segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

O Eagles tem Super Bowl - time vence SB LII no jogo mais ofensivo de todos os tempos

Quarterback Nick Foles foi eleito o MVP da partida  (foto: philadelphiaeagles.com)

Muita gente vê o futebol americano há pouco tempo, e é normal desconhecer a história de um time. O Philadelphia Eagles é uma das franquias mais antigas da National Football League, e surgiu em 1933. Para não deixar de existir nos anos 40, se fundiu temporariamente com o seu rival do estado da Pennsylvania, o Pittsburgh Steelers, para que ambas as equipes seguissem jogando mesmo com dezenas de desfalques durante a Segunda Guerra Mundial. Na mesma década, o Eagles, já separado do Steelers, conquistou seus dois primeiros títulos da NFL, em 1948 e 1949. Em 1960, veio a terceira conquista.

Apesar de ter uma história rica, se tratando de Super Bowl, até então o Eagles nunca tinha conquistado um. Por ser um time antigo, e sem títulos na era atual da NFL, era constantemente provocado pelos maiores rivais por ainda não ter vencido. Mas agora, o Eagles pode dizer, com todas as letras, que tem Super Bowl. O time mais completo da NFL na temporada 2017-18 não sucumbiu a ausência de Carson Wentz, ignorou o fator de ser zebra em todos os jogos dos Playoffs, e dominou no Super Bowl LII. Venceu o New England Patriots com todos os seus méritos, pelo placar de 41 a 33, na partida disputada no US Bank Stadium, em Minneapolis, Minnesota, neste domingo (4).

Nick Foles, o quarterback titular na decisão, foi eleito o MVP de forma totalmente merecida. E pensar que ele iniciou a carreira jogando na Philadelphia em alto nível; que foi trocado para o St Louis Rams e entrou em declínio; que foi reserva no Kansas City Chiefs; que cogitou a aposentadoria, mesmo sendo jovem; que voltou ao Eagles, mas na condição de reserva, e só virou titular porque Carson Wentz se machucou. Sim, esse cara teve a sua redenção, jogou o Super Bowl, ganhou o Super Bowl, e foi o Jogador Mais Valioso. Foles fez uma atuação de gala, passou para 373 jardas, 3 touchdowns e uma interceptação. E mais, ele RECEBEU um passe para TD, em uma ousada trick play chamada pelo técnico Doug Pederson, campeão como head coach pela primeira vez.

Foi o jogo mais ofensivo da história do futebol americano. Você não leu errado. Não foi só do Super Bowl, ou dos Playoffs. Mas também da temporada regular. De tudo! Foram 1.151 jardas ofensivas (entre passes e corridas) protagonizados pelos dois times. O New England Patriots era o favorito na partida, e não se entregou mesmo saindo de campo derrotado. Tom Brady, MVP da temporada 2017, quebrou o recorde de jardas lançadas em um Super Bowl (que já era dele). Foram impressionantes 505 jardas lançadas, três touchdowns e um fumble. O que fez o Patriots perder o jogo foi a má atuação da defesa, que só evitou pontuações do Eagles em apenas duas posses de bola durante toda a partida.

Eagles domina desde o primeiro tempo


Foles teve excelente atuação durante toda a partida (foto: philadelphiaeagles.com)

A primeira posse de bola no jogo foi do Philadelphia Eagles. A campanha foi longa, bem carregada pelo jogo terrestre, e com passes precisos de Nick Foles. O time chegou até a redzone, mas saiu de campo com um field goal anotado por Jake Elliott. Em seu primeiro drive ofensivo, o Patriots também conseguiu pontuar com um field goal, de Stephen Gostkowski. A sequência foi com mais um excelente avanço do Eagles, com direito a uma longa jogada do running back LeGarrette Blount. Na linha de 34 jardas, Foles lançou um belo passe para Alshon Jeffery marcar o primeiro touchdown da partida.

Como o extra point foi perdido, Philadelphia vencia por 9 a 3. Tom Brady tentava forçar a reação, armando boas jogadas de ataque. Até mesmo o wide receiver Brandin Cooks foi usado como running back, e foi paralisado pela defesa do Eagles, que neutralizava os então atuais campeões. Como era uma terceira descida, New England foi para o field goal, e o chute foi bizarramente perdido por Gostkowski. O snap foi mal feito, o holder Ryan Allen mal conseguiu apoiar, e o kicker fez um chute terrível, e que ainda bateu na trave.

Logo na sequência, o Eagles voltou a dominar. Nick Foles teve uma atuação segura, levando o time ao campo de ataque. LeGarrette Blount, ex-jogador do Patriots, aplicou a famosa "Lei do Ex", e correu para a endzone, anotando mais um touchdown. A conversão de dois pontos foi mal sucedida. A campanha seguinte do Patriots foi bem rápida, mas novamente o time acabou neutralizado pela defesa da Philadelphia. Desta vez, Gostkowski acertou o field goal.

Nick Foles foi interceptado, no primeiro e único turnover de Philadelphia. New England aproveitou o momento, e com James White correu 26 jardas para o touchdown. Como o extra point foi perdido, estava em três pontos a desvantagem no placar. Enquanto isso, o intervalo do jogo se aproximava, e o Eagles novamente alcançou a redzone. Na quarta descida, na linha de uma jarda, o time fez a jogada mais ousada do Super Bowl LII - e eternizada na história das decisões. Em vez de field goal, o técnico Doug Pederson chamou uma trick play. A bola parou nas mãos do tigh end Trey Burton, e ele lançou para o Nick Foles conseguir o touchdown. O camisa 9 do Eagles foi o primeiro atleta que passou e recebeu para TD em um Super Bowl. A decisão foi para o intervalo com o Eagles vencendo por 22 a 12.

No intervalo, houve o show de Justin Timberlake, no Halftime Show. Para quem não viu, colocamos o vídeo abaixo.

New England reage no terceiro quarto

A primeira campanha do New England Patriots durou menos de três minutos. O tight end Rob Gronkowski, que até então não tinha aparecido, fez três recepções longas - uma delas para touchdown. O Patriots voltava do intervalo bem vivo na partida. Porém, o Eagles seguia intenso, sabendo que precisava pontuar para ter o título, e controlando o relógio por cinco minutos, conseguiu um touchdown, em passe de Nick Foles para Corey Clement, novamente deixando o jogo em 10 pontos de vantagem.

Mas quem conhece a filosofia estabelecida pelo técnico Bill Bellichick sabe que o Patriots busca vencer a qualquer custo, mesmo que tudo pareça perdido. Em outra campanha bem rápida, Tom Brady passou para Chris Hogan anotar o touchdown, novamente deixando o jogo em uma posse de bola.

A virada do Patriots no último período

Apesar do tópico falar da virada, quem pontuou primeiro nos 15 minutos finais foi o Philadelphia Eagles. Isso porque nos últimos minutos do terceiro período, Nick Foles seguiu castigando a defesa de New England, que parecia inerte. Mas esta cedeu apenas mais um field goal de Jake Elliott.

O placar era de 26 a 32 em favor de Philadelphia. Ou seja, o Patriots precisava de um touchdown. Brady lançou dois passes em profundidade para Danny Amendola, e deu um novo gás a partida. Na linha de quatro jardas, o camisa 12 fez um passe preciso para Gronkowski. O extra point foi bom, e o Patriots ficava na liderança no placar pela primeira vez na partida, por 33 a 32, isso a 9:22 para o fim do jogo.

As cartadas finais do Eagles para vencer a partida

Um simples field goal poderia ser suficiente para o Eagles virar. Mas ainda faltava muito tempo, e quando o adversário é o Patriots, dar tempo demais é algo extremamente perigoso. Não foi o que aconteceu com Philadelphia. Sabendo o que precisaria fazer, o time foi versátil, com passes e corridas, gastando o máximo de tempo possível e com efetividade para avançar pelo campo.

Deu certo! New England não sabia o que fazer, nem quais recebedores marcar. A campanha durou sete minutos. E mais uma vez, a ousadia fez valer para a virada de Nick Foles e seus companheiros. Em uma terceira descida longa, o quarterback passou para Zach Ertz. O tight end deixou Devin McCourty no chão, e avançou para o touchdown. Como a conversão de dois pontos não deu certo, o jogo ficou em 38 a 33.

Restavam 2:21. Ao Patriots, apenas um touchdown importava. Mas no campo de defesa, a pressão defensiva do Eagles foi fatal. Brandon Graham engoliu a linha ofensiva, e fez o sack em Tom Brady que resultou em fumble e bola para Philadelphia. Foi a primeira vez que Brady perdeu o controle da bola em um jogo de pós-temporada na carreira. Este momento decidiu o jogo - apesar de o resultado ainda não ter sido definitivo.

Nem mesmo as 505 jardas lançadas permitiram a Brady o sexto título de Super Bowl que buscava (foto: AP)
Em área de field goal, o Eagles usou o máximo de tempo possível para ampliar, com Jake Elliott - porque não conseguiu um first down após este turnover. Na base do desespero, o Brady inacreditavelmente saiu da linha de 10 jardas e colocou o Patriots na linha de 50 - alcançando o recorde de 505 jardas lançadas em um Super Bowl, e mostrando porque é o melhor quarterback de todos os tempos, por sua capacidade de não desistir mesmo quando tudo parece impossível de reverter. O ato final foi uma Hail Mary, que foi na direção da endzone, mas defendida por Philadelphia, o time que se tornou o campeão do Super Bowl LII, vencendo por 41 a 33.

Agora, o Philadelphia Eagles é o 20º da NFL a ter pelo menos um Super Bowl. O jejum de 57 anos está encerrado. E a partir das 1h19 (horário de Brasília) do dia 5 de fevereiro de 2018, todo torcedor das Águias da Filadélfia nunca mais terá que ouvir que seu time nunca venceu a grande decisão do futebol americano. O Philadelphia Eagles TEM Super Bowl, e a conquista foi alcançada em um dos jogos mais memoráveis de todos os tempos.

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