Imagem do NFL Combine meramente ilustrativa, apenas porque estes são potenciais calouros no futebol americano |
Nós, brasileiros que acompanhamos o esporte, não nascemos com a cultura do futebol americano enraizada desde a infância, como ocorreu com o futebol. Provavelmente você não lembra como começou a ver a bola redonda. Não tem problema, eu também não lembro. Mas todos nós que amamos a bola oval lembramos qual foi o momento em que demos uma chance para este esporte.
A cada ano mais pessoas se juntam a nós. E nesta temporada 2017, tivemos mais alguns calouros que passaram a acompanhar a NFL. Calouro é o termo que usamos para jogadores que recém deixaram o futebol americano universitário e jogam como profissionais em sua primeira temporada. E nada mais sugestivo chamar de calouros as pessoas que começaram também a ver a liga nos últimos meses.
No nosso Show de Calouros, em alusão ao icônico programa dominical exibido no SBT, entrevistamos quatro torcedores que começaram a acompanhar a NFL em 2017. E muitos deles iniciaram pela decisão, o Super Bowl. Caso do assistente administrativo Vinicius Moreira, de Itapeva (SP), que via seus amigos comentando os jogos no Twitter, e foi motivado a ver o esporte por causa de sua namorada. Sua primeira partida foi o Super Bowl LI, em fevereiro passado. "A time line tava pegando fogo e eu fui assistir o jogo. Mesmo sem entender nada, foi muito divertido", diz. A advogada Clara Coutinho, de São Paulo (SP) sempre acompanha finais de campeonatos com os amigos, mas foi a partir da decisão do ano passado que decidiu entender as regras. "Quando começou a pré-temporada eu tinha acabado de quebrar o tornozelo, então pude me dedicar um monte a aprender o esporte, ver os jogos do presente e do passado, e aprender nomes de regras", explica.
O estudante Lucas Bertolim, de Campinas (SP), havia assistido com um primo o Super Bowl 50, em 2016, mas só passou a ver a liga a partir da pré-temporada de 2017. "A partir da pré-temporada, comecei a acompanhar mais o esporte, quando consegui entender boa parte das regras, e vi a grande maioria dos jogos que passavam na ESPN.", relata.
Algo que prende um novo fã do futebol americano em definitivo é ao escolher uma equipe para torcer. A paixão por uma franquia é algo que pode surgir de onde se menos espera. Foi o caso de Amanda Isabel, estudante de Engenharia de Produção, e que mora em Curitiba (PR). Ela passou a se interessar pelo New England Patriots por conta de um vídeo em que a torcida cantava a plenos pulmões no Gillette Stadium a música Livin' on a Prayer, do cantor Bon Jovi, durante a final da AFC da temporada 2016. "Eu sou mega fã de Bon Jovi, aí não lembro qual página eu vi isso na offseason, e pensei 'tá, vou ficar de olho no Patriots', e domingo passado já estava eu pulando pela casa com a vitória sobre os Jaguars", diz.
Vinícius também é torcedor de New England, e sua paixão pela equipe surgiu de imediato, na decisão passada. "Ver aquele time estar perdendo por 28 a 3, e em praticamente um quarto virar a partida foi demais. Me apaixonei pela raça e a vontade que tinham. E minha namorada também é Patriots, o que ajudou muito". Uma partida em especial também foi o que tornou Lucas um fã do Kansas City Chiefs, coincidentemente contra o New England Patriots, na semana 1 desta temporada. "Fiquei impressionando quando derrotou New England, atual campeão, além da empolgante sequência de vitórias que conquistou. E o Cairo Santos (que na época jogava no Chiefs, mas hoje está no elenco do Chicago Bears) também ajudou".
A torcedora Clara é fã do Seattle Seahawks, e se empolgou pela equipe por conta de uma viagem que faria para Portland (estado do Oregon, e próximo a Seattle), e cogitou ver a partida no Century Link Field contra o Washington Redskins. "A viagem acabou não rolando, o que foi ótimo porque aquele jogo foi apertado, e numa jogada incompleta os Seahawks não levaram. Meu segundo time é o Philadelphia Eagles, que é o time do meu amigo que ensinou as regras".
Dos nossos quatros entrevistados, as torcidas para este Super Bowl LII estão divididas. Vinícius e Amanda, fãs do New England, evidentemente querem o seu time campeão. "Considerando que na primeira temporada que eu acompanho eles foram para o Super Bowl, pelo segundo ano consecutivo, eu gostei bastante. Patriots vai ganhar do Eagles no dia 4", afirma Amanda. Vinícius ainda completa: "não dá para fugir de torcer para New England ganhar, ainda mais com a possibilidade do Tom Brady se aposentar daqui a um ou dois anos".
Lucas e Clara, por sua vez, querem o time da Philadelphia como vencedor. "Fiquei muito surpreso com o Eagles, que mesmo com a lesão do Carson Wentz chegaram ao Super Bowl. Acho New England favorito, embora esteja torcendo para Philadelphia levar o título", diz Lucas. Também torcedora do campeão da NFC na decisão, Clara ressalta que seria muito merecido o Eagles ser o campeão. "Eles me parecem ser meio underdogs (expressão utilizada nos Estados Unidos para quem não é favorito), pelo que pude sentir. Achei que jogaram muito bem durante a temporada, e conseguiram ir para cima apesar das lesões", completa.
Os quatro entrevistados foram unânimes quando foram perguntados se recomendariam a NFL para outros amigos que nunca acompanharam o futebol americano, destacando em especial a imprevisibilidade do esporte. "Acho que é um esporte mais emocionante que o nosso futebol, com mais possibilidades de viradas inesperadas. O futebol americano flui melhor como entretenimento", destacou Clara. Amanda, que tenta convencer um amigo a ver o jogo com ela no cinema, lembra que "é um esporte incrível e totalmente imprevisível. Um time pode abrir uma boa vantagem, e mesmo assim perder o jogo". Vinícius complementa que tudo pode acontecer na modalidade. "Você nunca tem certeza absoluta de quem vai ganhar um jogo", diz. Assim como Lucas, que enaltece o fator tático visto em campo. "É um dos esportes mais impressionantes e estratégicos que existem", finaliza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário