sábado, 10 de fevereiro de 2018

Quem é Nick Foles, o MVP do Super Bowl LII

De contestado a MVP: a trajetória do melhor jogador da recente decisão da NFL (foto: Philadelphiaeagles.com)

O Super Bowl LII, disputado no último domingo (4), marcou o fim da incrível temporada de 2017 da NFL. Foi um ciclo muito interessante, que contou com muitas histórias bacanas, a respeito de jogadores e de equipes.

Tivemos algumas decepções, de times tradicionais em que se esperava muita coisa e de repente não produziram nada. Mas também houve muitos resultados surpreendentes, de equipes que foram longe demais mesmo quando não pareciam que conseguiriam façanhas tão incríveis.

Em uma temporada tão atípica, fez muito sentido que o campeão do Super Bowl fosse alguém que nunca tinha vencido um. E este foi o Philadelphia Eagles, que levou o troféu Vince Lombardi com todos os seus méritos. A equipe da Pennsylvania foi favorita por grande parte do ano, mas se tornou uma zebra ao perder Carson Wentz. Mesmo assim, foi campeão de forma totalmente merecida.

Como a temporada foi incomum, nada mais justo que o MVP da decisão também fosse um atleta que ninguém imaginaria lá na semana 1 da temporada 2017: Nick Foles. Em setembro, inclusive, muitos nem sabiam que ele era o reserva do Eagles.

Nick Foles teve uma carreira de altos e baixos na NFL. Surgiu como um potencial franchise quarterback até ser trocado e tudo desmoronar. E agora teve uma redenção épica que pelo menos vai garantir seu emprego como profissional por alguns anos.

Antes de jogar na National Football League, ele passou pelo College Football. Sua primeira temporada universitária foi em Michigan State, em 2007, onde não teve espaço para jogar. Em 2009, foi para Arizona, onde foi titular até 2011. Nesta universidade, ele teve 67 passes para touchdown e 33 interceptações.

Terminada a carreira no College, Foles fez a transição para virar um atleta da NFL. A classe de 2012 do Draft foi repleta de quarterbacks. Alguns já tiveram um bom destaque, e são as caras de suas franquias, como Andrew Luck, Russell Wilson e Ryan Tannehill, além de Kirk Cousins, que também mostrou talento, e que agora vai mudar de time. Assim como também houve os selecionados nas primeiras posições, e que não deram certo como profissionais, casos de Robert Griffin III e Brandon Weeden. Nick Foles foi escolhido pelo Philadelphia Eagles, na terceira rodada, após todos os nomes acima citados.

Seu início na NFL foi como reserva. O Eagles já tinha um QB titular, que era Michael Vick. Nick Foles só teve chances de ser titular já nos últimos seis jogos, porque seu antecessor se machucou. Foi uma atuação mais discreta, com seis passes para TD e cinco interceptações. Philadelphia acabou com uma das piores campanhas da liga em 2012, e o então treinador, Andy Reid, foi demitido.

Na temporada seguinte, a carreira de Foles teria sua ascensão. O time agora era treinado por Chip Kelly, que inventou um sistema ofensivo até então inovador, com chamadas para jogadas de ataque muito mais rápidas que os demais times fazem. Nick Foles ainda começou aquele ano como reserva, e também perdeu alguns jogos por lesão. Mas aos poucos, foi assumindo a titularidade em definitivo. O ano de 2013 foi mágico para o QB, que lançou 27 passes para touchdowns e apenas duas interceptações. Foles, inclusive, teve um jogo com sete touchdowns - maior marca na história da NFL em uma mesma partida. Com isso, o Eagles foi campeão da NFC Leste, e foi para os Playoffs. No Wildcard, o time perdeu para o New Orleans Saints.

Em 2014, Nick Foles seguiria como titular, mas novamente as lesões atrapalharam seu rendimento. Fez apenas oito jogos, teve 13 touchdowns e 10 interceptações. O sistema ofensivo de Chip Kelly, aos poucos, começava a ser melhor decifrado pelas defesas, o que ajudou no declínio de todo o ataque do Eagles.

Por falar em declínio, o ano de 2015 marcou o que poderia ser o começo do fim da carreira de Foles. Chip Kelly o trocou para o então St Louis Rams (atual Los Angeles Rams). Ele seria o titular na equipe que estava a um passo de deixar a cidade de St Louis. Só que ele era treinado por Jeff Fischer, um comandante com visão defensiva e que tem em seu currículo recente constantes campanhas com mais derrotas do que vitórias - além de ter tentado destruir as carreiras de alguns quarterbacks. Foles lançou apenas sete touchdowns, e 10 interceptações. Fez 11 jogos como titular, até ser preterido para Case Keenum.

Com o mau rendimento, e a mudança da franquia para Los Angeles, o Rams mudou de rumo e foi atrás de Jared Goff, subindo no Draft para seleciona-lo na primeira posição geral, em 2016. Com a perda de espaço, Foles foi demitido, e ali chegou a cogitar a aposentadoria. O Kansas City Chiefs, comandado pelo seu primeiro técnico na NFL, Andy Reid, o deu uma chance, mas agora era para ser apenas o reserva de Alex Smith. Nick Foles não fez nenhum jogo como titular.

Pelo contrato ser de apenas um ano, em 2017, novamente ele ficou sem emprego. Até que o Philadelphia Eagles estendeu estendeu a mão para aquele que foi o QB titular em outros tempos. Muitas coisas haviam mudado de 2014 para o ano passado. A começar que o time agora tem o seu franchise quarterback, Carson Wentz, em sua segunda temporada profissional. Ou seja, Foles seria mais uma vez o reserva.

Isso até Carson Wentz machucar o joelho na semana 14, justamente na partida em que coroava o Eagles como classificado aos Playoffs após quatro anos, e praticamente assegurando o primeiro lugar geral na NFC. Nick Foles precisou assumir o time, mas na temporada regular, teve uma atuação sem muito brilho. Foram apenas 439 jardas lançadas, cinco touchdowns e duas interceptações, em três jogos como titular. Não comprometeu o desempenho da equipe, que venceu duas partidas, e perdeu uma - já na última rodada e com o time assegurado na primeira posição.

O jogo terrestre e o setor defensivo de Philadelphia continuaram excelentes, mas a liderança de Foles também foi fundamental nos três jogos da pós-temporada. Contra o Atlanta Falcons, sua atuação ainda foi discreta, porém sólida, sem sofrer turnover ou ser sacado. Já na final da NFC, enfrentando o Minnesota Vikings, mostrou que é um QB talentoso, conseguindo 352 jardas e três touchdowns, sendo peça importante na franquia para o título da conferência.

E no Super Bowl LII, contra o New England Patriots, fez o jogo da sua vida. Não se assustou com a pressão recebida. Teve todo o apoio do técnico Doug Pederson e, principalmente, de Carson Wentz. Teve um desempenho digno para um quarterback, alcançando 373 jardas, três passes para touchdown, e sendo o primeiro QB a receber um passe para TD na decisão. Foi eleito o MVP com todos os seus méritos, em uma história de superação incrível. Digna para, quem sabe um dia, virar livro, ou roteiro de cinema.

Não sabemos como será o futuro de Nick Foles como profissional. Mas agora já sabemos que o MVP do Super Bowl LII está imortalizado na história do esporte.

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