Draft deste ano será feito online, sem público |
Neste momento, nenhuma grande competição esportiva no mundo está em andamento. Copa Libertadores, UEFA Champions League, Fórmula 1, NBA, NHL, MLB e outros tantos torneios estão suspensos. No Brasil, até mesmo os campeonatos estaduais não estão acontecendo, e provavelmente nem terminarão, pois muitos times contrataram jogadores até o final deste mês, quando as competições terminariam, e não têm dinheiro para a renovação de tais vínculos. E ainda, no meio esportivo, não podemos esquecer que o maior evento programado para ocorrer em 2020 foi transferido para o ano que vem. Os Jogos Olímpicos de Tóquio serão em 2021, em um momento inédito para um evento de 124 anos, que só teve cancelamentos na Primeira e na Segunda Guerra Mundial. Para não dizer que não tem nada acontecendo, há ainda o campeonato de futebol de Belarus, país onde o seu presidente, Aleksander Lukashenko, minimiza a pandemia, e diz para as pessoas beberem vodca em vez de se isolarem socialmente – medida preventiva que a Organização Mundial da Saúde (OMS), governos nacionais do mundo inteiro e o Ministério da Saúde brasileiro recomendam.
A National Football League ainda não foi duramente castigada pela Covid-19, como os demais eventos acima destacados. Quando o coronavírus teve seus primeiros infectados, em 31 de dezembro de 2019, na China, a temporada passada ainda acontecia normalmente. O vírus chegou nos Estados Unidos em 22 de janeiro, em meio aos Playoffs, permitindo que a competição terminasse sem nenhum problema. Porém, com o contágio rápido, hoje não há um único lugar do mundo em que a situação esteja tranquila. Somente no território norte-americano, mais de 347 mil pessoas estão infectadas, com 10 mil mortes, segundo a Universidade Johns Hopkins informou nesta segunda-feira, 6.
E é por este contágio elevado que, mesmo restando ainda quatro meses para o futebol americano teoricamente voltar (contando pré-temporada), já ficam as incertezas quanto ao seu retorno dentro da normalidade. Por conta de um decreto nacional que determina a quarentena até 30 de abril, o Draft, previsto para de 23 a 25 deste mês, será totalmente virtual, nada comparado com o grande palco, com calouros vestindo terno e expondo as jerseys de suas novas equipes.
Da mesma forma, também pode haver a possibilidade de os estádios da NFL virem a ser usados como hospitais de campanha, como no Brasil com o Estádio do Pacaembu, em São Paulo, como forma de desafogar o sistema de saúde nas cidades onde há alguma franquia da liga. E também seria uma forma das equipes se mostrarem mais solidárias em um momento tão complicado para o mundo. Já houve algo semelhante em 2005, quando o New Orleans Saints disponibilizou o Mercedes-Benz Superdome para a população de Nova Orleans que ficou desabrigada após o furacão Katrina.
Pela parte social envolvendo os times, de meu conhecimento, há dois grandes momentos. Um deles é o do Green Bay Packers, que doou refeições para os profissionais de saúde que estão atendendo aos pacientes da Covid-19 no estado do Wisconsin. O outro foi feito pelo New England Patriots, em que o dono da equipe, Robert Kraft, disponibilizou o avião que transporta o time para que este fosse até a China buscar 1,2 milhão de máscaras, que foram doadas para as regiões de Boston e Nova York.
Quanto aos jogos, acredito que, mesmo que até setembro a situação se amenize, os respingos na temporada da NFL se darão por uma competição mais reduzida, tanto em público quanto no número de jogos. Talvez até por isso que a liga ainda não divulgou o seu calendário, para esperar dia após dia a evolução de casos e mortes nos Estados Unidos. Claro que não dá para garantir nada, mas torcerei para que tenhamos futebol americano ainda neste ano.
Além desta torcida, a maior delas vai para que logo consigamos vencer a guerra contra o coronavírus. É importante que todos nós mantenhamos a nossa posição de ficar em casa, evitar aglomerações e sair de casa apenas para o essencial – e com máscaras feitas artesanalmente, como recomenda a OMS. Esta é a batalha das nossas vidas. É o nosso Super Bowl! E somente com todos fazendo a sua parte é que vamos conseguir driblar da Covid-19 como Lamar Jackson dribla correndo com a bola dos defensores. Que logo tudo isso passe, para que, quando for possível, a gente consiga pensar no futebol americano com mais certezas do que dúvidas.
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