Quaterback Sam Darnold, de USC, em sua participação no NFL Combine - jogador vai participar do Draft de 2018 |
Realizado sempre em Indianapolis, o Combine conta com a presença de todos os jogadores que recém encerraram seu ciclo no College Football, e fazem a transição para ter uma chance como profissionais. A título de comparação, o Combine para o futebol americano é semelhante ao nosso Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, que serve como processo de seleção para milhões de estudantes brasileiros terem a chance de ingressar no ensino superior.
Sobre o porquê de comparar o NFL Combine ao Enem, é porque estes testes são feitos para ver se alguém recém saído do futebol americano universitário tem condições de se tornar um profissional talentoso jogando a NFL. Os participantes dos desafios não têm nenhuma garantia de que irão para alguma equipe, ou até mesmo se serão selecionados no Draft, da mesma forma que um aluno que faz o Enem não tem certeza de que conseguirá uma vaga na faculdade. Mas é fato que, para aumentar as chances de entrada no ensino superior, ir bem no Enem é o caminho a ser feito. E o mesmo vale para os atletas, que tem no Combine um grande exame para ter grandes chances de ingressar no futebol americano profissional.
Aqui vale ressaltar que os jogadores vão para o teste sem nenhum treinador ou assistente por perto. É apenas ele tentando se virar, diante da presença de avaliadores das 32 equipes da liga, incluindo técnicos, general managers e assistentes.
Testes que o atleta precisa realizar
Lamar Jackson, quarterback de Louisville, realizando um dos testes do Combine deste ano |
O Combine é transmitido ao vivo pelo NFL Network, o canal oficial da liga, e de graça. Entre os testes realizados, o mais famoso deles é o "40 Yard Dash", em que consiste em uma corrida de tiro curto, em uma distância de 40 jardas, para avaliar a capacidade de movimentação em velocidade. Os mais rápidos costumam correr em torno de 4,5 segundos.
Outro desafio é o "20 Yard Shuttle", em que um jogador precisa correr distâncias curtas, e tocar a mão no chão antes de fazer outro movimento, usado para atletas que precisam de maior mobilidade em campo para alterar rotas, como wide receivers, cornerbacks e safeties. Ainda nas provas de velocidade, há também o "3 Cone Drill", em que é preciso correr uma distância curta, e alterar de rota rapidamente.
Tem também os desafios de saltos para os participantes do Combine. O "Vertical Jump" serve para avaliar a capacidade de salto do participante, e se este tem condições de alcançar uma ampla altura para receber passes, ou intercepta-los. E o "Broad Jump" é semelhante ao salto em distância, mas diferente da modalidade olímpica, neste salto, o atleta não tem uma distância para percorrer antes de saltar. Ele salta de um ponto fixo para tentar alcançar a maior distância possível.
Existe também o teste de força, fundamental principalmente para posições em que exijam muita força física de um jogador. Um atleta precisa fazer repetições com 100 kg por mais vezes possível. Quanto mais repetições, maiores são os pontos pra esse atleta.
E também tem os testes mais específicos para cada uma das posições de campo. Destacamos aqui os quarterbacks, que precisam fazer um teste de Quociente de Inteligência (QI), pois é este atleta o responsável por se dedicar fielmente ao livro de regras e também de fazer a leitura das jogadas no momento em que elas acontecem.
O desempenho no Combine é fundamental para o Draft
Ao final do Combine, todos os times têm acesso a um enorme banco de dados de cada jogador. Há avaliações técnicas quanto às qualidades e os defeitos destes, servindo como um currículo a ser analisado. Fica a cargo de cada time ver se aquele atleta tem condições de ser selecionado no Draft, e de ser uma grande aquisição para esta franquia.
Estes testes permitem que um jogador menos conhecido, mas bem avaliado, tenha condições de crescer muito e se tornar uma escolha alta: exemplo do quarterback Carson Wentz, segunda escolha geral do Draft de 2016, pelo Philadelphia Eagles. Ele estudou em North Dakota State, uma universidade da segunda divisão do College Football. Da mesma forma, alguém pode ser mal avaliado, e cair algumas posições, ou até mesmo algumas rodadas no recrutamento da NFL. Isso acontece com bons prospectos que acabam sendo reprovados no teste anti-dopping que também é feito no Combine..
Vale lembrar que o Combine não é uma ciência exata. Não quer dizer que um jogador bem avaliado será um sucesso, ou um mal avaliado será um fracasso. Para ficarmos em exemplos invertidos, o quarterback Jamarcus Russell foi considerado um bom prospecto graças ao Combine, em 2007. O Oakland Raiders comprou a ideia e o selecionou com a primeira escolha geral. Foi um fracasso total, talvez um dos maiores da história do Draft. Por outro lado, Tom Brady, em 2000, teve uma avaliação ruim, e o vídeo de sua participação até tem alguns momentos engraçados. Foi selecionado pelo New England Patriots na sexta rodada, na escolha de número 199. Todos nós já sabemos o que aconteceu com ele nas últimas 17 temporadas.
De qualquer maneira, este teste é uma ótima oportunidade de conhecer os novos atletas que estão chegando na NFL. E alguém destes jogadores poderá pintar no seu time. Ainda há tempo para acompanhar o Scouting Combine.
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