segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Como se fosse a primeira vez - Los Angeles Rams e New England Patriots protagonizam o Super Bowl LIII

Juventude x Experiência marcará o duelo entre os QBs Jared Goff e Tom Brady


Em 2002, no dia 3 de fevereiro, ocorreu o Super Bowl XXXVI. Era a primeira vez que a decisão da NFL ocorria em feveriro, e não em janeiro, por conta dos atentados de 11 de setembro de 2001 que forçaram o adiamento da temporada em uma semana. Naquela decisão, o New England Patriots conquistou o seu primeiro título, e bateu o então St Louis Rams por 20 a 17.

Daqui a duas semanas, em 3 de fevereiro de 2019, completará 17 anos daquele histórico duelo. E a grande coincidência é que nesta data, haverá o Super Bowl LIII, justamente com as duas franquias que decidiram o título em 2002. Los Angeles Rams e New England Patriots venceram as finais de conferência neste domingo (20), e estarão em busca do Troféu Vince Lombardi em duas semanas. 

A partida será no Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, às 21h30 (horário de Brasília), e marca o que pode ser a revanche do Rams, ou a possibilidade de o Patriots igualar o recorde de títulos do Super Bowl. Até agora, o Pittsburgh Steelers é o único com seis títulos. New England tem cinco, e o Rams tem apenas um.

Os dois duelos pelas finais de conferência foram épicos. Pela primeira vez na história, as finais da NFC e da AFC foram para a prorrogação em um mesmo ano. Ambos os jogos tiveram emoção até o fim do tempo regulamentar.

Abaixo, você confere as crônicas sobre cada  um dos dois duelos.

Rams vira o jogo de forma memorável, e conquista a NFC




O fatídico Super Bowl XXXVI foi o último que o Rams havia jogado. Era o fim de um ciclo vitorioso, com o quarterback Kurt Warner sendo o grande protagonista da franquia naquela época. Dois anos antes, em 2000, tinham conquistado seu único título.  Depois disso, foram anos e anos com temporadas ruins, de mais vitórias que derrotas. 

Muitas mudanças precisaram ser feitas, a começar pela cidade onde jogam, que não é mais St Louis e sim Los Angeles, desde 2016. De 2014 para cá, alguns dos maiores talentos do elenco atual foram chegando pelo Draft, como o defensor Aaron Donald, o running back Todd Gurley e o quarterback Jared Goff. Mas ainda era necessário ter alguém bom em comandar, e foi aí que chegou o técnico Sean McVay, em 2017. Tudo isso foi fundamental para que hoje o Los Angeles Rams tenha sucesso a ponto de retornar ao Super Bowl. A equipe reconquistou a Conferência Nacional ao derrotar o New Orleans Saints por 26 a 23, em um excelente confronto disputado no Mercedes-Benz Superdome, em Nova Orleans.

Jared Goff, quarterback do Rams, chega ao seu primeiro Super Bowl, em sua terceira temporada como profissional. Na final da NFC, ele teve 297 jardas, um touchdown e uma interceptação. E o kicker Greg Zuerlein foi outro grande destaque. Ele anotou quatro field goals, incluindo o da vitória, na prorrogação, de 57 jardas.

Mas a partida começou com domínio do Saints. No ataque, foram 13 pontos anotados no primeiro quarto, em dois field goals de Will Lutz e em um passe para TD de Drew Brees para Garrett Griffin. Defensivamente, New Orleans não sofreu pontos no primeiro período, e ainda garantiram uma interceptação em Jared Goff.

No segundo quarto, o Rams começou a reagir, com um field goal do kicker Greg Zuerlein, e um touchdown do running back Todd Gurley. Los Angeles estava três pontos atrás no placar no intervalo, e perdia por 13 a 10.

Quando o jogo recomeçou, o Saints partiu para ampliar sua vantagem. Brees passou para o QB reserva (e jogador multitarefa) Taysom Hill anotar outro TD, recolocando a vantagem em 10 pontos. Na sequência, Goff encontrou o tight end Tyler Higbee na endzone, e novamente o jogo ficou em três pontos.

Nos 15 minutos finais, o Rams passou a ter domínio maior em campo, mas não houve virada, e sim um empate com outro field goal de Zuerlein. Com dois minutos para o fim do jogo, o placar estava em 20 a 20, e Drew Brees colocou o Saints na redzone graças a um passe de 52 jardas. Esta campanha ainda rendeu polêmica, por conta de uma falta defensiva de Los Angeles que não foi marcada. A equipe de New Orleans teve de chutar um field goal com Lutz, para seguir na frente no placar. Com poucos segundos para o fim, o Rams conseguiu o empate em mais um field goal convertido por Zuerlein.



O Saints teve a primeira posse de bola na prorrogação. E depois de quatro jogadas ofensivas, Drew Brees lançou um passe muito impreciso e foi interceptado por John Johnson. Jared Goff e companhia entraram  em campo novamente, e em poucas jogadas, permitiram o posicionamento para o field goal derradeiro de Zuerlein. O Los Angeles Rams voltou ao Super Bowl, ao garantir a vitória por 26 a 23, e tentará o seu bicampeonato.

Patriots vence a AFC pela terceira vez seguida, em duelo eletrizante




Voltamos a lembrar do Super Bowl XXXVI. Antes daquele jogo, o Patriots não tinha títulos, e era longe de ser considerado um time de elite na liga. Naquela temporada, New England chegou ao Super Bowl como zebra, e com um quarterback que estava em seu segundo ano como profissional - e virou titular pela primeira vez na carreira naquela temporada. Esse quarterback era Tom Brady, que ajudou o time ao seu primeiro título. Era o início da dinastia comandada pelo técnico Bill Bellichick e o QB que hoje tem 41 anos.

Hoje o Patriots tem cinco títulos de Super Bowl, e só neste século, são nove aparições na decisão (incluindo 2019). Em todo este período, em muitas vezes houve o questionamento se a dinastia tinha acabado, principalmente em um ano no qual a franquia teve derrotas para times que não foram aos Playoffs, e atuações menos impressionantes de Tom Brady. Mas na hora das decisões, a equipe chegou à pós-temporada, venceu o Los Angeles Chargers na semana anterior, e bateu o Kansas City Chiefs na final da AFC fora de casa.

A vitória foi por 37 a 31, na prorrogação, em um último quarto emocionante, com quatro viradas no placar até o touchdown derradeiro no tempo extra. Tom Brady teve impressionantes 348 jardas e um passe para touchdown, além de duas interceptações. E Patrick Mahomes, o QB do Chiefs, deu trabalho à defesa de New England, passando para 295 jardas e três TDs.

Todo o primeiro tempo foi de domínio do New England Patriots, em pleno Arrowhead Stadium. O running back Sony Michel correu para um touchdown, e na sequência, Brady encontrou na endzone o wide receiver Phillip Dorsett. A vantagem poderia ser maior, mas o camisa 12 do Patriots foi interceptado na linha de uma jarda. Pelo Chiefs, Patrick Mahomes conseguiu conectar bons passes nos dois primeiros períodos, mas a defesa do Patriots conseguia evitar de sofrer pontos. Estava 14 a 0 quando o jogo foi para o intervalo.

No terceiro período, o Chiefs teve a primeira posse de bola, e Mahomes conectou passes longos e precisos. Rapidamente, o Chiefs conseguiu o seu primeiro touchdown, em recepção de Travis Kelce. Enquanto isso, o Patriots apenas anotou um field goal em chute de Stephen Gostkowski.

Quem olha o placar final pode não acreditar, mas estava 17 a 7 para o Patriots no início do último período, quando o Chiefs diminuiu a desvantagem com um passe para TD de Mahomes para o running back Damien Williams.

A situação começava a ficar favorável para Kansas City, mesmo com New England vencendo por três pontos. A defesa do Chiefs impediu uma quarta descida do Patriots no campo de ataque, mas a campanha ofensiva do time da casa não foi boa, e logo chutaram o punt. Um momento de êxtase e, posteriormente, decepção, ocorreu com a torcida do Chiefs, com uma marcação de fumble de Julian Edelman ao receber o punt - a jogada foi revertida após análise no replay porque o wide receiver do Patriots não tocou na bola no lance. Mas Edelman logo apareceria em outro lance ruim a New England. Ele não conseguiu pegar o passe de Brady, e Daniel Sorensen interceptou a bola. Na sequência, outro passe para touchdown de Patrick Mahomes para Damien Williams deu a virada no placar.

Perdendo por 21 a 17, o Patriots precisava de um touchdown para virar. O tempo foi sendo gasto e Tom Brady carregou o time para a redzone. Em uma dramática quarta descida, Sony Michel recolou New England na frente, pois além da conversão, fez o touchdown. O jogo estava garantido? Não mesmo, pois Patrick Mahomes jogou muito, e a 2:03 do fim, deixou Kansas City na linha de uma jarda, para Damien Williams correr para o seu terceiro TD no jogo, em mais uma virada.

A cena se repetiu, o Patriots de novo precisava de um touchdown. Julian Edelman voltou a jogar bem e fazer recepções incríveis, além de Rob Gronkowski aparecer no momento certo. Ainda teve uma situação dramática que quase deu a vitória ao Chiefs, quando Brady foi interceptado, mas o defensor Dee Ford estava mal posicionado e cometeu falta. O running back Rex Burkhead recolocou New England na frente com um TD a 39 segundos do fim. Mas Mahomes, sempre ele, lançou passes longos para Travis Kelce e Sammy Watkins, e isso permitiu ao Chiefs empatar o jogo, e levar a partida à prorrogação com um field goal de Harrison Buttker. Estava 31 a 31.



Na prorrogação, o Patriots teve a primeira posse de bola, e garantiu a vitória sem nem deixar Patrick Mahomes ter uma campanha ofensiva. Brady foi decisivo de novo, provando mais uma vez que joga muito mesmo com 41 anos de idade. Na linha de uma jarda New England chegou, e novamente Burkhead correu para o TD da vitória, o TD que confirmou a ida ao Super Bowl LIII.

É o terceiro ano seguido que o Patriots vai ao Super Bowl. O time foi campeão em 2002, 2004, 2005, 2015 e 2017, e tentará a sua sexta conquista.


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