Por conta dos gigantescos estádios, a Copa de 1994 foi a de maior média de público na história |
Você deve estar estranhando o fato de que estamos falando da Copa do Mundo aqui no Left Tackle Brasil, isso porque o nosso foco é o futebol americano. Mas é fato de que o esporte da bola oval muitas vezes entra no cenário de outras grandes competições esportivas. E é importante sempre ressaltar que a modalidade que amamos tem suas origens no futebol da bola redonda.
E como a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, se aproxima, nada melhor do que relembrar que, há 24 anos, estádios da NFL e de algumas universidades norte-americanas serviram de palco para a maior competição de futebol do planeta.
Ao pensar na Copa de 1994, é comum lembrarmos do belo ataque brasileiro com Romário e Bebeto, das surpreendentes Suécia, Bulgária e Romênia chegando longe, do pênalti perdido pelo italiano Roberto Baggio e, é claro, do narrador Galvão Bueno gritando a plenos pulmões "É TETRA", quando o Brasil conquistou o título mundial. Mas aquela edição nos Estados Unidos tem fortes relações com o futebol americano.
Todos os nove estádios daquela competição são (ou eram) usados também para jogos da NFL ou College Football. Alguns deles ainda existem, e outros acabaram sendo implodidos, para a reconstrução de outras arenas. Neste texto você vai ver como é que cada um deles está em seu momento atual (isso se ele ainda existe).
Pasadena (região de Los Angeles)
Estádio: Rose Bowl
Começamos falando do Rose Bowl, estádio que foi palco da grande final da Copa de 94, entre Brasil e Itália, além da semifinal brasileira contra a Suécia. Este foi o maior dos locais que sediaram pelo menos um jogo da competição. Até hoje sua capacidade total se aproxima das 100 mil pessoas. Sua inauguração foi em 1922, e desde 1923 sedia o Rose Bowl Game, um dos jogos festivos do final da temporada do College Football. A arena nunca teve um time mandante na NFL, mas já sediou cinco Super Bowls, sendo o último o Super Bowl XXVII, vencido pelo Dallas Cowboys contra o Buffalo Bills, em 1993. Atualmente, além do já citado Rose Bowl Game, o estádio sedia as partidas de UCLA na temporada regular, e eventuais jogos de futebol, como o duelo entre Brasil e Equador na Copa América Centenário, de 2016.
Chicago
Estádio: Soldier Field
Este é outro estádio que continua na ativa, e o único que ainda sedia jogos da NFL. O nome já entrega, é a casa do Chicago Bears desde sua inauguração, em 1924. A arquitetura atual pouco lembra a da Copa de 94, no local onde aconteceu a abertura do mundial, entre Alemanha e Bolívia. Dez anos depois da competição, em 2004, o estádio passou por uma grande reforma, e hoje é um local totalmente modernizado, com o padrão da NFL.
Arlington (região de Dallas)
Estádio: Cotton Bowl
Na Copa do Mundo, o estádio recebeu o dramático duelo entre Brasil e Holanda, vencido pela Seleção por 3 a 2. Construído em 1932, o estádio recebeu muitos jogos importantes ao longo de sua história, em especial os de College Football. O Dallas Cowboys também mandou suas partidas lá em seus primeiros anos, na década de 1960. Atualmente, o Cotton Bowl é usado para eventos esportivos de menor relevância.
Orlando
Estádio: Citrus Bowl
Único palco residente no estado da Florida, o Citrus Bowl foi inaugurado em 1936, mas seu nome atual é Camping World Stadium. O local é palco do Buffalo Wild Wings Citrus Bowl, que também faz parte da Bowl Season do College Football. Além dos jogos de futebol americano universitário, é atualmente a casa do Orlando City FC, time de futebol da Major League Soccer (MLS).
Washington
Estádio: RFK Stadium
Inaugurado em 1961, o local foi usado pelo Washington Redskins de 1961 (ano de inauguração) até 1996. Por ser multiuso, também foi o estádio de dois times da Major League Baseball (MLB), o Washington Senators (atual Texas Rangers) e o Washington Nationals. Até 2017, o DC United, da MLS, jogava lá.
Palo Alto (região de São Francisco)
Estádio: Stanford Stadium
Na Copa de 1994, foi carinhosamente chamado de "A Casa da Seleção Brasileira", isso porque três dos jogos do Brasil foram na cidade (contra Rússia, Camarões e Estados Unidos). Ele é até hoje a casa da universidade de Stanford, e recebe com frequência os jogos do College Football. Em 1985, o Super Bowl XIX, entre San Francisco 49ers e Miami Dolphins, vencido pelo 49ers, foi lá. Em 2005, o estádio foi demolido, mas reconstruíram outro de mesmo nome e no mesmo lugar, mais moderno que sua versão anterior.
Foxboro (região de Boston)
Estádio: Foxboro Stadium
Inaugurado em 1970, este foi o estádio do New England Patriots até 2001. O local recebeu seis jogos da Copa do Mundo de 1994, incluindo as quartas de final entre Itália e Espanha. Foi no último ano do estádio que Tom Brady jogou pela primeira vez, na temporada que terminou com o primeiro título de Super Bowl da franquia. Em 2002, o Foxboro Stadium foi demolido, e ao lado foi construído o Gillette Stadium, atual casa da equipe.
East Rutherford (região de Nova York)
Estádio: Giants Stadium
Inaugurado nos anos 1970, o local recebeu inúmeros jogos da NFL. Apesar do nome, o Giants Stadium era a sede dos dois times de Nova York, o New York Giants e o New York Jets. Antes da Copa de 1994, o local testemunhou os últimos gols de Pelé, quando defendeu o New York Cosmos. O New York Red Bulls, da MLS, também atuava lá Em 2010 houve a demolição do Giants Stadium. Hoje, onde era o terreno, é agora o estacionamento do Metlife Stadium, a atual arena de Giants e Jets.
Detroit
Estádio: Pontiac Silverdome
Palco de Brasil e Suécia, na fase de grupos, o Pontiac Silverdome foi o único estádio coberto daquele mundial. A inauguração foi em 1975, no local que recebeu muitos jogos do Detroit Lions. A arena recebeu o Super Bowl XVI, entre San Francisco 49ers e Cincinnati Bengals, em 1982. O Lions jogou por lá até 2001, quando se mudou para o Ford Field. Dali em diante, o local se tornou o que chamamos de "elefante branco", quando uma construção deixa de ter serventia, acumulando água, mofo e até mesmo árvores em suas instalações. Em 2017, o que seria a demolição se transformou em uma tentativa fracassada. Na hora de implodir, os engenheiros usaram menos bombas o suficiente, e as vigas principais do Silverdome ainda resistem. O estádio com tantas histórias legais hoje vive uma fase extremamente agonizante.
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