ano, Al Davis, o dono da franquia e que também ocupava o cargo de general manager até seu falecimento, em 2011, pretendia iniciar a reconstrução, que começaria por um quarterback ou um wide receiver, que eram bem avaliados na época. Davis seguiu sua intuição, e ela tinha nome e sobrenome: Jamarcus Russell, o quarterback.

No futebol americano universitário, Russell tinha ido bem em LSU, e isso o credenciou com a primeira escolha geral, mesmo com alguns boatos de que ele era desinteressado. Antes mesmo de estrear pelo Raiders, já vieram os primeiros problemas. Ele só assinou seu contrato durante as primeiras semanas da temporada regular de 2007. E que contrato. O vínculo foi de seis anos, US$ 68 milhões em salários, sendo US$ 31,5 milhões garantidos. E mesmo com esse grande contrato, absurdo para um calouro, só jogou naquele ano como titular na última rodada (após ter entrado em campo como reserva em algumas partidas, com atuações muito ruins).

Russell ainda ficou em Oakland por mais dois anos, e continuou sendo um fiasco nas partidas em que foi o titular. Seu desinteresse por jogar era tão grande que a Raiders o enviou um livro em branco, alegando que era para estudar sobre o adversário da próxima rodada. Ao ser questionado sobre, o quarterback disse que passou a madrugada estudando o conteúdo, e que ajudaria seu time a vencer a próxima partida. Não teve jeito. Ao fim da temporada de 2009, o Raiders finalmente o dispensou, após uma carreira em que completou míseras 4083 jardas lançadas, para 18 touchdowns e 23 interceptações. 

Ficou claro que o time, que poderia pegar na primeira escolha geral quem quisesse, fez besteira ao selecionar o QB. Até porque o segundo selecionado, aquele wide receiver bem avaliado que o time cogitou contratar, era Calvin Johnson, escolhido pelo Detroit Lions, e que fez história. Em 2021, garantiu seu lugar no Hall da Fama da NFL. Outro "legado" dessa história com Russell foi que, a partir de 2011, as franquias da NFL passaram a adotar contratos mais baixos para jogadores calouros, com vínculo máximo de quatro anos, com opção de ativar um quinto ano caso este atleta tenha sido selecionado na primeira rodada.

1998 – A pior segunda escolha geral da história

A maioria dos times vencedores do Super Bowl tinham como protagonistas um quarterback. Mas antes de qualquer QB erguer o Vince Lombardi, é necessário que este evolua profissionalmente após sua seleção no Draft. Mas antes do recrutamento, times que estão sedentos por mudanças na posição fazem de tudo para garantir o melhor ou um dos melhores disponíveis entre os que chegarão do futebol americano universitário. 

Em 1998, havia a expectativa para que dois QBs fossem as duas primeiras escolhas: Peyton Manning e Ryan Leaf. Sabendo disso, o então San Diego Chargers (hoje Los Angeles Chargers) subiu no Draft e garantiu a segunda escolha geral para selecionar um dos dois. Manning foi o primeiro escolhido, pelo Indianapolis Colts, e o resto é história. Leaf foi o segundo. E dali em diante, virou farsa.

Além de péssimas atuações pelo Chargers, Leaf somou diversos problemas extra-campo. Ele brigou no vestiário algumas vezes, além de ter sérias discussões com a imprensa. O ex-jogador também se lesionou em alguns momentos, isso sem contar que chegou a mentir que estava machucado. Em seu ciclo em San Diego, venceu apenas quatro partidas entre 1998 e 2000, e em 2001, foi para o Dallas Cowboys, onde jogou em três derrotas e nunca mais voltou a atuar. Seus números: 3666 jardas lançadas, 14 touchdowns e 36 interceptações. 

1995 – Ele não queria jogar na NFL, e foi selecionado

Eli Herring era jogador de linha ofensiva de BYU, e teve uma carreira de destaque no futebol americano universitário. As análises prévias do Draft da NFL de 1995 indicavam que ele poderia até mesmo ser selecionado na primeira rodada. Ou seja, em tese, era um dos melhores na posição que estariam aptos a se profissionalizar. Só tinha um problema. Herring não queria jogar na NFL por ser Mórmon, e, segundo as tradições da religião, os Mórmons não trabalham aos domingos, dia reservado para orações. E como você já deve saber, é domingo o dia em que acontece a maioria dos jogos da liga. O futuro ex-atleta avisou a todos os times que não queria jogar por seguir sua doutrina religiosa. Mesmo assim, alguém foi atrás dele no Draft.

 Lá vem o Raiders de novo! Olha só que absurdo! Parafraseando Galvão Bueno no tenebroso 7 a 1 que a Alemanha aplicou no Brasil na Copa de 2014, a franquia de Las Vegas, que na época ainda residia em Oakland, selecionou Herring na sexta rodada daquele Draft. O time até tentou oferecer um contrato de US$ 1,5 milhão para ver se ele mudaria de ideia, mas não teve efeito. Foi uma escolha gasta à toa. 

2016 – Subir no Draft por um kicker

Você que chegou na NFL em 2020, e que viu o Tampa Bay Buccaneers levar o título do Super Bowl em fevereiro deste ano, provavelmente deve achar que a franquia sempre foi vencedora. Mas não é bem assim. Entre 2003 (ano do primeiro título) e 2021, o time passou por alguns maus bocados. E temporada após temporada, o Draft era visto como a chance perfeita para o Bucs saísse das piores posições da liga para enfim voltar a brigar para vencer a competição.

E aí voltamos para 2016. Passada a primeira noite do Draft, reservada apenas à primeira rodada do recrutamento, o segundo dia estava mais tranquilo, com cada equipe selecionando seus jogadores no tempo estabelecido, ocorrendo eventuais trocas em tempo real. Até que o Buccaneers resolveu dar as caras e chamar a atenção de todo mundo. O time subiu 15 posições para ter mais uma chance de escolher na segunda rodada. A equipe de Tampa enviou ao Kansas City Chiefs suas escolhas de terceira e quarta rodadas na troca, e selecionou um kicker.

Existem muitos kickers de alto nível na NFL atual, assim como alguns medianos e outros medíocres, como em qualquer profissão na vida. Mas quando se trata desta posição, é comum que as equipes só selecionem um kicker no final do Draft, ou até mesmo esperem passar o recrutamento para contratar alguém por um valor ainda mais barato. A título de exemplo, Adam Vinatieri, o maior kicker da história, não foi draftado em seu ano de início de carreira na NFL, em 1996. Mesmo assim, o Buccaneers gastou cartucho e fez acontecer a seleção de Roberto Aguayo.

O atleta vindo de Florida State tinha qualidades na posição antes do Draft. Até mesmo recebeu o prêmio Lou Groza, dedicado ao melhor kicker da temporada do College Football – o brasileiro Cairo Santos, que joga hoje no Chigago Bears, recebeu tal honraria, mas não foi selecionado no Draft. Ou seja, a troca realizada pelo Buccaneers e a seleção de Aguayo na segunda rodada se tornaram uma imensa pressão sobre o jogador. 

Ainda em 2016, durante a temporada regular, já haviam questionamentos sobre seu talento. Ao final do seu ano de calouro, Aguayo acertou 22 field goals de 31 tentativas, em um aproveitamento de 71% nos chutes, considerado muito baixo para a posição. Em 2017, para pressioná-lo, o Buccaneers contratou um outro kicker e assim ativar uma competição interna entre os jogadores. Sobrou para Aguayo, que foi cortado antes mesmo da temporada começar. Ele ainda tenta voltar à NFL, e passou por Chicago Bears, Carolina Panthers, Los Angeles Chargers e New England Patriots, mas jamais ficou nos elencos para atuar na temporada regular.

2017 – Trocar uma posição por Mitchell Trubisky

Trubisky foi a aposta do Bears em 2017, e deu errado (foto: Matt Rourke/AP)


Que fique claro que não estamos colocando Mitchell Trubisky como um dos piores quarterbacks da história, mas como o texto cita as más escolhas feitas no Draft, a seleção deste jogador pelo Chicago Bears em 2017 merece o devido destaque. 

O Bears é o time que está na NFL desde o ano de sua fundação, em 1920. A histórica e centenária franquia já teve inúmeros grandes jogadores, sendo campeã por nove vezes (oito títulos na era antiga da NFL, e um de Super Bowl). Apesar disso, a posição de quarterback nunca foi de alguém que teve uma excelente carreira, sendo o personagem principal na conquista de títulos. Querem um exemplo? O líder em passes para touchdown e em jardas lançadas no Bears é ninguém menos que Jay Cutler, que jogou por lá entre 2009 e 2016, a quem os próprios torcedores de Chicago não têm boas lembranças.

Assim chegamos à 2017. Depois de anos de sofrimento, finalmente o Bears decidiu demitir Jay Cutler, que, cabe ressaltar, só jogou uma temporada completa sem se afastar por lesões ou qualquer outro motivo, com direito a uma única ida aos Playoffs neste período. No Draft de quatro anos atrás, o Bears tinha a terceira escolha geral, e estava sedento por um quarterback. A pressão por um franchise QB, aquele que tem uma longa carreira por uma equipe e é o responsável por títulos, foi maior do que nunca. E o desejo por alguém desta posição foi tão grande que, após a escolha do Cleveland Browns, a primeira geral daquele recrutamento, o Bears realizou uma insana troca com o San Francisco 49ers, que tinha a segunda seleção, para escolher Mitchell Trubisky. Chicago enviou escolhas de primeira, terceira e quarta rodadas, e mais uma seleção de terceira rodada de 2018, para subir uma única posição e escolher o quarterback que queriam.

Quando foi feito o anúncio de Trubisky, ninguém entendeu nada, um pagamento tão caro de escolhas para subir uma única posição, e o 49ers nem foi atrás de QB. No papel, ele nem era o melhor quarterback disponível, já que foi o mesmo Draft de, pasmem, Patrick Mahomes (hoje no Kansas City Chiefs) e Deshaun Watson (ainda no Houston Texans, e enfrentando dezenas de acusações de assédio sexual). E na prática, também não. Nos quatro anos em que permaneceu em Chicago, Trubisky teve muitas atuações ruins. Seu melhor ano como titular foi em 2018, em que foi selecionado ao Pro Bowl e levou o Bears aos Playoffs, mas a grande força da franquia estava mesmo na defesa. 

Em 2020, com Trubisky já pressionado pela posição, o Bears contratou Nick Foles para ser o quarterback reserva. Foles chegou através de uma troca, e recebendo um salário relativamente alto, reflexos do título de Super Bowl conquistado por Foles no Philadelphia Eagles na temporada 2017/18. Mesmo assim, Foles foi para a reserva e Trubisky seguiu titular. Tudo ia bem (porque a defesa segurava o rojão e mantinha o time invicto) até o duelo contra o Atlanta Falcons. O técnico Matt Nagy perdeu a paciência de vez com ele e o substituiu por Foles, que garantiu uma inacreditável virada.

Antes do fim de seu ciclo em Chicago, Trubisky ainda teve tempo de voltar a se tornar o titular, mas apenas porque Foles se machucou seriamente. Ao final da temporada, foi cortado do elenco. Recentemente, foi contratado para o Buffalo Bills, mas será o reserva por lá, já que Josh Allen é o quarterback titular e está consolidado na posição dentro da franquia. Ou seja, o Bears apostou muito alto para subir uma posição, por alguém que não rendeu como esperavam.

2004 – Eli Manning e o ranço pela equipe que o escolheu

Eli Manning super animado ao ser escolhido pelo Chargers (foto: USA Today Sports)

Seria impossível fazer um texto sobre as más escolhas no Draft da NFL sem citar a peripécia causada por Eli Manning. Se vocês soubessem o que aconteceu em 2004 ficariam enojados. Não foi feita aqui uma ordem da melhor para a pior seleção entre as citadas nesta publicação, mas a polêmica envolvendo o ex-jogador do New York Giants há 17 anos é algo que estará marcado para sempre na história do Draft.

O ano de 2004 proporcionou a chegada de três grandes quarterbacks da NFL. Além de Eli Manning, naquele Draft, também foram selecionados Ben Roethlisberger, até hoje no Pittsburgh Steelers, e Philip Rivers, que fez carreira no Los Angeles Chargers e pendurou as chuteiras recentemente após uma temporada no Indianapolis Colts. Mas voltamos para Eli, o irmão mais novo de Peyton Manning. Sua carreira universitária, por Ole Miss, o alçou para ser o favorito para a primeira escolha geral do Draft.

Mas quem tinha o direito de ter esta escolha era o então San Diego Chargers. A franquia desejava ter Eli Manning como o seu QB. Porém, o próprio Eli deixou bem claro que não queria ir para lá. O pai do jogador, o ex-quarterback Archie Manning, também interviu em nome do filho para que não houvesse a seleção. Tudo isso irritou profundamente a torcida e a direção do Chargers, que resolveu vingar a afronta do calouro. Na noite do Draft, a franquia de San Diego selecionou Manning como a primeira escolha geral em nome do deboche. O momento foi tão incrível que dá para ver claramente o desconforto do jogador ao segurar a camisa do Chargers.


        

Provavelmente foi o ponto alto na história do Draft. Mas apesar deste fato, Manning só tocou na camisa do Chargers naquele dia. Interessado no jogador, e sabendo que a franquia de San Diego fez a escolha em nome do entretenimento, o New York Giants já tinha feito um acordo com a equipe que escolheu Eli. A solução foi, na quarta escolha geral, a franquia de Nova York escolheu o também quarterback Philip Rivers, e pouco depois do Draft realizou uma troca para ter Eli Manning. Na transição, o Giants enviou uma escolha de terceira rodada, e escolhas de primeira e quinta rodada do Draft de 2005.

Apesar do momento afrontoso, depois da troca, Manning e Rivers acabaram fazendo história por suas respectivas franquias, provando que, independente de toda a questão que envolveu as escolhas de ambos no Draft, eram atletas talentosos. Rivers se tornou titular no Chargers a partir de 2006, e se tornou extremamente identificado com a torcida de San Diego – a ponto de permanecer na cidade mesmo com a mudança da franquia para Los Angeles, em 2017. Apesar de não ter conquistado títulos por lá, se tornou o recordista na franquia em diversas estatísticas, e está eternizado na história do Chargers. Sua última temporada profissional foi em 2020, em que defendeu o Indianapolis Colts.

Já Manning teve uma carreira de maior impacto, e também marcou seu nome na história do Giants. Assumiu a titularidade ainda em 2004, e só perdeu de vez a posição em seu último ano como profissional, em 2019. Antes disso, chegou ao auge e foi bicampeão do Super Bowl, em 2008 e 2012. Ambos os títulos são memoráveis para o atleta, eleito o MVP. 

Haverá mais escolhas ruins no futuro?

Obviamente! Os fatos ditos acima são só alguns dos piores escolhidos pelo Draft da NFL. Como visto, nem todos eram jogadores ruins, mas sim o ato de escolha acabou sendo mais polêmico. Em breve, teremos o Draft de 2021, reunindo futuras grandes histórias, seja de escolhas certeiras ou de seleções que, bem, não darão tão certo assim. E o Left Tackle Brasil estará aqui para contar tudo isso para você, amigo leitor. 

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