Colin Kaepernick se recusa a ficar em pé durante a execução do hino dos Estados Unidos (foto: 49ers.com) |
Nem só de treinos e partidas vive o mundo da NFL há poucos dias de seu reinício. Chamou a atenção nesta pré-temporada que em nenhum dos jogos do San Francisco 49ers o quarterback Colin Kaepernick ficou em pé para a execução do hino nacional dos Estados Unidos, algo tradicional antes de qualquer evento realizado por lá. E isso gerou uma grande polêmica, que envolveu até a campanha eleitoral norte-americana.
Na sexta-feira (26), o atleta explicou seus motivos para permanecer sentado enquanto o hino é executado. Segundo o jogador, é uma maneira de protestar contra o que considera como irregularidades contra os afro-americanos e de outras minorias nos Estados Unidos. "Eu não vou me levantar para mostrar o orgulho de uma bandeira para um país que oprime negros e pessoas de cor", disse o jogador em entrevista para o site da NFL. E completou: "para mim isso é maior que o futebol americano e seria egoísta da minha parte não olhar para o outro".
O fato de Kaepernick não ficar em pé para o hino americano foi tema até da campanha presidencial dos Estados Unidos. O candidato do Partido Republicano Donald Trump (que foi acusado de ser racista pelo jogador) chegou a dizer que Kaepernick deveria procurar outro país para viver. "Eu acho que é uma coisa terrível, e você sabe, talvez ele deve encontrar outro país que funciona melhor para ele, e deixá-lo tentar, isso não vai acontecer", disse Trump na segunda-feira (29).
Sobre o episódio de seu quarterback, o San Francisco 49ers se pronunciou desta maneira: "O Hino Nacional é sempre uma parte especial da cerimônia pré-jogo. É uma oportunidade para homenagear nosso país e refletir sobre as grandes liberdades que são oferecidas como seus cidadãos. Ao respeitar tais princípios americanos de liberdade de expressão e religião, reconhecemos o direito de um indivíduo escolher e participar, ou não, da nossa celebração do Hino Nacional".
Tido como um símbolo nacional, o hino americano costuma ser bastante executado, principalmente em eventos esportivos. O país costuma sempre exaltar o orgulho nacional através de seu hino. E justamente por isso, quando alguém quebra o protocolo, é costume gerar esta polêmica. Durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a ginasta Gabby Douglas - ouro na competição por equipes - foi alvo de críticas por não ter colocado a mão no peito durante a execução do hino americano, no pódio.
Recentemente, casos de assassinatos de cidadãos negros foram registrados em várias partes dos Estados Unidos - muitos deles feitos por policiais em pessoas já rendidas. Isso gerou inúmeros protestos de personalidades norte-americanas. As manifestações de Kaepernick são mais uma a entrar para essa estatística.
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